O baixo Sr. Genro (e outros assuntos)

Peter Wilm Rosenfeld
Nosso mundo político, ativo como só ele sabe ser, sempre nos oferece novas surpresas. Lamentavelmente, é raro que essas surpresas sejam boas, alvíssaras.
Geralmente, referem-se a fatos que sequer deveriam acontecer, mas a inventividade humana não tem limites quando voltada para o mal, para fatos ou ocorrências inesperados e, geralmente tristes.
Farei referência a alguns, confessando que preferiria estar transmitindo boas novas a meus leitores!

Foto: Valter Campanato/ABr

Quem tem liderado a lista de malfeitores nos dias que correm, repetindo tristes desempenhos em passado não muito distante, é o atual governador do Rio Grande do Sul; constrangido, menciono o nome: Tarso Fernando Herz Genro, que normalmente assina só Tarso Genro.
O Brasil todo o conhece, pelo menos de nome, eis que ocupou vários ministérios no governo do Sr. da Silva: presidiu o Conselho Econômico e Social, foi Ministro de Relações Institucionais, Ministro da Educação, Ministro da Justiça. Extensa a lista de cargos, pois não?
Notabilizou-se por haver introduzido a discriminação racial no País, instituindo quotas raciais nos estabelecimentos de ensino, especialmente nos cursos superiores. Notabilizou-se, igualmente, ao decidir (ou ter participado do grupo que decidiu) transformar em crime o uso de expressões como “negrão”, ou negro (afro descendentes agora) e expressões semelhantes.
Mais recentemente, já como governador, em aula magna em uma das universidades do Estado, defendeu o uso da maconha, por ser inofensiva...
Em novembro pp., baixou o Decreto nº 48.590 de 18/11/2011, conferindo a Medalha Cruz de Ferro da Brigada Militar (equivalente às Polícias Militares nos outros estados) a 7 coronéis e, pasmem, ao Sr. Tarso Fernando Herz Genro.

Creio que não existe qualquer outro caso no mundo democrático em que o primeiro mandatário de um ente da federação tenha condecorado a si próprio. E, certamente, deve se orgulhar de haver sido condecorado pelo governador do estado em que vive...
Esse cidadão não tem culpa de ser bastante baixo em estatura física (talvez 1,60 m); mas tão baixo em estatura moral é só devido a ele!
O homem que, como Ministro da Justiça do Governo do Sr. da Silva não deu asilo a dois atletas cubanos que desejavam morar em um país democrático, devolvendo-os a Cuba em dois dias, mas que deu asilo ao criminoso Cesare Battisti, que assassinou quatro pessoas na Itália, tendo sido condenado naquele País amigo à prisão perpétua, mostrou que além de ter uma estatura física pequena tem uma estatura moral irrisória; aliás, deveria ter dito que nem estatura tem!
Recentemente, decidiu passar férias de dez dias em Cuba, paraíso dos irmãos Castro. Fiquei pensando o que terá levado o Sr. Genro a Cuba, onde certamente se hospedou em um dos hotéis de luxo, cortesia do governo cubano.
Aliás, a Presidente da República, não querendo ficar para trás, resolveu também fazer uma visitinha relâmpago aos irmãos Castro; cortesia, deferência ao atual decano dos ditadores, sei lá. Como tinha tempo livre e o Brasil não tem qualquer problema nesses dias (substituição de ministro não é problema, tomem nota...) foi até lá. Para não perder a viagem, resolveu conhecer o Haiti, agora que o Brasil se tornou significativo importador de naturais daquele país...
Continuando com os assuntos da Presidência, é interessante notar que a região do Rio de Janeiro que tanto sofreu com as chuvas no ano passado continua exatamente no mesmo, rezando para que não chova neste verão.
Os auxílios prometidos não se materializaram. É triste constatar algo assim! A solidariedade humana é só da boca para fora. E o Governador, onde anda?
Mas, ainda na área federal, parece que está decidida a substituição de mais um Ministro, o das Cidades. Talvez quando enviar o presente texto a troca já tenha ocorrido. Será o sétimo. Verdade que em 38 ministros, trocar sete ainda pode ser pouco...
Mas ainda sou de opinião que se fossem “apenas” 15, ou número parecido, o(a) Chefe de Governo poderia se haver muito melhor, até porque teria a oportunidade de “conhecer” melhor as pessoas. Com 38, jamais isso poderá acontecer.
Já chega de poder executivo. Passemos ao legislativo, que também nos proporciona assuntos permanentemente, mas é triste de constatar que todos eles são de lamentar.
Há não muito tempo mencionei a contratação de serviços de engraxateria por alguns milhões de reais anualmente. Haja sapatos e haja graxa.
Foi novidade para mim saber há pouco que nossos distintos (!) senadores recebem, como cortesia da casa, um Plano de Saúde vitalício, que cobre toda e qualquer ocorrência com o titular e seus familiares!
Que o Senado lhes proporcione um plano de saúde durante o exercício do mandato já seria um “extra” significativo em sua remuneração. Mas vitalício?
Será que essa é mais uma cortesia do presidente da instituição, o eterno Sr. Ribamar?
Não é crível que algo assim seja criado, quase que na calada da noite, quem sabe integrando um de tantos “atos secretos” de que tomamos conhecimento há uns poucos anos?
Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre (RS), 01 de fevereiro de 2012

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