O que é real? Como conhecemos? O que é certo e o errado? Existem
valores supremos? O que eu sou? Como devemos encarar o papel da ciência?
Escrito por Garrett J. DeWeese
e J. P. Moreland e traduzido por Vitor Grando da Silva Pereira – filho deste
escriba. (!!)
Jonas Madeira, Editor,
escreveu o prefácio à edição em português:
É preciso se habituar à luz do
sol antes de ser capaz de vê-lo”. Com essas palavras, Sócrates tenta convencer
o jovem Glauco — um dos interlocutores de Sócrates na República, de Platão — de
que a filosofia não é um conhecimento que se adquire da noite para o dia. Ela
requer um tempo de adaptação. Imagine-se em um quarto escuro e algúem de súbito
acende a luz. Sua reação imediata será levar as mãos ao rosto, para proteger os
olhos da intensa claridade. Mas levará apenas alguns instantes para você se
acostumar com a luz e poder enxergar melhor as coisas ao seu redor.
Guardadas as devidas proporções,
o mesmo acontece com a filosofia. De início, parece que não vamos conseguir
entender nada. Mas o tempo vai passando e, com um pouco de paciência,
perseverança e, sobretudo, hábito, a filosofia vai se tornando cada vez menos
complicada, e também cada vez mais familiar.
Foi justamente pensando
naqueles que querem desenvolver o hábito da reflexão filosófica que os autores,
Garret J. DeWeese e J. P. Moreland, escreveram este livro. Porém, não espere
encontrar uma sequência de clichês edificantes, de receitas prontas, de dicas demasiado
facilitadoras. Lembre-se, este é um livro de filosofia! No entanto, é um livro
de filosofia cujas dificuldades foram trabalhadas de forma a esclarecê-las.
Fazer filosofia não é ser
confuso e muito menos falar difícil. É óbvio que, como qualquer outra
disciplina científica, a filosofia possui termos, expressões e jargões que
fazem parte do seu vocabulário próprio. De fato, é necessário aprender o “filosofês”;
porém, como qualquer outra linguagem, isso demanda tempo, um período de
adaptação. O importante é não se desesperar. Sem dúvida aparecerão termos que
um iniciante nunca ouviu falar. Não há porque se preocupar. Os autores
procuraram explicar os termos e conceitos filosóficos com clareza e precisão.
Além disso, para ajudar na
compreensão da filosofia, os autores organizaram o livro a partir das
disciplinas filosóficas (lógica, metafísica, epistemologia, ética, antropologia
filosófica e filosofia da ciência), as quais contemplam as questões mais recorrentes
no estudo da filosofia (O que é a verdade? O que é real? Como conheço? Como
vivemos? O que sou? Qual o papel da ciência?). Essa estratégia tem o objetivo
de ajudar o leitor a compreender as disciplinas da filosofia a partir das
questões que têm atravessado épocas e gerações. Questões que são debatidas,
analisadas e respondidas pela própria teologia cristã ao longo da sua história.
Depois de considerar cada uma
das questões filosóficas, os autores convidam seus leitores a se engajarem
intelectualmente na cultura em que vivem. Levando em conta o contexto
brasileiro, esse convite deve ser mais do que bem-vindo, deve ser aceito.
Precisamos como nunca de cristãos comprometidos com a Palavra de Deus,
conscientes dos conflitos entre as diversas cosmovisões contemporâneas e, acima
de tudo, aptos para dar uma resposta sobre a razão de nossa esperança (1Pe
3.15).
Que este livro possa nos
despertar para a busca da relevância da cosmovisão cristã para a nossa cultura,
pois a fé cristã não é uma fé apática, sem cérebro, mas sim uma fé viva e
inquiridora. Como disse Santo Anselmo: “Nossa fé é uma fé que busca o
entendimento”.
Gostei do livro, aliás, eu
gosto da Filosofia e de filosofia, gosto de pensar, embora seja preguiçoso –
admiro quem não é. Aprendi mais alguma coisa lendo este livro.
![]() |
O Pensador (Le Penseur), de Auguste Rodin |
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