quinta-feira, 1 de junho de 2017

Um erro enorme

Rui A. 

Passos Coelho começou, finalmente, a dizer o óbvio: que a razão da economia portuguesa estar a ir bem, neste momento, é devida ao facto do atual governo ter inflectido as políticas iniciais e ter começado a cuidar do défice das contas públicas. Mas há muito mais que ele tem que dizer aos portugueses, se quiser ter alguma esperança em voltar a ser primeiro-ministro.

Primeiro, que a recuperação da economia se deve ao seu governo, que estancou a falência do estado, em 2011, e iniciou um caminho de recuperação.

Segundo, que ninguém com o juízo todo na cabeça poderá acreditar que estes atuais resultados econômicos se devem ao facto do atual governo ter aumentado uns cêntimos às reformas e reduzido alguns tributos para alguns escalões sociais, no ano passado. Ainda que essas medidas pudessem ter algum impacto positivo na economia, certamente que não seria dois ou três meses depois de terem sido tomadas. Por conseguinte, é devido a políticas vindas de trás e ao facto do governo atual não estar a estragar o essencial (o que, com o Bloco e o PC à ilharga, não é feito a desconsiderar…), que a economia portuguesa está a crescer.

Em terceiro lugar, que sem reformas profundas e se o governo assassinar os setores econômicos – como o do turismo – que têm dinamizado a economia, este bom ambiente não perdurará por muito tempo.

No fim de contas, Passos cometeu, quando passou para a oposição, um erro enorme: o de ter anunciado a vinda breve do «diabo». Com isso, ele desvalorizou o seu próprio trabalho e não se apercebeu que a herança que deixou era bem mais forte do que aquilo que pensava. Mas era.
Título, Imagem e Texto: Rui A., Blasfémias, 31-5-2017

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