O vínculo entre o regime comunista e o
nazista tornou-se patente com a assinatura do Pacto Ribbentrop-Molotov, que
Hitler e Stalin selaram em 1939
Marcos Machado
Recente declaração do
chanceler Ernesto Araújo de que o nazismo e o fascismo são resultados de fenômenos de esquerda, bem como a
tentativa frustra de refutação pela “Deustche Welle” — versão de seu site em
português do dia 28 de março — traz à baila um assunto tratado pela mídia com
parcialidade e superficialidade.
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23 de agosto de 1939 |
Dentro do molejo férreo de uma
lógica simplista, como afirmava Plinio Corrêa de Oliveira, se, de um lado está
o comunismo, com tanta razão comparado ao anti-Cristo, do lado oposto
estaria o nazifascismo. Com efeito, entre 1929 e 1947 ele publicou, no jornal
“O Legionário”, nada menos que 2.936 artigos contra o nazismo e o
fascismo, nos quais mostra a afinidade profunda entre as doutrinas ateias e
totalitárias do nazifascismo e comunismo.
Afirmar, como o fez a emissora
“Deustche Welle”, que as falas de Ernesto Araújo vão contra o consenso acadêmico
sobre o tema é o mesmo que fraudar a verdade histórica, é cair no molejo férreo
de lógica simplista.
Assim “O Legionário”, de
27-8-1939, estampava o acontecimento daqueles dias, ou seja, o Pacto
Ribbentrop-Molotov: “Toda a orientação política de ‘O Legionário’
girou sempre em torno da convicção central e fundamental de que entre o nazismo
e o comunismo a aparente oposição se resolvia, em última análise, em uma mal
disfarçada solidariedade”.
Aproveito para ressaltar de
passagem que Plinio Corrêa de Oliveira, pelo que me consta, foi o único
articulista que a História registrou a prever o Pacto Ribbentrop-Molotov, o qual deixou estupefata a opinião mundial.
Portanto, a “Deustche Welle” não faz senão repetir uma balela midiática, velha
de 80 anos, ao afirmar existir um consenso acadêmico sobre o tema, isto é, o
nazismo seria de direita.
Em seu livro O nazismo
sem máscara, J. Bauer Reis mostra uma série de pontos comuns do
comunismo e do regime hitlerista. “O nazismo é irmão do comunismo
por seus princípios, por seus fins e por seus atos”. O autor transcreve uma
carta muito significativa de Goebbels dirigida a um chefe comunista
em Moscou, muito antes da subida de Hitler ao poder, e publicada pelo “Voelkischer Beobachter”,
órgão dirigido por Hitler, em sua edição de 14-11-1925:
“O senhor e eu, nos
combatemos mutuamente sem que, de fato, sejamos inimigos. Com isso
desperdiçamos as nossas forças e não chegaremos nunca ao terreno desejado.
Talvez a extrema necessidade nos unirá. Talvez nós, jovens, o senhor e eu,
sejamos os portadores da sorte de gerações; não o esqueçamos nunca. Eu o
cumprimento. Dr. Goebbels”.
Aí estão, caros leitores,
alguns episódios registrados pela História, o nazismo e comunismo são o verso e
reverso da mesma medalha. Por amor à brevidade, deixaremos de lado as suas
afinidades doutrinárias. Além do mais, Hitler e Stalin se assemelharam também
nas suas políticas anticatólicas e perseguições à Igreja.
Erra redondamente a “Deustche Welle”
— utilizando-se da lógica simplista e de molejo férreo — ao fazer ecoar um
velho realejo dos tais consensos acadêmicos, e assim tentar refutar as
afirmações do Chanceler brasileiro de que nazismo e fascismo são resultados de
fenômenos de esquerda.
Para estudos, defesas de tese
e trabalhos doutrinários sobre o nazifascismo e suas afinidades com o
comunismo, recomendamos os 2.396 artigos de “O Legionário”, especialmente a
espetacular confirmação do Pacto Ribbentrop-Molotov, prevista por
Plinio Corrêa de Oliveira. Até breve.
Título, Imagem e Texto: Marcos Machado, ABIM,
2-4-2019
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