terça-feira, 2 de abril de 2019

[Coluna do Almir] Memorizando a retumbante vitória dos 147%

Almir Papalardo

Vocês se recordam da retumbante vitória do nosso affair 147%? Vamos memorizá-la? Até porque nunca mais tivemos uma nova conquista, assistindo frustrados e indefesos os governos vencerem todas as demais batalhas muito desiguais em forças para nós cidadãos aposentados.


Surge, portanto, a necessidade de voltarmos ao passado para lembrar a batalha dos 147%, recuperando nosso fôlego e copiando a garra do franzino David no duelo contra o gigante Golias, partindo para a luta por acreditar que uma nova vitória ainda poderá ser obtida. Perdemos várias batalhas é verdade, mas não a guerra. Não há mal que dure para sempre e muita água ainda pode rolar debaixo desta ponte! É a promessa dos inconformados aposentados que só almejam que seus direitos sejam restituídos, acreditando na grande renovação de parlamentares do Congresso Nacional, naturalmente com novas ideias, novos conceitos, novos procedimentos e mais justiça para apresentarem ante as nossas sofridas e procedentes lamentações!

No ano de 1991, quando a inflação assolava o povo brasileiro, o governo reajustou o salário mínimo em 147%. Pretendia como ainda acontece nos dias de hoje, dar um vergonhoso e irrisório reajuste de apenas 54% para atualização das aposentadorias. A revolta e a grita foram gerais e determinadas! Os aposentados, amigos e seus familiares inconformados (mais atuantes que os de hoje), junto com a população rebelada, os caras-pintadas e os estudantes, foram para as ruas e conseguiram o reajuste de 147% também para todos os aposentados do RGPS.

Contaram com o afinado senso de justiça de uma juíza brilhante cuja atitude corajosa de peitar o governo nos salvando, deveria ser copiado por todos os magistrados brasileiros. Escreveu seu nome na história a magnânima juíza SALETE MACCALOZ (in-memoriam), até hoje venerada como a Fada Madrinha dos aposentados. Mantendo as determinações da Constituição Federal quanto à manutenção do poder aquisitivo dos aposentados, conservou nossos sagrados direitos, impedindo que hoje todos os aposentados já estivessem ganhando apenas o salário mínimo. Impediu, embora momentaneamente por falta de seguidores sensíveis e sensatos, que o aposentado e a pensionista continuassem a servir de tapete, onde governos desleais e suas "vaquinhas de presépio", costumam limpar seus elegantes e envernizados sapatos... 

Pois agora a cada novo ano o governo nos aplica um mini 147% nos reajustes, usando o famigerado e infame desvínculo da correção do salário mínimo versus correção previdenciária, conseguindo através de manobras ladinas e preconceituosas, deturpar os Artigos da Constituição/1988 e do Estatuto do Idoso/2003. Tornou-se, portanto, um procedimento que até pode ser legal, mas, é no mínimo IMORAL! O Brasil na sua soberania, com certeza, deve abominar este procedimento perverso, chorando copiosamente por assistir a barbárie praticada contra seus filhos aposentados.

No momento atual, nós aposentados, com a renovação maciça do Congresso quando muitos parlamentares novatos começam a despontar, sentimos a viabilidade de conquistarmos uma nova vitória redentora, através da formação de uma equipe de congressistas justos e decentes, que unindo o útil ao agradável, resolvam partir em nosso socorro. Estes terão certamente o nosso eterno reconhecimento pela lucidez e sentido de justiça que tanto cobramos e, nunca vimos, com raríssimas exceções, reinarem firme nestas últimas Legislaturas. Descartaram, pesarosamente, o desprezado e oprimido aposentado, fruto de uma escassez de políticos de qualidade e com capacidade de liderança, aparecendo agora a oportunidade de derrubar este estapafúrdio e nefasto critério, com a planejada Reforma da Previdência.  
Título e Texto: Almir Papalardo, 1-4-2019

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