Causou espanto o livro
oficial sobre a História do Partido Comunista Chinês, 1949-1978, publicado por
ocasião dos 90 anos do partido. Ele silencia dezenas de milhões de assassinatos
cometidos para a implantação da utopia socialista. “Não menos de 60
milhões”, disse Frank Dikötter [foto], da Universidade
de Hong Kong. Entre dois e três milhões de proprietários foram mortos em
1949-51 em decorrência da reforma agrária e de reformas análogas. Na Campanha
Anti-Direitista de 1957, mais de 550 mil intelectuais foram torturados e
enviados para campos de trabalho onde muitos morreram. O novo livro ensina que
esses morticínios foram “necessários e corretos”. Sobre o
Grande Salto Adiante, de 1958-62, o livro só constata que a população caiu em
10 milhões de habitantes. O presidente da China, Hu Jintao, apadrinhou a equipe
encarregada de suprimir fatos ou interpretações indesejáveis dessa história.
Essa é a China que hoje tenta seduzir o Ocidente.
Texto: Agência Boa Imprensa, 19-11-2011
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