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Foto: **Dó**, maio de 2011, Flickr |
Lícia Marques
É sempre muito triste quando
um amigo se vai, e mais ainda quando a pessoa se vê obrigada a intervir para
deter-lhe o sofrimento, porque seria injusto e cruel prolongá-lo. Terrível
decisão.
Muitas vezes apoiei amigos que
precisaram colocar seus cães "para dormir", e não foi nada fácil;
mesmo com o passar dos anos, eles, embora mais conformados, ainda se lamentam e
sofrem por causa das saudades, embora já tenham adotado/comprado outros; cada um
é insubstituível. São muitos amores que se sucedem numa mesma existência.
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West Highland White Terrier |
Ao longo da vida, em fases
distintas e com grandes intervalos de tempo, tive três cães de raças diferentes
(um mestiço de dobermann com perdigueiro, que era um doce; um West Highland
White Terrier, muito alegre e esperto; e um boxer, turrão mas engraçado); todos
me deram muitas alegrias e me ensinaram muitas coisas boas, sempre confirmando
que o amor sincero, o companheirismo, a fidelidade e a lealdade são
características naturais desses inocentes seres que iluminam a nossa existência
com a sua simplicidade tão honesta e natural, como deveria haver entre nós, humanos.
Sim, eles têm a capacidade de
provar a todo instante que o amor e a amizade existem, e assim, quando partem, levam um bom pedaço de nós; em
troca, deixam muitas doces e alegres lembranças, que sobrepujam os momentos
ruins em nossas memórias, e isso acaba preenchendo aquele imenso vazio interior
criado por sua ausência.
E a cada vez que alguém adota
um pequeno ser perdido, o mundo fica melhor, pois a vida se enriquece de
sentido: meu irmão, há muitos anos, em épocas diferentes, vivenciou duas
experiências muito bonitas:
1) Levou pra casa uma jovem
cadelinha preta, vira-lata, que seguiu-o durante mais de uma hora num centro
comercial lotado de gente que a escorraçava sem motivo algum. Ele imediatamente
levou-a a um amigo veterinário que constatou saúde perfeita e deu as vacinas de
praxe; em seguida, ela ganhou um bom banho, produtos anti-pulgas e carrapatos,
ração, osso, água, caminha, brinquedos e uma coleira, ou seja, o suficiente
para garantir muitos anos de amor incondicional, mútuo e recíproco; era a
segunda sombra dele, nas 24 horas do dia, e sempre muito alegre e fiel ao resto
da família, que a acolheu com muito amor e alegria.
2) Ele também recolheu um
filhotinho de gato de rua, doente e faminto, cujos olhinhos brilharam pedindo
socorro aos faróis do carro que ia passando numa estrada deserta durante uma
madrugada fria e chuvosa; de manhã, uma visita ao veterinário... e pimba! Mais
bons anos de alegrias e muito amor.
É, eles sabem ser gratos
eternamente; essa é mais uma grande lição que a Humanidade precisa aprender.
Texto: Lícia Marques
Título e Edição: JP
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Oi,Jim
ResponderExcluirMuito obrigada por ter transformado um comentário em mais um lindo post nesse doce e aguerrido Cão Que Fuma.
Adorei. Espero que seu público tb goste.
Bjs
Lícia
Eu é que agradeço, Lícia! ;)
ResponderExcluirOi,Jim
ResponderExcluirNão há de quê. É sempre um prazer colaborar aqui. ;-)
Bjs
Lícia