terça-feira, 13 de agosto de 2019

[Aparecido rasga o verbo] A teia dos poderosos e o labirinto dos otários

Aparecido Raimundo de Souza

AQUELE OU AQUELA DO POVO que falar pelos cotovelos, ou melhor, vomitar pela bunda, que os Poderosos de Brazzzília não são iguais a essas aranhas que enrodilham teias, sinalizam que o proletariado (quando falamos proletariado, apontamos o Mané, o Miúdo e o Sem Noção) realmente está mais imbecilizado do que parece. Com certeza, a galera que compõe a parte mais desgraçada e miserável da sociedade precisa passar por uma reciclagem severa. Necessita ser reinventada, reconstruída, reformada, ao menos para tomar vergonha na cara e deixar de ser otária. Pior que otária, trouxa! O brasileiro é, acima de tudo, um abestalhado revestido num envoltório cheio de merda.

Gosta de viver com o nariz chafurdado na titica. O pilantra Michel Jackson Temer, por exemplo, reza em papel higiênico oposto. Detesta bosta. Por isso continua (embora um pouco afastado dos holofotes) de nariz empinado, como se as pessoas aos seus pés formassem uma multidão de privadas cheias de excrementos. O brasileiro é um zero à esquerda, um desnorteado, desqualificado e apatetado do dia a dia. Por extensão, esse lorpa se agrupou a uma raça em fim de carreira. Dito de forma mais abrangente, uma tipologia em extinção. A sociedade ama os Poderosos de Brazzzília. Como os crentes cultuam a Jesus Cristo, ela venera esses crápulas como se eles fossem santos milagreiros. Tipo unha e carne. Igual padre e coroinha, velório e defunto, caixão e sepultura. Um não vive sem o outro.

Por parentesco, a sociedade se tornou uma genealogia deturpada, um apêndice retocado, um complemento esfacelado. Assemelhada a um adendo, se fundiu e se entrelaçou. E a vaca foi para o brejo. Os Poderosos de Brazzzília estão corrompidos até os colhões. A sociedade, além dos testículos, se deixou apodrecer na alma e no espírito. Os Poderosos de Brazzzília gostam de enfiar picas bem dilatadas nos rabicós dos brasileiros. E os brasileiros amam tomar em seus respectivos orifícios de cagar. Acostumaram. Iríamos mais longe e asseveraríamos que os brasileiros nasceram para tomar no “canal do panamá” e em outros buracos e reentrâncias que estiverem como bolas da vez. É o brasileiro que encabeça uma plêiade de ogros estúpidos, incivis, atrapalhados e estultos sem rumos direcionados, sem portos, sem destinos e sem Deus.

Brigam entre si, se digladiam em nome de siglas partidárias mais sujas que pau de galinheiro. Chegam às raias do desentendimento se esfolando, se matando por representantes medíocres com pretensões a candidatos. Os Poderosos de Brazzzília sabem como usar as teias em favor próprio, para arrebanharem uma leva incalculável de filhos da puta. Basta uma promessa, uma cesta básica, uma consulta médica, um dinheirinho para uma cachacinha no bar da esquina, e os “Chico Boçal”, os “Malmiteiro” se deixam envolver, se permitem levar, se condicionam a se enrolarem. Os Poderosos de Brazzzília se dividem em duas classes distintas de animais invertebrados ou artrópodes. Uma categoria é conhecida como os Viúvos-negros; a outra dinastia, os Caranguejeiros.

Os Viúvos-negros, como o nome revela cristalinamente, são os intocáveis miSinistros do STJ. STJ em revistinhas de palavras cruzadas é a sigla de Superior Tribunal de Jumentos. Andam essas doenças incuráveis de ternos pretos, usam gravatas, sapatos e meias escuras, se locomovem em carros cujos interiores ninguém enxerga porra nenhuma. Falam bonito, têm um linguajar que bota qualquer professorzinho catedrático de português no chinelo. Os Viúvos-negros transitam entre seus pares com aquelas vestimentas medíocres chamadas “capas de Batmam”. Os Viúvos-negros sem a indumentária do homem-morcego não são miSinistros, são meirinhos. Os Caranguejeiros são os cânceres que abundam no Senado e na Câmara.

Ambas as pragas, num total de quinhentas e noventa e quatro cabeças, produzem fios advindos de uma glândula localizada no abdome. Tanto os Viúvos-negros quanto os Caranguejeiros, no geral, se vistos pela ótica do conhecido e batido “Foder os Pobres e os Sem Eira Nem Beira”, observaremos que somente uma finalidade os move a seguir em frente. Capturar. Para isso, são dotados de quatro patas (duas mãos e duas pernas), seguidos de um par de pedipalpos, quelíceras e fiandeiras. Antes de esmiuçarmos cada um desses termos, vejamos quem eles aprisionam. Eles encarceram o populacho, senhoras e senhores. O clã composto pelos infindáveis “joões-mendigos” e as “chiquinha vai com as outras”. Grosso modo, os caraminguados. Os amiudados, que vegetam nas palafitas, nos morros, nas favelas e mangues espalhados pelas capitais, país afora, sobrevivendo de pires na mão à espera de uma ajudinha para o almoço de suas respectivas famílias.

