Carina Bratt
Leio na Internet uma matéria
de cunho interessante, todavia, vazia, ou pouco esclarecedora sobre o sexo
nefando, ou sexo degenerado. Em outras palavras, o texto se prende mais a
detalhes insignificantes que propriamente ao sexo marginal em si. Vou trazer a
vocês, que me seguem, a minha visão pessoal do que entendi sobre a referida
reportagem. O sexo anormal seria, ou melhor, é o famoso sexo promíscuo. Como
tal, se constitui, para nós, mulheres na zona escondida ou naquilo que chamamos
ou conhecemos por comportamento erótico acima de qualquer suspeita.
A maioria das minhas amigas
leitoras concordaria, tenho certeza, que a cópula (coabitação sexual entre um
casal) é perfeitamente normal e que a necrofilia (sexo praticado com cadáveres)
nada mais é que um distúrbio, ou uma licenciosidade estupidamente sórdida.
Nesse ponto nevrálgico, como no caso do voyeurismo e do exibicionismo, existe
uma região neblinada entre dois extremos.
O sexo desguaritado habita exatamente nessa
região. O que é considerado normal, ou avacalhado numa determinada época e
lugar depende muito da moda. O homossexualismo é um protótipo típico disso.
Outras práticas sexuais fora dos padrões legais, podem ser normais ou indignas,
dependendo do grau em que são praticadas, tipo assim, se são cultivadas de leve
e ocasionalmente, não representam perigo, mas se extremadas e constantes, se
tornam prejudiciais.
É o que acontece com o
voyeurismo. Nesse ponto, uma outra distinção pode ser feita. Todos os estilos
sexuais conhecidos da ciência e discutidos pelas tevês e canais das redes
sociais, são motivados por estímulos claramente sexuais. Quando se chega à
região sombria do sexo “podre” ou sexo pervertido, se encontram cada vez mais
causas não-sexuais para as atividades meramente sexuais.
O que é considerado sexy tem
mais a ver com as associações particulares de cada um do que com um
condicionamento cultural geral. Evidentemente esse tipo de incentivo muito
pessoal faz parte de todo relacionamento sexual normal, ou seja, é o que torna
o sexo diferente com pessoas de personalidades as mais diversificadas. Vejamos
aqui, alguns dos deslocamentos sexuais mais graduados. Esses prazeres, caras
leitoras, não são para qualquer uma. Surgem dos frutos exóticos do sexo
deselegante.
Em alguns casos parecem corriqueiros,
enquanto outros exemplos são decididamente considerados fora dos padrões que
trazemos de berço. Vejamos, nesse pé, o FETICHISMO. Esse é o tipo mais comum de
sexo fora do considerado padrão legal. Ele é tão popular que muita gente não o
considera maligno. O fetichista é uma criatura que recebe estimulação sexual de
algum traço sexual ou não de outras pessoas, ou de alguns objetos.
Em geral, o que excita esse
tipo de gente é o cabelo, os pés, os sapatos, ou determinadas roupas, embora a
lista de objetos de fetiche seja praticamente infinita. Algumas de nós gostam
de fazer amor com um homem parcialmente vestido. Outras se amarram em apanhar.
Em oposto, alguns varões amam, de paixão, ir para a cama com uma mulher que use
botas, que se fantasie de enfermeira, de babá, de doméstica, de médica, que use
sapatos e, para apimentar a transa, não pode faltar um chicotinho (lembram da
Tiazinha?!) para açoites os mais contundentes durante a praticidade do coito.
Nessa fuzarca, a parafilia
mais comum está ligada aos CABELOS. Desde tempos remotos, os cabelos exerceram
um papel importante na emulação sexual. A história de Sansão faz dos cabelos,
principalmente os longos, o símbolo, chegando mesmo, até a fonte da virilidade.
Ao longo do correr dos tempos, as mulheres foram obrigadas a cobrir a cabeça em
público. Até recentemente se observava o costume das senhoras da sociedade
usarem chapéus e lenços dentro das igrejas, baseado na crença de que, ao tapar
os cabelos, elas evitariam despertar pensamentos lúbricos ou maldosos nos
cavalheiros presentes.
Outras religiões, como a
ortodoxa judaica, forçava a mulher a zerar a cabeça depois do casamento para
privá-la dos meios de seduzir outros homens, chegando às raias do amantismo.
