Cristian Derosa
Estamos em meio a uma guerra
por mais uma Independência do Brasil. A independência de movimentos externos
que, no momento, se apresentam em duas frentes: o Foro de São Paulo e a elite
internacional globalista.
O Foro de São Paulo tem como
seu agente atuante o STF, na pessoa de Alexandre de Moraes, que serve aos dois
blocos conjuntamente, através da estratégia dialética baseada na:
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Foto: Agência Brasil |
2) ao mesmo tempo,
empurrar o presidente para uma ação que seria interpretada como golpe, símbolo
narrativo que ativaria a radicalização da esquerda, justificando exatamente um
golpe do establishment.
Este é um dilema do
presidente, mas também indica um dilema aos seus eleitores e apoiadores, o que
demanda conhecimento e muita perspicácia para ponderar o que esperar, o que
fazer, onde e quando agir.
A natureza contraditória e
excludente das duas ações promovidas pela esquerda, cria uma tensão que, em
muitos sentidos, paralisa a ação conservadora, dividindo-a em dois lados, cada
um apoiando a resolução prioritária de um dos dois problemas, o que significa
aceitar as consequências do outro. Esse é um terceiro problema, oculto entre as
duas ações simultâneas promovidas pela esquerda.
À maneira das análises de
conjuntura marxistas, a identificação dos agentes principais e das suas
possibilidades, tem como função identificar os caminhos e potências dentro de
um cenário político específico, tendo em vista a conjuntura histórica e
política. Vendo as duas ações simultâneas do inimigo, concluímos logicamente
que o ataque a um dos dois problemas resultará em benefício do agente, por
melhor que seja feito. Mas essa conclusão pertence ao campo teórico, não sendo
possível prever na realidade o resultado. Isso é o que justifica uma visão dialética
das possibilidades.
A opinião pública é um lugar
de disputa, um campo no qual ocorre uma luta diária pelo controle. Na tese da
Teoria do Agendamento, que estuda a transferência de agendas ou preocupações e
atenções na sociedade, há a agenda midiática, as agendas
políticas e, concorrendo com elas, a agenda governamental.
Essas três esferas lutam pelo controle e determinação do que vem a ser a
opinião pública ou agenda pública, conjunto do que é importante, com seus
conceitos e legitimação de usos. Fora disso tudo, à parte de tudo, esteve
sempre o povo, a sociedade concreta, que é em grande parte
determinada pelo estágio e teor dessa luta incessante. Essa sociedade concreta
só se manifesta historicamente quando há um intermediário que a represente, um
discurso que ela identifica e que se identifica com ela.
Pelo controle da opinião
pública, no Brasil atual, lutam as forças globalistas, que
controlam hoje as agendas político-ideológicas (PT, PSDB, centrão + mídia) com
amplo poder de financiamento para uso de ONGs, movimentos sociais e
fornecedores de conteúdo narrativo e poder de publicidade, influência política
etc.
De outro, temos a agenda
do Governo Bolsonaro, eleito pela primeira vez por um movimento
espontâneo vindo de uma revolta legítima da própria sociedade em defesa de seus
valores e que se vê profundamente representado. Desde o início deste governo,
porém, faltou a ele uma agenda política, no sentido de instrumentos políticos
de concorrência na opinião pública, restando às redes sociais esse papel.
Desde as eleições, muitos
acreditaram que as redes sociais eram suficientes para intermediar essa voz
externa e a favor do governo. Dela vieram os sites de mídia independentes, que
buscavam ser esse intermediário. A pouca força que alcançaram foi suficiente,
apenas, para que se tornassem alvo de CPMI e inquéritos persecutórios.
Justamente por saberem o poder contido neste tipo de intermediação midiática,
os representantes do sistema empenham grande esforço contra esses sites e vozes
de suporte ao governo.
