Chefes do executivo pedem dispensa do
Revalida a médicos formados fora
Karine Melo
O presidente Jair Bolsonaro
usou o Twitter, neste domingo (3) para endossar um vídeo do presidente do
Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro, com duras críticas aos
governadores do Nordeste. O grupo pede “a adoção de medidas por este Ministério
[da Saúde] para a integração dos médicos formados no exterior, mesmo sob
supervisão, adotando-se processo de validação dos diplomas, por meio de
programa de complementação curricular e de avaliação na modalidade
ensino-serviço, a ser realizado pelas universidades públicas, inclusive as
estaduais”.
Na prática os governadores
querem autorização para que cerca de 15 mil médicos brasileiros formados no
exterior, mesmo sem diplomas revalidados no país, atuem no combate à covid-19.
Eles atuariam sob supervisão de outros profissionais em brigadas de prevenção e
combate à Covid-19, principalmente no interior, onde faltam equipes para atender
a população.
- CFM/CRMs e o REVALIDA.— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) May 3, 2020
- O Presidente Jair Bolsonaro apoia o Dr. Mauro Ribeiro, Presidente do Conselho Federal de Medicina, contra a proposta dos governadores do nordeste. https://t.co/N55InCXF3X
Na mensagem Mauro Ribeiro
defende que esses profissionais façam o Exame Nacional de Revalidação de
Diplomas (Revalida) e diz que a prova de suficiência é a única exigência do
Conselho Federal de Medicina para que esses médicos mostrem o mínimo de conhecimento
para atender a população brasileira. “Fica aqui o nosso repúdio a essa atitude
covarde dos governadores do Nordeste. Se aproveitando de um momento trágico
para a nossa sociedade, através de argumentos mentirosos para simplesmente
criarem um casuísmo no sentido de legitimarem esses supostos médicos, que nós
nem sabemos se são médicos, de atender a população brasileira sem fazer o
Revalida”, criticou o presidente do CFM.
No mesmo vídeo o médico
ressalta que há excelentes faculdades de medicina no Paraguai, na Bolívia e na
Argentina, mas que a medida poderia beneficiar brasileiros que saem do país
para fazer faculdade nas cidades paraguaias de Pedro Juan Caballero, na
fronteira de Ponta Porã (MS) e Ciudad del Este, fronteira com Foz do Iguaçu
(PR). “São faculdades de péssima qualidade, onde não existe menor condição de
ensino e aprendizagem na complexidade que exige a medicina”, diz o Mauro
Ribeiro.
Título e Texto: Karine Melo;
Edição: Aline Leal – Agência
Brasil, 3-5-2020, 11h05
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