1. Bachelet liderou as pesquisas com 60% das intenções de voto e
até mais, enquanto a lista de candidatos repetia 2009: três candidatos, sendo dois
das grandes alianças e um tercius –independente – que expressava a
antipolítica. Mas quando o processo eleitoral se abriu, eram nove candidatos e
Bachelet veio para o entorno de 45%.
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Bachelet e Matthei, foto: Martin Bernetti/AFP |
3. Mas surgiram cinco micro-candidatos que tiveram respectivamente
2,78%, 2,33%, 1,26%, 0,57% e 0,19%, somando 7,13% e garantindo o segundo turno.
4. Num mundo globalizado é sempre bom aprender com as eleições em
outros países, especialmente aqueles regionalmente mais próximos. O que nos
ensinou essa eleição chilena e que pode servir para o Brasil em 2014?
a) os micro-candidatos podem
garantir o segundo turno numa eleição triangular como a nossa, até aqui;
b) a defesa do consumidor é,
agora, um discurso eleitoral forte;
c) a antipolítica, tendo os
temas pós-modernos como referência (redes, meio ambiente, corrupção,
cidades...), pode ocupar um espaço maior que 10% do eleitorado, como já ocorreu
aqui em 2006 e 2010.
5. A líder estudantil do partido comunista, Camila Vallejo, foi eleita deputada federal no distrito de La
Florida, com 43% dos votos, longe do segundo. Com ela, outros três líderes
estudantis foram eleitos: Karol Cariola,
também do partido comunista; Giorgio Jackson,
da Revolução Democrática (46% dos votos em seu distrito); e Gabriel Boric, da Esquerda Autônoma. A Nova Maioria, de Bachelet, lhes
ofereceu apoio, pois o sistema distrital chileno é de dupla maioria (os dois
mais votados). No caso brasileiro, as manifestações de rua ocorreram sem
lideranças abertas.
6. Camila presidia a Federação dos Estudantes da Universidad de Chile (FECH). Um mês atrás, seu partido comunista chegou em terceiro lugar. Venceu Melissa Sepúlveda, de 23 anos, do quarto ano de medicina, líder anarquista que defendeu a abstenção, o voto nulo. Sua tese foi bem-sucedida. Um sinal do que pode ocorrer a partir das manifestações de rua aqui no Brasil.
7. Estavam inscritos 13 milhões de eleitores. Pela primeira vez as
eleições presidenciais e parlamentares chilenas se realizaram com o sistema de
inscrição automática (carteira de identidade) e voto voluntário. Na eleição
municipal recente votaram menos de 50% dos eleitores e, agora, na presidencial
um pouco mais de 50%, com uma alta abstenção, no entorno de 48%.
Título e Texto: Cesar Maia, 18-11-2013
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