Valdemar Habitzreuter
É interessante a postura
simplista da ‘presidenta’ frente aos desafios que a realidade brasileira,
mergulhada em graves problemas borbulhantes, exige. Simples assim: “o
impossível se faz já; só os milagres ficam para depois”.
Parece que ela reconhece a
situação caótica em que se encontra o país. Neste caso, o slogan do título faz
jus ao que vai acontecer em 2015: os problemas irão persistir e mesmo se
agravar, pois o impossível, sendo impossível, é irrealizável e muito menos “se
faz já”. Há aí uma confissão velada de impotência por parte dela de colocar o
país nos trilhos.
Portanto, os compromissos que
assumiu em seu discurso são simplesmente relatos de intenções para satisfazer
aos fanáticos petistas e à base aliada que, numa atitude de puxa-saquismo –
mesmo sem saco –, irromperam em aplausos.
É triste sermos representados
no Congresso Nacional pela maioria hipócrita, coadjuvantes que são da figura
impotente que pretende transformar o Brasil para melhor. Um governante fraco,
mesmo revestido do poder, na maioria das vezes não realiza nem o possível e,
quiçá, o impossível. A ‘presidenta’ auto revestiu-se de impotência ao finalizar
seu discurso de posse: “o impossível se faz já; só os milagres ficam para
depois”.
Mas, isto não é novidade a
todos nós. Os quatro anos anteriores comprovaram isto: o Brasil não avançou
social e economicamente. Houve estagnação no governo anterior dela. E quando se
fala em estagnação, fala-se de falta de progresso.
Ao longo de seu discurso de posse
– por sinal bem elaborado – o aspecto da convicção ficou pairando no mundo da
lua. Parecia que a ‘presidenta’ estava flutuando acima dos problemas do solo
brasileiro, seus pés não estavam fincados no chão. Sua mente parecia divagar
como se estivesse alheia ao conteúdo do pronunciamento. O discurso pareceu uma
‘decoreba’ de uma aluna do ensino fundamental.
Conclusão: o discurso era dela
de verdade? Ou algum mago marqueteiro a inspirou a balbuciar palavras flatus vocis cheias de bravatas para
impressionar os incautos e deixar transparecer poder que lhe falta?
Estamos no mato sem cachorro.
Mais quatro anos de incertezas. Teria sido preferível a ‘presidenta’ ter
adotado outro slogan: “Só milagres nos tirarão do caos, o impossível é irrealizável".
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 3-1-2015
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