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Foto: AD |
Mister X
É curioso que chamem de
"minorias" grupos que estão longe de ser minoritários. Talvez por que
a moda tenha começado nos EUA onde, décadas atrás, até que era condizente com a
realidade. No Brasil, a expressão sequer faz sentido: o país tem mais mulheres
que homens, mais negros/mulatos e índios do que brancos e, a julgar pela última
parada gay e pelo número de travestis brasileiros na Europa, mais homossexuais
que heterossexuais. (Bom, chamar mulheres de "minorias" nunca fez
sentido algum em lugar nenhum).
Quem é a "minoria"
neste país?
Nos EUA, a nova
maioria já são as "minorias", em especial, os latinos. Leio esta
curiosa reportagem
da BBC na qual se fala sobre o misterioso "gap" (lacuna ou
diferença) na educação entre os filhos dos imigrantes latinos (muitos de origem
ilegal) e os dos americanos nativos. Por algum motivo, que poderá ser pela
cultura, pelo fato de serem pobres, pelo fato de falarem espanhol em casa, pelo
fato de preferirem entrar em gangues do que estudar, pelo fato de costumarem
engravidar aos 13 e abandonarem a escola, ou simplesmente pelo fato de serem um
pouquinho mais burros, eles estão tendo mais dificuldade em aprender do que os
americanos. Tudo bem, realmente é mais difícil você chegar num país estranho e
tentar se adaptar!
Mas o curioso é o seguinte: a
tônica da reportagem é que os EUA deveria se esforçar mais para ajudar os
coitados a aprender, afinal, disso depende o futuro dos EUA. Ué. Se esses
imigrantes causam tanto problema, não seria mais fácil simplesmente fechar a
torneira da imigração? Que obrigação tem os EUA, ou qualquer nação, para com
aqueles que nem entraram legalmente no país? Será que o Brasil também vai
passar a dar cidadania plena e bolsa-família para os bolivianos? Será que eles
vão me dar cidadania também aqui, ou eu primeiro preciso ser ilegal?
(Parêntese: até tenho simpatia
pela população latina, afinal, segundo as estatísticas americanas, eu faria
parte do mesmo grupo demográfico, embora jamais tenha me considerado
"latino" -- eu sou é gaúcho, eh eh. Mas ilegal é ilegal. País nenhum
pode aceitar tamanha invasão sem conseqüências. E, do jeito que a coisa vai,
faria mais sentido eu ter ido fazer pós-graduação direto no México. É uma
transformação sem precedentes, pela qual os EUA se arrependerão profundamente.)
(Novo parêntese: sério, nada
contra os mexicanos. Nem contra os negros. A única minoria com que tive
problemas aqui em L.A. foi a dos médio-orientais. Árabes, iranianos, armênios,
turcos, palestinos: nunca conheci algum que não estivesse querendo te sacanear,
te enganar, ou te vender vender gato por lebre. E as ucranianas/russas são
todas prostitutas. Pronto! Eu disse!)
Bem, não entendo, mas fico
tentando entender. Quando os brancocidentaiscristãos forem
literalmente uma minoria nos EUA e na Europa, eles continuarão sendo
os culpados por tudo o que acontece de ruim? Se, mesmo com ampla maioria
latina, o desnível educacional continuar, o que deverão fazer os brancos e os
asiáticos para equiparar o nível? Obrigar suas crianças a estudarem menos?
Aqui nos EUA chamam os Estados
com maioria latina de "minority-majority."
Ora, se são maioria, não podem ser minoria, certo? Sim, eu sei. O termo
"minoria" não tem a ver com números, mas é utilizado por que,
historicamente, nas relações de poder em uma conjuntura patriarcal injusta e
imperialista, os ocidentais, enquanto coletividade de indivíduos, sempre
oprimiram os pobres negros, índios, judeus, muçulmanos, gays, asiáticos... Epa!
Mas espera aí. Os ocidentais jogaram até duas bombas atômicas nos asiáticos,
fizeram guerra contra eles no Vietnã e na Coréia, mas eles não estão reclamando
de opressão nenhuma, e continuam se destacando nas universidades americanas,
mais até do que os próprios americanos, que preferem ficar assistindo American
Idol. Ué! E agora, José? Como assim, Ching Ling?
Ora, ora! Fica claro que
aqueles que inventaram o termo "minoria" querem mesmo é confundir,
enganar, propositalmente. É, aliás, uma técnica de guerrilha psicológica
conhecida, já mencionada mais de uma vez pelo Olavo de Carvalho. De um lado os
progressistas defendem uma coisa; do outro, o seu oposto. Chamam às maiorias de
"minorias", ao direito maior de alguns grupos de
"igualdade", à ilegalidade de "opressão", ao criminoso de
"vítima". Confundido com o bombardeio de tanta idéias contraditórias,
a cabeça do sujeito explode!
(Outra palavra que detesto:
"despossuídos." Pretende dar a idéia que os pobres antes possuíam
algo que foi tirado deles à força. Mas se jamais possuíram nada!)
Minorias! Quando acabará esta
história de minorias? Os negros e latinos de sucesso, como Herman Cain, Obama e
Jennifer Lopez, são também "minorias"? Quando é que as minorias vão
deixar finalmente de ser "minorias" e todos vão finalmente poder ser
julgados, não pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo do seu caráter?
Ora, meus caros,
lamentavelmente, a única minoria neste planeta infernal aqui somos nós, que
ainda conseguimos discutir sobre temas sérios de forma razoavelmente
civilizada...
Imagem e Texto: Mister X, 05-11-2011, blog doMr X
Colaboração: Gracialavida
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