O governo não pode,
democraticamente, agir em linha direta na opinião pública. Isso caracterizaria
uma ditadura. Mesmo em regimes totalitários, governos se utilizam de
instrumentos que falseiam uma “voz independente” ou externa ao regime. Na
democracia, embora seja o governo do povo, a sociedade necessita de
instrumentos de influência na opinião pública. Isso demanda sites, jornais,
entidades e personalidades que a representem. As redes sociais geraram a mídia
independente. Mas ela nunca foi fortalecida o suficiente e, agora, vem sendo
perseguida pelo pouco que conquistou em defesa do governo.
A solução neste momento,
portanto, diante da ausência de um meio legítimo de influência na opinião
pública em favor da agenda popular que foi eleita com este governo, parece ser
a ação do próprio governo, o que resultaria na conclusão lógica de uma
ditadura. Ora, não tendo os meios de agir indiretamente, por meio da própria
população que o elegeu, cabe apenas ao presidente agir, criando condições para
a narrativa de uma ditadura, de um golpe autocrático.
Não podendo agir concreta e
claramente, porém, uma outra solução se mostra possível: a ambiguidade para
dividir o poder simbolicamente. Esta é a tática por trás das ações do inimigo
neste momento e usá-la em resposta pode ser a única solução.
O Supremo Tribunal Federal vem
agindo contra diversas medidas do presidente, o que significa que as considera
ilegítimas, o que pode ser ambiguamente estendido à autoridade do próprio
presidente e do governo. Como vem lembrando o filósofo Olavo de Carvalho, se o
STF considera ilegítimo o presidente da República, a legitimação deste àquela
autoridade usurpada só pode resultar em uma aceitação de guerra assimétrica e
um suicídio, bem como abandono voluntário do cargo de facto.
Ao deslegitimar os usurpadores
(STF), por meio de ações pequenas, mas legalmente válidas e simbolicamente
efetivas, o governo concede a seus apoiadores o poder de obedecer somente a
ele, dividindo o país em uma autoridade ilegítima contra uma legítima.
Quando a China caiu nas mãos
dos comunistas, os nacionalistas que lutavam pela retomada do país tiveram que
fugir para a Ilha de Taiwan, declarando-se como a República da China, em
repúdio ao regime que se declarava “República Popular da China”, governo por
eles não reconhecido até hoje.
Se algumas ações do governo
sinalizarem a deslegitimação do poder do Supremo, isso daria aos seus
apoiadores que se veem perseguidos, um poder narrativo e por extensão político,
não para criar um governo paralelo (o que caberia ao governo e dependeria de
outras ações), mas uma opinião pública paralela e coesa em torno do verdadeiro
país que está sendo usurpado.
Todas as esquerdas fazem
precisamente isso e não é por outro motivo que tomam o poder e oprimem seus
adversários. Acreditam-se proprietários do país que usurpam e falam em nome de
um povo imaginário, representado por seus militantes. A verdadeira sociedade,
porém, dificilmente detém os meios para fazer isso. Com as redes sociais, a
consciência de valores universalmente válidos, como o cristianismo, os
conservadores podem sonhar suplantar e vencer o próprio globalismo.
E toda a política precisa ser
pensada assim. Afinal, o quanto vale aquilo que acreditamos?
Título e Texto: Cristian
Derosa, Estudos Nacionais, 17-6-2020
Ato falho: Folha admite que inquérito é contra bolsonaristas, não fake News
ResponderExcluirSem nunca ter apresentado uma única mísera notícia falsa dos investigados, Folha já admite que o maior crime a ser punido no Brasil é votar no Bolsonaro
A Folha de S. Paulo publicou ontem, 17, um artigo sobre a reunião da Suprema Corte para legalizar o inquérito das fake news do ministro Alexandre de Moraes.
Ao tentar explicar a sessão do STF, o jornal entregou, no titulo, a real intenção do inquérito: a perseguição a apoiadores de Bolsonaro, e não a quem propaga fake news:
“STF forma maioria pela legalidade do controverso inquérito das fake news que mira bolsonaristas”, diz o título da matéria escrita por Talita Fernandes.
Oliver, Senso Incomum, 18-6-2020