O antigo primeiro-ministro italiano
reconhece, ainda assim, que "não há apenas uma fórmula política para
governar".
A atual situação económica de
Portugal é “bastante interessante” e deve-se aos “esforços consideráveis”
feitos pelo governo de Passos Coelho. A opinião é de Mario Monti [foto],
antigo primeiro-ministro italiano, que, em entrevista ao Expresso (acesso
pago), admite também que “não há apenas uma fórmula política para governar os
países”.
A recuperação da economia
portuguesa é, para Mario Monti, “melhor do que o esperado”. “O país saiu de
tempos muito difíceis, os resultados das eleições e a situação política não
foram tão simples como se poderia imaginar, mas apesar disso os resultados
são muito bons, construídos a partir dos esforços consideráveis realizados no
governo de Passos Coelho”, diz o também economista e professor.
"Os critérios usados pelas agências são bastante complexos,
mas a melhoria da situação financeira, oficializada pela revogação do PDE, terá
com certeza efeito.”
Mario Monti
Antigo primeiro-ministro italiano
Assim, espera Mario Monti, não
faltará muito para que Portugal consiga uma revisão em alta do rating atribuído
pelas agências de notação financeira. “Lá chegaremos. Os critérios usados pelas
agências são bastante complexos, com muitas variáveis, mas a melhoria da
situação financeira, oficializada pela revogação do Procedimento por Défice
Excessivo, terá com certeza efeito”, afirma, alertando, ainda assim, para rácio
da dívida em relação ao PIB, que “ainda está muito alto”.
Seja como for, “o quadro
global de Portugal está a melhorar” e Mario Monti admite estar “bastante
confiante” em relação ao país.
Apesar dos elogios a Passos
Coelho, Mario Monti reconhece que Portugal cresce agora com uma política
diferente da que foi implementada pelo anterior governo. “É interessante do
ponto de vista dos economistas e políticos. Mostra que não há apenas uma
fórmula política para governar os países. Provavelmente, o que é mais
importante é uma determinação clara e a necessidade de coerência ao longo do
tempo, a estabilidade. É crucial para os investimentos internos e externos”,
conclui.
Título e Texto: eco – economia online, 3-6-2017
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