segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Rui Veloso tem razão

Vitor Cunha
Rui Veloso tem razão, pelo menos no que foi publicado no DN (versão online gratuita, é um desperdício pagar mais pelo jornal do que o que se paga pela música).

É muito difícil para mim aceitar a realidade do país. Fico à espera que isto um dia tenha compostura e volte aos valores básicos da vida.

Também sinto isso. A realidade do país é uma cambada de pendurados no Estado, sempre com a lâmina encostada ao pulso, com a ameaça de “vou cortar”, como se alguém quisesse mesmo saber ou, pior, como se a reacção ao corte não fosse o aplauso generalizado dos contribuintes. Eu próprio espero que isto tenha compostura e que um destes dias se volte aos valores básicos da vida como, por exemplo, não nos humilharmos com lâminas no pulso a tordo e a direito.

… perdido algures nestes últimos 30 anos de grande confusão e de desrespeito total pelos portugueses.

Tecnicamente foram 40 mas admito que a crise de 1983 já seja demasiado longínqua.

A música é para todos, mas nem todos são para a música.

De acordo. Os concursos televisivos são ridículos. Lá porque um gajo consegue cantar não quer dizer que possa fazer carreira na música. É como aqueles cursos para professores: existem mas não significa que vão leccionar. Como os sociólogos (e daí, talvez estes sejam maus exemplos).

É natural que os portugueses estejam baralhados e que adotem comportamentos próprios de quem foi cobaia.

De acordo. Os portugueses estão baralhados. O problema parece ser sempre o mesmo: acharem que alguém se importa que andem de lâmina encostada ao pulso a gritar “agarrem-me que eu corto”.

É uma procura para voltar às raízes e uma reavaliação – que todos fazemos numa determinada altura de modo a saber o que a vida realmente é.

Também concordo. Se um criativo reescrevesse essa frase e a colocasse com uma imagem de uma criança a soprar um dente-de-leão com os pés num rio, todos faríamos like no Facebook.
Título e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 11-08-2014

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