Valmir Azevedo Pereira
Com muita tristeza descobrimos
que um câncer obstrui a trajetória do foguete da demagogia e do populismo, e
logo no seu órgão sexual.
Contudo, nada melhor do que
uma doença para promover o populista aos píncaros da aceitação e da comiseração
pública (recente “editorial” do “Estadão” intitulado “A Volta Por Cima” é a
contundente comprovação). Se antes o seu palavrório era indestrutível, que dirá
agora, que emudecido poderá se fazer entender por trejeitos, que podem ser
ininteligíveis para nós, mas que serão entendidos e aplaudidos pela população
em geral.
Esta doença servirá como uma
luva para aquela proposta de “fazer do limão uma limonada”.
Os esporádicos boletins
médicos que informarão sobre cada vitória do doente, desnudarão sua via-crúcis
e manterão seus acólitos de mãos postas em ardente fervor na espera do milagre.
Os boletins e as notas
oficiais substituirão com louvor a Petrobrás, que volta e meia perfurava algum
poço, ou inventava alguma coisa, e lá estava o gajo, mãos sujas de óleo, e um
vistoso capacete vermelho no cocuruto.
Assim, esporadicamente,
acompanharemos o desenrolar dessa luta do gigante contra a adversidade, e em
cada apresentação, teremos uma aula, um ensinamento, uma glória.
Lamentamos a mudez que
diminuirá a obtenção de polpudos dividendos auferidos com sábias palestras.
Porém passado o infausto, tão logo melhore, deverá acarretar um substancial
aumento no preço dos autoelogios e dos ensinamentos.
Muitos ignoram que se não
fosse ele, nosso território não teria a metade do que tem hoje, e olha que ele
doou para os índios (que já ocupam 13% do solo brasileiro) uma porção substancial
de terras, que falamos uma só língua, graças a ele, que o nosso céu é mais
azul, graças a ele, que as nossas matas... vamos parar por aqui, pois começam a
surgir lembranças e feitos, e malfeitos que podem ensombrecer a brilhante e
impoluta trajetória.
Para alguns cumpanheiros, a
moléstia é o fim da picada, um desrespeito com o fora-de-série pegar uma
moléstia só para encher a paciência. Mas como ensinam os mais antigos “vaso
ruim não quebra”. Dito que na pratica é comprovado no dia a dia.
Vide Sarney, Barbalho, Marta,
Tarso, e outros, que parecem eternos.
Diante da injustiça,
inclusive, lançamos aqui, a ideia de uma marcha, será a procissão de desagravo
contra a enfermidade do Magnânimo. Seria um repto, um brado de indignação
contra os energúmenos, que pequenos por sua própria natureza, ficam rogando
pragas do tipo “que ele padeça as dores de uma terrível doença”, e impropérios
deste tipo.
Mas, mesmo os maldosos se
arrependerão de suas pragas, pois ele voltará mais forte, mais convencido, mais
exibido, mais insuportável, e tão prestigiado que sua aparição poderá ser
recebida como uma nova ressureição, um espantoso milagre.
![]() |
Criação: AD |
Em caso de previsível cura,
não é difícil imaginar que, literalmente, as multidões se arrojarão aos seus
pés, e a sua canonização poderá ocorrer ainda em vida.
Este será o seu segundo e
documentado milagre, pois ele curou- se, e o milagre será registrado em
cartório e o escambau. O primeiro, sabemos, foi corromper o País (Norte ao Sul),
milagre já registrado.
Depois ficará uma incógnita, a
sua Estátua, cuja verba já está prevista, será de pioneiro e grande Mestre do
Brasil, como a do sábio e aloprado macaco que libertou os símios da opressão
dos humanos, ou será envolto em mantos, como os Santos?
Quem viver, verá. Já vimos a
Dilma no Brasil, o Tarso no RS, veremos o Haddad em São Paulo, o Amorim e o
Genoíno na Defesa, o...
Por derradeiro, uma
constatação, um cretino pode ser rico, ou pobre, ou aleijado, ou cego, ou
esquizofrênico, ou ladrão, ou patife, ou sem moral, ou desonesto, ou doente.
Nada muda ou mudou, a bosta é a mesma.
Título e Texto: Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca
Azevedo Pereira, Brasília, DF, 06 de novembro de 2011
Leia também:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-