Luiz Carvalho
Pronto. FODEU! Bastou isso
para dar início a uma gritaria sem fim, palpites dos mais variados tipos e
gostos. “Ainn qual a razão dessa manifestação?”. “Ainn pq n pode levar cartaz?”.
Para começo de conversa não é manifestação, tampouco protesto.
"Estarei na
Paulista realizando um ato pacífico em defesa do nosso estado democrático de
direito". Razão pela qual pediu-se a ausência de cartazes e
dizeres de qualquer tipo, direcionados a quem quer que seja — creio que o
contexto subliminar se estende às instituições.
"Não compareçam com
qualquer faixa ou cartaz contra quem quer que seja".
Ainda que fosse convocação à
manifestação, seria puramente do exercício da expressão, tornando o ato não
apenas o momento para um discurso, mas também a oportunidade de se defender de
acusações na presença de milhares de testemunhas, em local mais que adequado:
as ruas.
"Nesse evento, eu
quero me defender de todas as acusações que têm sido imputadas à minha pessoa
nos últimos meses".
Fica claro, portanto, que se trata de chamado
a um encontro para ato público, em via pública, a favor do estado democrático
de direito. Mas o que seria esse tal Estado Democrático de Direito? Segundo
conceito encontrado no Google, é ‘aquele em que o poder do Estado é limitado
pelos direitos dos cidadãos. Sua finalidade é coibir abusos do aparato estatal
para com os indivíduos’.
"Mais do que discurso, uma fotografia de todos vocês — porque vocês são as pessoas mais importantes deste evento —, para mostrarmos para o Brasil e para o mundo a nossa união, as nossas preocupações, o que nós queremos."
Bolsonaro fará um discurso e
precisa do seu, do meu, do nosso apoio. Seu comparecimento voluntário como
indivíduo-parte da sociedade civil, servirá para dar respaldo ao que se
pretende dizer na ocasião e o que vier a ser dito durante o evento: frases e falas
fora do escopo previamente elaborado. Bolsonaro busca legitimidade para o ato.
É quase uma nova versão de
"Eu tenho um sonho", célebre discurso de Martin Luther King Jr,
evento que reuniu 250 mil pessoas para ouvir o pastor e ativista político, em
1963. Vá com amor e desejo de fazer parte da história.
Mas vá, principalmente, para ouvir
e apoiar o seu líder.
Caso o prendam antes do dia
25, ficará patente, mais do que sempre foi, a perseguição, o que vem sendo
denunciado antes bem como o que pode ser denunciado na data e depois do evento.
Bolsonaro poderá dizer, inequivocamente, que o IMPEDIRAM de expressar-se
publicamente de maneira pacífica sendo este um DIREITO compreendido dentro do
conceito de estado democrático de direito.
“O Estado Democrático de
Direito vem calcado não apenas na obediência em seu âmbito de atuação à legalidade,
mas também e principalmente, na existência da necessidade de legitimidade de
suas decisões, legitimidade esta que só é alcançada quando respaldada
pela vontade do povo, o que se dá mediante a participação na formação da
vontade estatal, individualmente, ou por meio de organizações sociais ou
profissionais. Isto porque é a participação que proporciona à população a
oportunidade de manifestar livremente, sem restrições, sua própria vontade.”
- (Kammer, Iris. 2003 - ALESP).
Título e Texto: Luiz
Carvalho, X,
16-2-2024, 12h40
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