Tenho a conexão 3G da Vivo e da Claro e estou numa região do país em que as duas operadoras asseguram que o serviço funciona. Falso! São empresas ruins para cumprir o compromisso com o usuário, mas boas para contratar advogados. O usuário assina um contrato que informa que ele pode navegar até um determinado limite - altíssimo, que lhe permitiria baixar “Guerra e Paz” em segundos.
Esta palavrinha de três letras - ATÉ - vira uma armadilha. Caso a gente não consiga fazer o download de um haicai, não pode reclamar. Não só isso: o contrato também informa que, embora a cobertura seja nacional, o serviço pode estar indisponível. Em suma: você compra o serviço e leva uma banana.
Nessas horas, a petralhada não inova na falta de imaginação: “Ué, você não defendia a privatização?” DEFENDIA, NÃO! DEFENDO AINDA! Até de escolinha de jardim da infância. O setor teve um avanço formidável depois que deixou de ser controlado pelo estado, como todo mundo sabe. Por que era um horror antes? Porque o estado ESTAVA FAZENDO O QUE NÃO LHE CABIA: operar o sistema. No governo petista, o ESTADO NÃO ESTÁ FAZENDO O QUE LHE CABE: regular o sistema.
Toda a cascata antiprivatista do PT esconde a sua escandalosa irresponsabilidade na regulação. Quem se importa se as empresas estão vendendo serviços que não podem oferecer? Deveria ser a agência reguladora da área, a Anatel. Ocorre que ela se transformou em mais um aparelho cobiçado pela companheirada. E os usuários que se danem.
“Já abriu um procedimento na Anatel?” Não, eu não abri! Queria ser apenas um usuário do serviço 3G, não um profissional da reclamação. Por que a Anatel não pede que um de seus burocratas, pagos com o nosso dinheiro, leia o tal contrato? Preciso fazer uma denúncia para isso? O que aquela gente faz quando não está descansando?
O serviço existe. Tanto é que funciona de madrugada, quando não há tráfego, suponho. Quem manda essa brasileirada querer usar Internet tudo ao mesmo tempo, né?
Reinaldo Azevedo
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