Cristina Miranda
Já estou com os cabelos em pé
de tanto que vejo repetido, as palavras “extrema-direita” colada aos partidos
que não defendem os “valores progressistas” da esquerda radical. Não há
paciência que aguente tamanha desonestidade intelectual vinda da parte daqueles
que deveriam informar em vez de doutrinar. Não, não há partidos de
extrema-direita em Portugal nem pode haver. É a própria Constituição
Portuguesa que o diz. Não sou eu. Exige-se seriedade.
No artigo 46º – Liberdade de
Associação diz assim: “não são consentidas associações nem armadas nem do tipo
militar, militarizadas, ou paramilitares, nem organizações racistas ou
que perfilhem ideologia fascista” e o artigo 8° da Lei dos Partidos o seguinte:
Assim sendo, como explicam
alguns senhores jornalistas e comentadores a insistência em conotar partidos
portugueses à extrema-direita?
O Fascismo não é nem nunca foi de direita. O facto de ter sido omitido das aulas de
História nas escolas públicas não faz desaparecer a sua origem. E qual é ela?
O fascismo nasceu com o filósofo italiano socialista Giovanni Gentile que
acreditava que existiam dois tipos opostos de democracia: uma liberal
individualista que considerava egoísta e outra, a verdadeiramente democrática,
na qual os indivíduos se subordinavam ao Estado, uma comunidade que lembrasse a
família e em que estivessem todos juntos pelo bem comum.
Gentile era de esquerda
portanto inequivocamente o fascismo de que ele é autor é uma forma de
socialismo só que mais funcional. Enquanto o marxismo mobiliza as pessoas com
base apenas na sua classe, o fascismo mobiliza apelando às suas
identidades nacionais e classes. Segundo ele, toda a ação privada
devia ser orientada para servir a sociedade. Nesta ideologia não há distinção
entre interesse privado e público pois o braço administrativo da sociedade é o
Estado. Mussolini resumiu esta ideologia numa frase: “Tudo no Estado, nada
contra o Estado, nada fora do Estado”. Dois socialistas nos anos 30 foram
mentores na aplicação deste capitalismo direcionado pelo Estado: Hitler (líder
da Nacional Socialista que por contração deu origem à palavra “nazi”) e
Mussolini. A UE reconheceu finalmente que o Nazismo e Comunismo, duas ideologias extremistas, têm a mesma origem. Já não há desculpas para os
média continuarem com a mesma ladainha.
No lado completamente oposto
está o Conservadorismo. Aqui defende-se um governo mínimo e liberdade
individual que levado ao extremo transformaria a sociedade numa anarquia (sociedade constituída sem governo)
o que inviabiliza completamente a possibilidade de se criar uma
ditadura porque é um sistema baseado na negação da autoridade. Mas isto
ninguém lhe dirá. É para manter “esquecido” não vá a sociedade acordar do coma.
Concluindo: se não há
partidos de extrema direita em Portugal, porque não é permitida por lei, por
que razão continuam a rotular certos partidos antissistema como tal?
Bom, só não vê quem não quer.
A sociedade que temos hoje é socialista (não confundir com socialdemocracia):
Estado enorme com tentáculos gigantes que controlam todos os aspectos da nossa
vida retirando gradualmente as liberdades individuais; impostos elevadíssimos
que nos empobrecem, para justificar um Estado social cada vez mais deficitário
e ineficiente e alimentar o “apetite voraz” dos governantes; um sistema
eleitoral que eterniza os grandes partidos no poder impedindo a renovação do
Parlamento dificultando a entrada de novas forças políticas; oligarquias nos
governos; milhões de dependentes do Estado desde particulares a empresas para
maior controlo das massas; ensino doutrinário; censura e perseguição às vozes
divergentes. Como fazer frente a partidos que se dizem dispostos a ACABAR com
esta sociedade para fazer renascer outra totalmente livre, igualitária,
pacífica, inclusiva e justa com valores e ordem social, o maior perigo para
a disfuncional sociedade esquerdista? Gritando “vem aí o lobo mau”!
Na verdade o que entrou para o
Parlamento não foi a extrema-direita mas sim a verdadeira direita (que nunca
existiu em Portugal ) e que através do seu manifesto político promete
corrigir os graves atentados à democracia de que fomos vítimas durante décadas.
É a reposição dos valores ensinados pelos nossos pais e avós numa sociedade
completamente à deriva, perdida nos seus conceitos pseudo-progressistas de
desconstrução social.
Título, Imagem e Texto: Cristina
Miranda, Blasfémias,
28-10-2019
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