segunda-feira, 6 de novembro de 2017

[Para que servem as borboletas?] Onde há grana há cobiça... Onde há urubus há carniça... Velhinhos e velhinhas sobreviventes do Aerus...

Valdemar Habitzreuter

O trabalho é um processo, uma atividade, no qual o ser vivo se envolve para sua persistência na vida ou, melhor dizendo, para sua subsistência. A planta se fixa no solo, mas, suas raízes estão em constante atividade para atrair os nutrientes para vicejar. Já os animais têm mobilidade e saem à procura de seu alimento. E os seres humanos, estes então, com sua inteligência, têm mil e um artifícios para garantir o seu sustento. Isso significa trabalho.

Portanto, é trabalhoso para o ser vivo conseguir seu sustento. Tem de haver um esforço. Quando vemos urubus planando no ar, não é um balé ou coreografia urubesca por diversão, é uma atividade à procura de carniça; portanto, também trabalho, mesmo que isso seja um trabalho sujo, o de aproveitar-se de algo já disponível: a carniça.

Pois bem, o termo trabalho se aplica mais especificamente a nós, seres inteligentes, por denotar um planejamento de como conseguir nosso provimento. Concebemos o trabalho como indispensável para viver. E quando esse trabalho ainda tem a meta de acumular provimento para o futuro e, com isso, possibilitar uma vida de qualidade na velhice, tanto melhor; pois é nessa fase da vida que as forças para o trabalho já estão aquém do nosso desejo e é justo que nos retiremos do trabalho ativo, mas a vida ainda a queremos com muita tenacidade e saúde. Com isso contamos com o que provisionamos.

Vejam o nosso caso, velhinhos e velhinhas do Aerus: trabalhamos duramente por longos anos e planejamos nosso provimento para o futuro, tal qual abelhinhas acumulando seu mel em favos na colmeia para usufrui-lo no inverno. E agora a nossa colmeia Aerus está sendo ameaçada de esvaziamento se a grana da DT não nos favorecer como deve ser e foi ajuizado. Não podemos deixar que isso aconteça. Urge que façamos voz com os alertas e estratégias das associações e colegas mais atentos, que nos representam, para que nosso direito não seja abafado.

Com isso não queremos em absoluto deixar de fora os ativos que também têm direito à grana da DT, inclusive muitos contribuindo para o Aerus e já na reta final para a aposentadoria, mas que não chegaram lá. Há de se ter uma saída para esse contingente. Mas pela premência que envolve a classe mais vulnerável que são os idosos do Aerus, com necessidades mais acentuadas nesta etapa da vida, com despesas altíssimas, por exemplo, com planos de saúde e remédios, seu direito não deve e nem pode mais ser discutido em esferas judiciais. O melhor a fazer, como já foi aventado por muitos, é um acordo, o mais rápido possível, com o governo para que um montante x da DT venha a nos contemplar de imediato e, assim, tenhamos um provento vitalício, mesmo que tenhamos de abdicar do todo integral que nos é devido. “Mais vale um pássaro na mão do que dois no ar”.

Quanto mais se delongar a novela da DT, mais nuvens de incertezas surgirão e aproveitadores de plantão, hábeis em manobrar tais situações com esperteza judicial e burocrática, comerão pelas beiradas até minguar a vultosa soma de bilhões que a União deve à falida Varig. Sabemos que onde há grana há cobiça; e urubus sempre atrás de carniça...
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 6-11-2017

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