Os Caranguejeiros também são conhecidos pelo pomposo nome de Parlamentares. E temos, verdade seja dita, parlamentares como ratos de esgoto, como vermes em amontoados de lixo para sociedade nenhuma botar defeito. Pois bem. Passemos agora a analisar o que cada um desses pilantras travestidos de aranhas possui para botar a massa de humildes embaixo de suas garras. Falamos das patas, agora vamos direto aos pedipalpos. Os pedipalpos são encontrados no cefalotórax e desempenham diversas funções. Uma das mais importantes é manipular as criaturas, e em seguida, atuar como órgãos gustativos, ou seja, agir como aquelas peças elementares que sentem (antes de serem mastigados e ingeridos) se os sujeitos são fortes ou minguados. Se as criaturas forem fracas, depauperadas, ferro nelas. Se robustas, serão deixadas de lado, uma vez que poderão, lá na frente, criar problemas.

Na sequência temos as quelíceras. As quelíceras são estruturas afiadas que injetam nos escutadores de novela dos bobocas um amontoado de conversinhas-fiadas, promessas e trololós dos mais estapafúrdios, conturbando a mente das presas, para transformá-las, depois, em fantoches humanos. É em razão disso que nos deparamos, a todo instante, com um amontoado de autômatos sendo conduzidos como marionetes, ou bonecos de luvas, com aquelas cordinhas atadas aos pescoços, às mãos e pernas. Por último, as fiandeiras. As fiandeiras produzem teias fortes e eficazes, notadamente quando os malditos sentam seus traseiros nas cadeiras e sofás macios dos palácios com vistas para o Lago Paranoá.

Esses móveis também fazem parte, além dos palácios, igualmente dos mobiliários riquíssimos de uma pocilga mais destacada, considerada pelos vilões que a frequentam, como a casa da Mais Alta Corte, aliás, Corte-da-Mãe-Joana, onde mora a nossa “onesta” e “transpapapaparente” justissa (justissa corrupta e trapaceira). Nesse contexto, seja no puteiro do Senado ou no covil-bordel inviolável da Câmara, as fiandeiras fazem a festa. Esses barbantes, amadas e amados, depois de colocados em nossas vidas se igualam a cabrestos em focinho de cavalos e éguas. Acreditem! Esses fios, esses barbantes não se rompem, nem se quebram. Não se deterioram nem por mandinga braba. Uma vez fisgados os babacas, os azoinados, os “pedros dos dentes careados”, as “gracinhas da silva”, foda-se o resto.

As situações que esses amaldiçoados ou os Poderosos de Brazzzília plantam nos despreparados, nos sem-cultura, nos neófitos, bem ainda, nos caminhos que fazem a gentalha percorrer, às vezes por anos e anos a fio, não apresentam uma alternativa de sobrevivência coerentemente justa e digna à visão do que dispõem os direitos dos seres humanos. São esses desvãos, essas combinações intrincadas de passagens e corredores que não levam os brasileiros a lugar nenhum. Numa panorâmica geral, ficam esses beócios presos, atados, algemados pelas mãos e pés à mercê, à sanha desses viúvos-negros e caranguejeiros, sem o direito sequer de esbravejarem e pelejarem para encontrarem uma saída para se verem safos, libertos, alforriados dessas embrulhadas nas quais se flagraram metidos, seja por completo desconhecimento da verdade, seja por não terem o discernimento, o amadurecimento, a ousadia e o arrojo de briquitarem ferrenhamente por dias melhores, consequentemente por uma vida mais digna, pundonorosa e mais tri legalmente honrada e benemérita.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Curitiba, no Paraná. 13-8-2019

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11 comentários:

  1. Caro Aparecido, não sou fã de seu linguajar “sujo”, mas muitas pessoas o usam e gostam, mas na essência dos contesto, muitos Tu tens razão. Como em sua última frase, como gaúcho, acho trilegalmemte honradas suas posições. Abs.

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    1. NUM NÃO SEI, SE VALE A PENA OBRIGAR CETOS SUJEITOS À CONSULTAR O AURÉLIO, VALE A PENA. O RECURSO CHULO ERUDITO, POUCOS ENTENDEM E GOSTAM.
      EU ENTENDO E NÃO GOSTO, MAS QUE SE FODA.
      FUI...

