Leo Daniele
“E a plateia não
cantou”. Estou falando do último Rock in Rio,
realizado em setembro último, e só agora comentado, pois a matéria, muito
surpreendente e chocante, pedia algum tempo de reflexão.
Como diz a reportagem do
evento, os cinco músicos da banda não têm “rostos”, usam uma máscara, e
acessórios de sacerdotes da seita Illuminati. Depois deles, entrou
o vocalista, “um papa sombrio, com máscara de caveira, um cajado com um
símbolo pagão, túnica de papa, chapéu de papa e gestos de papa. Só que um
mensageiro da palavra das sombras”.(1)
Descreve Jotabê Medeiros,
autor da reportagem: Canções em um latim híbrido, como Per Aspera Ad
Inferi(2) e Con Clavi Com, são declamadas pelo vocalista, que se apresenta
apenas como Papa Emeritus II (no seu currículo, consta que foi precedido por
outro papa infernal, Papa Emeritus I).
O jornalista introduz sua
matéria da seguinte maneira: “Um papa saído das profundezas do Infernofoi
a mais grata surpresa do rock no primeiro dia da segunda semana do Rock in Rio.
O grupo sueco Ghost, cuja performance cênica é notadamente anticlerical e
anticristã, brindou os fãs do rock pesado com uma mistura de rock retrô, rock
clássico à Black Sabbath”.
Como se vê, é o radical do radical
em matéria de rock e beira o inimaginável! Mas esse
radicalismo faz parte da propaganda revolucionária, como explica Dr. Plinio:
“Dir-se-ia que os
movimentos revolucionários mais velozes são inúteis. Porém, não é verdade. A
explosão desses extremismos levanta um estandarte, cria um ponto de
mira fixo que fascina pelo seu próprio radicalismo os moderados, e para o
qual estes se vão lentamente encaminhando. Assim, o socialismo repudia o
comunismo. mas o admira em silêncio e tende para ele. Mais remotamente o mesmo
se poderia dizer do comunista Babeuf e seus sequazes nos últimos lampejos da
Revolução Francesa. Foram esmagados. Mas lentamente a sociedade vai seguindo o
caminho para onde eles a quiseram levar.
“O fracasso dos extremistas
é, pois, apenas aparente. Eles colaboram indireta, mas possantemente, para a
Revolução, atraindo paulatinamente para a realização de seus culposos e
exacerbados devaneios a multidão incontável dos “prudentes”, dos “moderados”, e
dos medíocres”.(3)
Acrescenta o jornalista: “A
dureza do clima ‘somos das trevas’ só é amenizada por um certo
clima pop [...] e pela gentileza do Papa Hell (inferno): ele pede para
a plateia cantar consigo o refrão da última canção, Monstrance Clocks.
Letra que de ingênua não tem nada. Vamos juntos para o filho de Lúcifer,
diz o refrão. A plateia não canta”.
Terminamos este artigo como
começamos: a plateia não cantou. Não cantará no
próximo ou nos próximos rock in Rio? Algo não ficará nas cabeças
dos que a compõem? Como dizia Dr. Plinio. “aexplosão desses extremismos
levanta um estandarte, cria um ponto de mira fixo que fascina pelo seu próprio
radicalismo os moderados, e para o qual estes se vão lentamente encaminhando”.(4)
Sem dúvida, caberia um
vigoroso protesto dos meios religiosos. Que, aliás, não veio…
Título, Imagem e Texto: Leo Daniele, Agência Boa Imprensa, 07-01-2014
____________
Notas:
1. “O Estado de S. Paulo, 20-9-13.
2. “Pelas coisas difíceis se vai ao inferno’’, distorção
da frase latina “per aspera ad astra”(através das coisas difíceis
se vai aos astros).
3. Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução,
I, VI 4.4.
4. Op. cit.
Imagina, se fosse uma banda anti-islamita, hein??
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