segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Receba o troco, com juros e correção monetária

FratresInUnum.com

No último sábado, o papa Francisco fez o seu tradicional discurso de “Feliz Natal” para a Cúria Romana, com aqueles mesmos recados provocativos com que ele habitualmente brinda os seus colaboradores. Mas, desta vez, houve algo mais sério.

Com informações de Sandro Magister, sabemos que o Cardeal Angelo Sodano, até o último sábado decano do colégio cardinalício, quis ter para com o papa argentino um sinal de afeto e consideração: propôs-lhe celebrar uma missa em companhia dos cardeais residentes em Roma para comemorar o seu jubileu de ouro sacerdotal. Francisco não quis. Sodano insistiu. Resultado: houve a concelebração, mas o papa recusou-se fazer homilia e também não permitiu que fotografassem o momento.

Agora, veio o troco: Francisco “aceitou” a renúncia “voluntariamente feita” por Sodano como decano do Colégio cardinalício. E mais: também modificou a lei eclesiástica com um “Motu proprio”, estabelecendo que a função de decano, até hoje vitalícia, é de duração quinquenal, renovável ou não.

Bem feito para Sodano, que sempre seguiu a linha isentista durante os últimos pontificados, deixando Bento XVI na mão, e que pensou poder comprar a simpatia de Bergoglio mediante a adulação. A sua diplomacia não lhe serviu de nada e, aos 92 anos de idade, tomou um belo chute, sem ter mais o tempo de poder recuperar a sua força. Mas os trocos não param por aí.

Na última sexta-feira, a Netflix lançou o filme “Os dois papas”, que apresenta Bento XVI como um autoritário intelectualista e incapaz, arrogante e pretensioso, apaixonado pelo fausto e dono de uma ambição desmedida. O antagonista seria o seu amigo e conselheiro (só este dado faz com que o filme não seja sequer uma obra de ficção: é uma falsificação completa da realidade) Jorge Mario Bergoglio, um homem humilde e de visão aberta, protetor de mendigos e adepto da pedagogia do oprimido, o sucessor ideal para o qual o fracassado papa teria voluntariamente “passado o bastão”. A série termina com a conversão completa de Ratzinger ao bergoglianismo e com os dois pontífices amigos assistindo a Dilma Rousseff entregando a taça da copa do mundo para a seleção alemã!

Eis o troco bergogliano a Bento XVI, que passará para a história como um incompetente acadêmico excêntrico, apaixonado por livros e indiferente às pessoas. E com direito a poster do filme em um prédio do próprio Vaticano! Pois, quem mandou ele fazer a linha “esposa de César”, sempre calado, complacente, colaborativo, dócil, ao invés de se unir aos católicos na resistência à destruição voluntária da Igreja promovida por seu sucessor? Ratzinger pensava que o seu inimigo se compareceria diante de sua passividade… Não se compadeceu! E tem mais troco ainda!

Em seu mencionado discurso, Francisco citou a sua iminente reforma da Cúria Romana, dizendo que a situação do mundo mudou, que a evangelização agora não está reservada apenas ao oriente e que a Igreja já está atrasada 200 anos, citando textualmente o seu mentor “intelectual”, o diabólico jesuíta Cardeal Martini.

Passando por alto o fato de que ele mesmo, Francisco, está mentalmente estacionado na década de 80 e que todas as múmias que lhe estão associadas são decrépitos zumbis gestados nas revoltas eclesiásticas de então, ele se apresenta como baluarte do arrojamento, enquanto não percebe que o seu magistério já não significa mais nada para praticamente ninguém. Parece que a Pachamama engoliu o seu pontificado! Entretanto, com um só golpe, ele chuta toda a Cúria Romana, reduzindo-a a um grupelho de secretários cuja importância real está abaixo de zero.

Bem feito para a Cúria Romana, que sempre fez a defesa incondicional de Francisco como se ele fosse uma instituição e não um radical que está apenas a serviço de sua própria ideologia e que demole o papado e todos os organismos que o articulam com a delicadeza de um javali furioso. Vão todos ficar exatamente como estão os católicos do mundo inteiro, à deriva, dando, no máximo, um adeus para o trem que segue a viagem.

Os bispos já tinham recebido o seu presente de Natal nos dias anteriores: uma mudança da lei eclesiástica que os torna inteiramente culpados diante da justiça civil. Bem feito para eles também!

Pois é, parece que o pontificado de Francisco avança rumo à total destruição da Igreja com uma velocidade cada dia mais crescente. Não é de hoje que nós alertamos, mas sempre há os otimistas, os cleaners, os histéricos devotos, que defendem Francisco às custas da fé e até da razão. E ele nem se importa com eles. Este papa avança como um trem, é totalmente imparável, obstinado. Os cardeais demoraram muito para reagir. Agora, é tarde demais: ninguém ficará ileso. Os conservadores bom-mocistas não escaparão, ninguém escapará!

A consolação é que temos Nosso Senhor a nosso lado.

E, desde Santa Marta, um belo sorriso e um Feliz Natal a todos.
Título, Imagem e Texto: FratresInUnum.com, 23-12-2019

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