Rodrigo Constantino
Pobre do país que precisa de
heróis, disse Brecht. Discordo. Entendo que o papel de heróis, reais ou
mitológicos, é fundamental para forjar uma nação livre e próspera, para servir
como um norte, uma liderança que motiva os cidadãos comuns. Penso que o verdadeiro
problema não é ter heróis, mas sim escolher os heróis errados. Se o herói for
Macunaíma, aquele sem caráter, um ditador como Vargas, ou um bandido como Lula,
aí sim a sociedade estará em perigo.
Mas se Lula foi o herói de
muitos por algum tempo, hoje só lhe restou o apoio de uma militância
desesperada com o risco de perder suas boquinhas, ou então daqueles muito
alienados que encaram o PT como uma seita religiosa. O verdadeiro herói
brasileiro hoje é o juiz Sergio Moro, e isso fica claro pela recepção que ele
tem por onde passa. Pude testemunhar bem de perto isso nesta semana, quando ele
compareceu ao Fórum da Liberdade em Porto Alegre, evento do qual também
participei como palestrante.
Moro foi ovacionado de pé por uma multidão, tratado como um ídolo de rock. Merecido. É fato que, como lembrou o juiz italiano que liderou a Operação Mãos Limpas, feliz é o país que não precisa aplaudir tanto um magistrado que “simplesmente” cumpre sua função. Nesse sentido a frase de Brecht pode até se aplicar: o ideal, claro, seria não precisarmos desses heróis. Mas no mundo real o buraco é mais embaixo.
Afinal, cumprir a lei, no
caso, implica em declarar guerra a uma enorme quadrilha poderosa e perigosa.
Não é algo trivial. Envolve grandes riscos pessoais, mudanças radicais no
estilo de vida, andar cercado de seguranças, temer pela segurança dos filhos.
Quem quer que desmereça tal ato de coragem vive numa bolha, aprisionado em
abstrações utópicas. Não é à toa que Moro brincou ao dizer que estava feliz por
ver seus similares italianos vivos e bem de saúde após tantos anos.
Agir com retidão e firmeza
apesar de tantos obstáculos e ameaças demanda coragem e patriotismo, um dever
cívico que poucos possuem, e que não pode ser diminuído por séries da Netflix
que tentam retratar tudo como pura vaidade pessoal. É fácil falar quando não é
o seu na reta. Todos que conhecem o modus
operandi dessas máfias, em especial do PT, devem reconhecer que comprar
essa briga não é para qualquer um, certamente não é para os fracos e covardes.
Claro que todo herói real, de
carne e osso, tem suas falhas, e por isso é mais seguro ter os míticos, alguém
como um Batman. Os verdadeiros podem sempre escorregar: são humanos. Até aqui,
porém, Moro tem demonstrado humildade e mantém um saudável distanciamento de
qualquer pretensão política, o que só aumenta seu valor. Seu reconhecimento
pelo público é justo. O Brasil estava mesmo precisando de um herói decente…
Agir com retidão e firmeza,
apesar de tantos obstáculos e ameaças, demanda coragem e patriotismo — um dever
cívico que poucos possuem.
Título e Texto: Rodrigo Constantino, Isto É, 13-4-2018
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ResponderExcluirO erro de Sérgio Moro
ResponderExcluirO imbecil comunista caviar Brecht, no comunismo o seu "teatro" foi considerado decadente e aburguesado, e ele jogado no lixo! Morreu como idiota útil em Berlim comunista, e na Rússia, Europa do Leste, China ou Cuba, esse imbecil Brecht e totalmente desconhecido! Ele e idolatrado só no Ocidente pederasta-liberasta com seus milhões de idiotas úteis!
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