Paulo Hasse Paixão
Os mesmos palhaços que te
mentiram sobre os índices de mortalidade do Covid-19; os mesmos falsários que
te enganaram sobre a eficácia das máscaras e do distanciamento social e dos
confinamentos e das vacinas; os mesmos chefes da redação do inferno que te
venderam as virtudes das guerras no Iraque e no Afeganistão e na Síria e na
Líbia e na Ucrânia; os mesmos fazedores corruptos da opinião pública que
defenderam os benefícios da globalização e da diversidade;
os mesmos profetas
erráticos que anunciam o apocalipse climático para depois de amanhã desde os
anos 60 do século XX; os mesmos doutores da academia do caos que te convenceram
que a imigração massiva de povos com referências culturais e religiosas
diametralmente diferentes das tuas é uma ideia redentora para a civilização em
que foste criado; os mesmos ativistas radicais que te tentam impingir Trudeau
como um herói da democracia, que juram a pés juntos que Biden ganhou nas urnas
as eleições de 2020 e que Macron defende os interesses dos franceses, que von
der Leyen é mais que apenas uma burocrata com tiques autoritários e que a União
Europeia é uma instituição recomendável, em vez de uma organização mafiosa;
os
mesmos canalhas que conseguem argumentar que no futuro serás privado do direito
à propriedade e do direito à privacidade e que ainda assim vais ser feliz; os
mesmos caciques que desvalorizam a liberdade em nome da segurança; os mesmos
filhos de um deus menor que te recomendaram os centros comerciais em desfavor
das igrejas; os mesmos arcanjos de Satanás que te anunciaram a morte de Deus
para logo a seguir encostarem a ciência à parede da fé religiosa;
[pausa para respirar]
estes mesmos agentes da
destruição do teu mundo, dos valores em que foste criado, do legado dos teu
avós, do futuro dos teus filhos, continuam agora empenhados em formar o teu
juízo sobre a guerra em Gaza, o racismo dos irlandeses, a erudição científica de
Greta Thunberg, a legitimidade revolucionária dos rapazinhos da Antifa e do
Just Stop Oil, a normalidade dos excessos de mortalidade, a ambição
conquistadora de Putin, os benefícios da propaganda, os malefícios da
“desinformação”, as virtudes do ateísmo, a indiscutível infalibilidade da
ciência, a generosidade humanista do anti-papa, o talento visionário de Klaus
Schwab, os perigos da “supremacia branca” e da “extrema-direita”, a
homossexualidade de Alexandre, o Grande e a etnia mestiça de Isaac Newton.
A BBC de hoje deixaria envergonhada a redacção do Pravda soviético. https://t.co/1kiW9FitCy
— ContraCultura (@Conta_do_Contra) December 5, 2023
Não achas que já é tempo de
desligares a televisão, evitares a imprensa corporativa, contrariares a manada
das redes sociais e começares a pensar por ti próprio?
Não foi por isso que Deus te
deu mais neurónios que ao firmamento corpos celestes? Não foi por isso que
nasceste com a natural capacidade do livre arbítrio?
Dá uso aos teus dons de
Sapiens. É por aí que vais encontrar aquilo que desde sempre procuras: um
significado para a vida.
Título, Imagem e Texto: Paulo Hasse
Paixão, ContraCultura,
15-2-2024
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