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  2. Os palavrões de Aparecido se tornam legais, notadamente como ele os coloca em seus textos, sem deixar que caiam ou que descambem para os caminhos do ridículo. Jorge Amado cansou de escrever palavrões em seus romances. João Ubaldo Ribeiro, E L James, autora de "Cinquenta tons de liberdade", idem. Henry Milher, Willian Nava, e Anais Nin usaram e abusaram desse erudito. E nunca ninguém se importou. Os chulos bem colocados, apimentam, tornam os textos mais quentes e saborosos. A maneira de ver, ou de ler e entender os palavrões, e obviamente de os digerir, como tais, chulos, não chulos, está na mente de cada um em particular. Tudo depende da depressão ciarótica das criaturas que os mastigam.
    Carina Bratt, de Salvador, na Bahia. 17.02.2020.

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  3. Com o perdão da palavra desconhecida " ciarótica " , os textos estão muito ruins , não lembram nem de longe a inicial imnitação de Verissimo. sorry!

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    1. Veríssimo é um gênio, Aparecido um mágico. Consegue fazer das palavras o seu mundo particular e nele viver sonhos dourados, como o "Pequeno Príncipe" de Exupéry.
      Carina Bratt
      de Salvador, na Bahia BA.

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  4. Perdãp , não me contive...foi demais!

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    1. ELA QUERIA ESCREVER CIANÓTICA...
      OU ENTÃO CIA-RÓTICA, COMPANHIA QUE ENFATIZA O USO DA LETRA "ERRE"...

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  5. Usei a palavra ciarótica de maneira certa. Correta, corretérrima. Está, pois, grafada sem erro gramatical. Traduzindo a dita, conforme está no texto acima. "Tudo depende da depressão ciarótica" ou seja, tudo depende da depressão doentia de quem está lendo os palavrões e acha-los de gosto desordenado e encaveirado. A ciaroticidade é uma praga infame, uma enfermidade tal qual ou pior que o cuscupeloso coronavirus, que aliás, está vindo por ai de carona e pior, furbulesquiando na cabeça de quem tem os pensamentos minados pelas idéias estapafurdicas de achar que os palavrões são chuscassos chulos ou búfios de péssimo gosto. Negativo. O humor ou a tirada ou ainda a úlbia, vai de cada um. Lado outro, os escritores bons ou ruins, têm a seu favor, as aspélagas das bifidades, ou seja o calor, a liberdade, a graciosidade do uso indiscriminado da licença poética. Por conta disso, a seu bel prazer, pode dela fazer uso para chupuscular seus pensamentos da maneira que melhor lhe aprouver.
    Carina Bratt
    de Salvador, na Bahia BA.

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  6. QUE PALHAÇADA...E O BOBO AQUI PENSANDO QUE ERA A SÉRIO, SE DANDO AO TRABALHO DE LER! OU SERIA DEMÊNCIA PRECOCE DOS PSEUDOS ESCRIBAS? COM LICENÇA ,VOU ALI VOMITAR E NÃO VOLTO!

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  7. FOI UMA AULA DE BAZÓFIAS.
    AS PROSTIMIXEGALIVAGARANHAS FICARAM MUITO FELIZES COM A DISSERTAÇÃO.
    NÃO SEI SE GOSTA DE PICA GAUDÉRIA OU DE BUCETA VELHA...
    BUCETA VELHA


    Velha buceta gaudéria
    Criada em vestido de chita
    Quanta guasca já abrigaste
    Nesta tua gruta bonita

    És porteira sempre aberta
    A espera de uma chonga
    Seja grossa ou seja fina
    Seja curta ou seja longa

    Quando nova sempre pronta
    A galope numa piça
    Para dar mais uma foda
    Nunca sentiste preguiça

    Tua história ainda registra
    O buceta legendária
    A entrada de uma piça
    Aumentando a tua área

    Está chegando o teu fim
    Já tens a missão cumprida
    Resta viver a saudade
    Do tempo em que eras fodida

    Nas nádegas que te cercam
    Muito bicho já deitou
    E ainda, ainda em tempo
    Até chato se encontrou

    Hoje, velha já cansada
    Enrugada, já sem graça
    Parece beiço de negro
    Maltratado da cachaça

    Por isso, oh buceta sublime!
    Eu te exalto agora aqui
    Pois não há homem neste mundo
    Que possa viver sem ti


    (Poesia GAUDÉRIA)

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  8. PROSTIMIXEGALIVAGARANHAS pelo menos esta palavra consegui decifrar!
    Prost...
    mixe...
    ...ranhas
    vaga...
    gali...
    No mais,vou dar mais um tempo, o nível fere meu bom gosto...e minha inteligência.
    Ainda não preciso "fazer" sexo com palavras ou com a boca,para parecer intelectual,ou macho , e como sou um tanto conservador... gosto de ler qualidade e não ,vômitos e/ou diarreia verbal!
    Um abraço para uns e um pontapé nas partes para outros .
    inté!

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