domingo, 6 de novembro de 2011

Uma lástima


Valmir Azevedo Pereira
Com muita tristeza descobrimos que um câncer obstrui a trajetória do foguete da demagogia e do populismo, e logo no seu órgão sexual.
Contudo, nada melhor do que uma doença para promover o populista aos píncaros da aceitação e da comiseração pública (recente “editorial” do “Estadão” intitulado “A Volta Por Cima” é a contundente comprovação). Se antes o seu palavrório era indestrutível, que dirá agora, que emudecido poderá se fazer entender por trejeitos, que podem ser ininteligíveis para nós, mas que serão entendidos e aplaudidos pela população em geral.
Esta doença servirá como uma luva para aquela proposta de “fazer do limão uma limonada”.
Os esporádicos boletins médicos que informarão sobre cada vitória do doente, desnudarão sua via-crúcis e manterão seus acólitos de mãos postas em ardente fervor na espera do milagre.
Os boletins e as notas oficiais substituirão com louvor a Petrobrás, que volta e meia perfurava algum poço, ou inventava alguma coisa, e lá estava o gajo, mãos sujas de óleo, e um vistoso capacete vermelho no cocuruto.
Assim, esporadicamente, acompanharemos o desenrolar dessa luta do gigante contra a adversidade, e em cada apresentação, teremos uma aula, um ensinamento, uma glória.
Lamentamos a mudez que diminuirá a obtenção de polpudos dividendos auferidos com sábias palestras. Porém passado o infausto, tão logo melhore, deverá acarretar um substancial aumento no preço dos autoelogios e dos ensinamentos.
Muitos ignoram que se não fosse ele, nosso território não teria a metade do que tem hoje, e olha que ele doou para os índios (que já ocupam 13% do solo brasileiro) uma porção substancial de terras, que falamos uma só língua, graças a ele, que o nosso céu é mais azul, graças a ele, que as nossas matas... vamos parar por aqui, pois começam a surgir lembranças e feitos, e malfeitos que podem ensombrecer a brilhante e impoluta trajetória.

Para alguns cumpanheiros, a moléstia é o fim da picada, um desrespeito com o fora-de-série pegar uma moléstia só para encher a paciência. Mas como ensinam os mais antigos “vaso ruim não quebra”. Dito que na pratica é comprovado no dia a dia.
Vide Sarney, Barbalho, Marta, Tarso, e outros, que parecem eternos.
Diante da injustiça, inclusive, lançamos aqui, a ideia de uma marcha, será a procissão de desagravo contra a enfermidade do Magnânimo. Seria um repto, um brado de indignação contra os energúmenos, que pequenos por sua própria natureza, ficam rogando pragas do tipo “que ele padeça as dores de uma terrível doença”, e impropérios deste tipo.
Mas, mesmo os maldosos se arrependerão de suas pragas, pois ele voltará mais forte, mais convencido, mais exibido, mais insuportável, e tão prestigiado que sua aparição poderá ser recebida como uma nova ressureição, um espantoso milagre.
Criação: AD
Em caso de previsível cura, não é difícil imaginar que, literalmente, as multidões se arrojarão aos seus pés, e a sua canonização poderá ocorrer ainda em vida.
Este será o seu segundo e documentado milagre, pois ele curou- se, e o milagre será registrado em cartório e o escambau. O primeiro, sabemos, foi corromper o País (Norte ao Sul), milagre já registrado.
Depois ficará uma incógnita, a sua Estátua, cuja verba já está prevista, será de pioneiro e grande Mestre do Brasil, como a do sábio e aloprado macaco que libertou os símios da opressão dos humanos, ou será envolto em mantos, como os Santos?
Quem viver, verá. Já vimos a Dilma no Brasil, o Tarso no RS, veremos o Haddad em São Paulo, o Amorim e o Genoíno na Defesa, o...
Por derradeiro, uma constatação, um cretino pode ser rico, ou pobre, ou aleijado, ou cego, ou esquizofrênico, ou ladrão, ou patife, ou sem moral, ou desonesto, ou doente. Nada muda ou mudou, a bosta é a mesma.
Título e Texto: Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Brasília, DF, 06 de novembro de 2011
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