Nesse balaio de gatos miando desesperadamente, chegamos aos pelos pubianos.
Eles marcam uma conotação sexual ainda mais específica. Uma lenda árabe citada
no livro da escritora Nawal El Saadawi conta que ‘quando a rainha de Sabá visitou o rei Salomão, este
se recusou para ir para a alcova com ela enquanto a dita maravilha não raspasse
todos os pelos pubianos’.
E mais adiante, explica: ‘Por
outro lado, entre certos povos orientais, é sinal de má sorte um sujeito se
deitar com uma fêmea que os raspou de cabo a rabo’. As diferentes atitudes,
segundo os ensinamentos de Nawal, continuam em evidência até hoje. ‘1) Alguns
machos gostam de ver e de se sentirem arranhados pelos tais pelinhos. 2) Outros
mais afoitos, preferem a visão benfazeja seguida das cócegas de ver diante dos
olhos uma racha desbastada ou corriqueiramente falando, de um púbis
piloso’.
Existe ainda, no pensar de
Laura Fonseca, em seu livro “Luarices por uma vida com menos surtos e dramas”,
‘uma corrente de engraçadinhos que pode pedir à mulher que deixe a mata em
forma de coração ou de triângulo’.
E arremata, quase ao final de
seu trabalho: ‘Lembro as beldades do belo sexo, que se faz necessário assimilar
que depois de raspar à entrada da caverna, pôr algum tempo uma coceira (de
certa forma até gostosa e agradável) entrará em cena quando eles voltarem a
crescer’.
No geral, nós mulheres,
tendemos a não nos preocuparmos com os desconfortos dos pelos dos nossos
companheiros. Contudo, a maioria demonstra a preferência nacional bem definida
por essa região, prevalecendo o caminho da coisa raspada. A sexóloga Laura, dessa vez, a
conhecidíssima Laura Müller, apregoa que ‘os homens muito peludos não são mais
sexuados ou potentes do que os pouco peludos’.
‘A diferença – completa ela em
seu livro “Sexo para adultos” ‘é simplesmente genética. Ainda assim, por alguma
razão, a mulherada se sente atraída por homens com peitos e costas peludas,
enquanto outras os julgam pouco atraentes. O que é viril para algumas, se torna
animalesco para outras’.
Em resumo, ao nível da pura
sensação física, ocorre igual conceito: certas mulheres gostam de sentir a
textura áspera dos pelos masculinos roçando seus corpos nus durante a relação
sexual, enquanto uma minoria alimenta uma queda suave, quase perene da pele
contra a pele. Nas nossas próximas “Danações” (ainda discorrendo sobre o que li
na Internet), trarei à dança, alguma coisa sobre o CHEIRO. Seria ele um fetiche
igual ou pior que os cabelos? Sim ou não?! Amigas leitoras, esperem até domingo
que vem.
Título e Texto: Carina
Bratt, de Sertãozinho (Ribeirão Preto), interior de São Paulo. 22-12-2019
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Ca, muito interessante esse seu artigo falando sobre sexo pervertido e outras anomalias. Tenho certeza que, assim como eu, aos 66 anos (embora pensasse conhecer tudo), vejo, agora, que nada sei. Suas leitoras certamente adorarão ler as próximas sequências, levando em conta o carinho, a dedicação e sobretudo o trabalho de fôlego realizado em pesquisas, trabalho esse que você faz com tanto esmero para que cada novo texto venha repleto de curiosidades e nos brinde com a magia encantativa da sua versatilidade ímpar. Seu fã incondicional.
ResponderExcluirde Vila Velha, no Espírito Santo, Aparecido Raimundo de Souza.
Poe vezes fico a pensar se o tal de encantamento por sexo fosse só quando a mulher estivesse no CIO, assim como acontece com os animais. Quando a dita cuja estivesse no CIO, os homens não iriam trabalhar, comprariam armas para proteger suas casas. Eu considero sexo "ESGOTAL" mais comumente chamado de ANAL uma anomalia. , mas infelizmente gosto é gosto e tem gente que gosta de MERDA. Isso é perversão. Quando você se apaixona é você que faz um contrato de fiel depositário, se o outro não cumpre, azar o seu, mas o apaixonado pensa justamente o contrário.
ResponderExcluirfui...