Paulo Hasse Paixão
O líder supremo dos Taliban,
Mullah Hibatullah Akhundzada, comprometeu-se a reintroduzir mais leis islâmicas
no aparelho jurídico do Afeganistão, incluindo a lapidação e a flagelação
públicas como castigo pelo adultério.
Akhundzada anunciou assim a reintrodução da barbárie:
“Dizem que é uma violação
dos direitos das mulheres quando as apedrejamos até à morte. Mas em breve
aplicaremos o castigo por adultério: Vamos flagelar as mulheres em público.
Vamos apedrejá-las até à morte em público”.
Apesar das promessas de um
regime mais moderado após assumir o controlo de Cabul em agosto de 2021, depois
da caótica e vergonhosa retirada dos Estados Unidos, os talibãs restabeleceram
muitos dos duros castigos que instituíram durante o seu anterior governo no
final da década de 1990. Os comentários do Líder Supremo desafiaram diretamente
as concepções ocidentais dos direitos das mulheres. Numa das mensagens emitidas
na televisão estatal, Akhundzada afirmou:
“As mulheres querem os
direitos de que os ocidentais estão a falar? Eles são contra a Sharia e as
opiniões dos clérigos, os clérigos que derrubaram a democracia ocidental”.
O retardado líder taliban defendeu que os direitos humanos são os que “representam a vontade de Deus”, em contraste com as sociedades ocidentais, que “representam o demónio”. As suas palavras foram recebidas com fortes críticas pelas Nações Unidas, que apelaram, inconsequentemente, ao fim das execuções públicas, das chicotadas e das lapidações no Afeganistão.
Akhundzada, que permanece
escondido dos olhos do público, à excepção de alguns retratos antigos, opera
alegadamente a partir da fortaleza dos Taliban em Kandahar. Nas suas mais
recentes declarações públicas, o líder islamista continuou a sublinhar a tenacidade
dos Taliban na sua guerra contra a influência ocidental.
De facto, a única forma da
civilização ocidental fazer boa figura nos tempos que correm, é quando
contrasta com os “valores” dos Taliban. Ainda assim, a responsabilidade pela
barbárie que volta a reinar no Afeganistão não pode deixar de ser atribuída aos
EUA e à incompetência do regime Biden, que deixou no poder precisamente os
mesmos bandidos que lá esteve a combater durante vinte anos, vinte.
Como o Contra já noticiou a
este propósito, o desvario da administração americana não tem limites: Um
relatório oficial revelou que o governo federal doou 2,35 mil milhões de
dólares ao Afeganistão nos últimos dois anos, apesar do país ser agora
governado por estas criaturas saídas de um pesadelo medievo.
Título e Texto: Paulo Hasse
Paixão, ContraCultura,
3-4-2024
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