Dados são de estudo do Ipea
Ana Cristina Campos
O estudo Três Décadas de
Evolução do Funcionalismo Público no Brasil (1986-2017), divulgado hoje (6),
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que, em 2017,
foram gastos R$ 750,9 bilhões com os servidores públicos ativos, o que
corresponde a 10,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços
produzidos no país) brasileiro.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
No entanto, apenas um em cada
dez servidores públicos é da esfera federal. O aumento no funcionalismo público
está concentrado nos municípios. No período analisado, o número de servidores
municipais cresceu 276%, de 1,7 milhão para 6,5 milhões, enquanto o aumento foi
de 50% na esfera estadual e de 28% na esfera federal, incluindo civis e
militares. No caso dos municípios, diz o estudo, 40% das ocupações correspondem
aos profissionais dos serviços de educação ou saúde como professores, médicos,
enfermeiros e agentes de saúde.
“De 1986 a 2017, o total de
vínculos no Poder Executivo - somando todos os níveis federativos - passou de 5
milhões para 11,1 milhões, um aumento de 115%. No Poder Legislativo, o
crescimento foi de 436%, de 51 mil para 275 mil vínculos de trabalho. No Poder
Judiciário, houve a maior expansão relativa, de 512%. O total de vínculos
passou de 59 mil para 363 mil”, aponta o levantamento.
Remuneração
Em 2017, os dados mostram que
permanece grande a discrepância na remuneração dos três níveis federativos.
Apesar de representarem 60% dos vínculos do setor público, os servidores
municipais ganham, em média, três vezes menos que os federais.
No Executivo federal, a
remuneração média foi de R$ 4,8 mil em 1986 para R$ 8,5 mil, em 2017. No
Executivo estadual, a remuneração média passou de R$ 3,6 mil para R$ 4,6 mil.
No Executivo municipal, a remuneração média passou de aproximadamente R$ 2 mil
para R$ 2,8 mil.
Na comparação entre os Três
Poderes, o Judiciário tem os maiores salários. Em 2017, a remuneração média do
Judiciário foi de R$ 12.081; no Legislativo, de R$ R$ 6.025, e no Executivo, de
R$ 3.895.
A remuneração do Judiciário
federal passou de R$ 7,4 mil em 1986 para R$ 14,1 mil, em 2017. No Judiciário
estadual, a remuneração mensal média passou de R$ 5,8 mil para R$ 10,8 mil.
Nos 32 anos de análise da
série histórica, as mulheres continuam ganhando menos que os homens, em todos
os níveis. “Uma explicação possível para tal situação é que, provavelmente,
elas estão predominantemente em ocupações com menor remuneração (uma vez que
respondem pela maior parte das vagas nas áreas de saúde e educação). A média
salarial dos homens era 17,1% superior à das mulheres em 1986, diferença que
subiu para 24,2% em 2017”, diz o estudo do Ipea.
O levantamento mostrou também
que houve aumento na escolaridade dos servidores públicos em todos os níveis da
administração. Em 2017, 47% dos servidores públicos tinham nível superior
completo, bem acima dos 19% com esse nível de escolaridade em 1986.
Atlas
A nova versão do Atlas do Estado Brasileiro também foi divulgada hoje. A plataforma interativa traz
dados sobre a estrutura e a remuneração no serviço púbico federal, estadual e
municipal do Executivo, Legislativo e Judiciário.
Título e Texto: Ana
Cristina Campos; Edição: Fernando Fraga – Agência Brasil, 6-12-2019, 12h12
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