Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa,
o adjetivo gretado significa “aquele que está provido de greta(s), de
rachaduras”. Ora, é como está Portugal hoje e nos últimos tempos: um país cheio
de gretas, e enchido pela Greta. Pela “gretamania”. Pelo delírio mediático,
devidamente amparado e acentuado pelos políticos sempre ávidos de seguir as
modas do facilitismo, em torno da Greta.
João Lemos Esteves
Nós julgávamos que o cúmulo do
ridículo neste país tomado de assalto pela extrema-esquerda e pelo PS que
perdeu a coragem democrática de outros tempos e se rendeu aos interesses
especiais – que é o atual, infelizmente, liderado por António Costa - já tinha sido atingido há muito: no
entanto, eis que hoje assistimos a um novo episódio que, dificilmente (trata-se
de uma previsão, não de uma promessa ou certeza inabalável: afinal de contas,
com esta esquerda – e alguma direita que lhe faz todos os fretes, à espera que
o poder lhe caia no regaço – nunca se sabe…o ridículo é o seu modo de ser e
estar…) será ultrapassado: a loucura pela chegada de Greta a Lisboa.
As televisões dedicaram horas e horas,
desde muito cedo, à cobertura da chegada, acompanhando minuto a minuto, desde o
percurso da menina no mar até à desembarcagem em Lisboa. Atribuíram à menina
Greta um estatuto superior a um Chefe de Estado ou a um alto representante
diplomático: parecia que estava a chegar a Lisboa o Papa, senão mesmo o Profeta
ou o próprio Deus, tal o aparato mediático…
Ora, perante uma comunicação social
que hoje vai voltar a pedir ao Presidente Marcelo que promova ajuda financeira
pública aos média (ou seja: que os pobres dos contribuintes sejam obrigados, na
prática, a comprar jornais, mesmo contra a sua vontade), os órgãos de
comunicação social portugueses não pouparam recursos, humanos ou financeiros,
para executarem megas operações de acompanhamento da menina Greta. Ver o
declínio intelectual, político e até moral de um país desta forma dói. É
triste. Muito triste.
Houve até uma estação televisiva que
anunciou a chegada de Greta, a “cientista ambiental”. A cientista ambiental!
Está, pois, inaugurada a nova comunidade científica: os cientistas do Chocapic…
Basta comer uns cereais ao pequeno-almoço, ter feito uns anos de escolaridade
obrigatória, assistir a dois ou três episódios do “Ecoman” (ou equivalente)
e…voilá! – é-se admitido na verdadeira comunidade científica que pode mudar o
mundo!
Engraçado notar que há poucas semanas,
um jornal português publicou um artigo de um jovem, que se assumia sem medo de
direita, estudante do ensino secundário – ora, a máquina mediática esquerdista
mobilizou-se toda para vilipendiar, sem qualquer pejo moral ou ético, esse
jovem. Como é possível um jornal português, que quer ser credível, publicar um
artigo de um jovem, menor de dezoito anos? Que crime! Que indecência!
Que haja jovens que admirem Greta, é
natural – no fundo, trata-se do mesmo fenómeno de adoração a outros jovens pop
stars, como os “One Direction”, o João Félix, os Damas ou o canal Panda; há um
elemento de identificação entre os jovens e estas estrelas. Agora, que
Ministros, que responsáveis governativos de topo, se ajoelhem e dediquem cartas
de amor e veneração à menina Profeta dos “mares e dos hippies” Greta, descendo
ao nível de uma adolescente num concerto pop…está tudo dito sobre o nível da
classe política e da falência deste regime.
Não é, pois, por acaso que o CHEGA
está subindo nas sondagens e continuará a crescer, ultrapassando o CDS (e o PSD
ou arrepia caminho ou também sofrerá…) – é que o André Ventura é o único que
tem coragem, naquele Parlamento, para desafiar o politicamente correto
absolutamente ridículo…É o único que se atreve a dizer o óbvio! Não se trata
aqui de esquerda ou de direita; trata-se de ser sério intelectualmente ou
desonesto. A maioria dos políticos e da comunicação social portuguesa prefere o
lado da desonestidade.
O Parlamento português, na sua
subserviência à Profeta dessa religião que é o “ambientalismo”, portou-se ao
nível do clube de amigos do Canal Panda. Já agora, estamos a ponderar propor a
substituição da JSD pelo ISD – Infantário Social-Democrata.
Assim, preparamos já uma Greta para as
finanças (o Tomás, quando perfizer doze anos, poderá explicar ao Centeno as
suas técnicas de equilíbrio da semanada e do dinheiro que leva para almoçar na
escola), uma Greta para as questões da natalidade (a Mariazinha, quando tiver
treze anos, poderá explicar-nos como aumentar o fluxo de cegonhas para a costa
portuguesa, trazendo bebês para garantir a renovação das gerações…), uma Greta
para a economia (a Joaninha, de seis anos, irá explicar ao tio Costa como fazer
para aumentar os recursos nacionais, como ela faz quando consegue converter um
dentinho caído em várias surpresas, dadas pela Fadinha dos Dentes…) e o Pedro,
quando tiver treze anos, ensinará o Ministro Cabrita a lidar com os problemas
da criminalidade, explicando-lhe os seus truques de despistagem dos rufias no
pátio da escola…
E, já agora, quem é que se indigna com
este populismo bacoco? Este populismo, de utilização-manipulação de uma jovem para
a causa que o globalismo encontrou para fazer avançar a sua agenda, já é
tolerado? Enfim…hipocrisia ridícula!
Note-se ainda que tudo isto acontece
no mesmo dia em que é divulgada a visita do Secretário Mike Pompeo para reunir
com António Costa, e do Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na
presente semana – curiosamente, o Governo português está a esconder estes
encontros, com vergonha e medo de incomodar os seus aliados da esquerda (e há
quem diga, a China); tivemos de ficar a saber da sua ocorrência por via das
autoridades americanas… Isto admite-se num país decente, que se entre em
histeria pela chegada de uma menina que luta pelo ambientalismo – e se esconda
a vinda de decisores de elevada responsabilidade de Estados aliados e amigos? Isto
é grave. Muito grave!
Título e Texto: João
Lemos Esteves, SOL,
3-12-2019
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