Helena Matos
As manifestações de ontem estão longe de traduzir a desaprovação em relação ao governo. A desaprovação em relação ao governo e sobretudo a desilusão com o governo é muito maior do que aquilo que viu ou verá nestas manifes pois nelas apenas está quem nunca apoiou este governo. A desaprovação em relação ao governo vê-se noutras coisas que não fosse a cápsula em que os jornalistas vivem directamente ligada ao folclore dos activismos bloquista e similares e vendo o mundo a partir das redes sociais e perceberiam que as manifestações de hoje não iam ser as maiores nem as menores de tempo algum. Alguns milhares de pessoas e imprensa militante a dar conta do grande acontecimento.Para lá desta evidência óbvia existe uma outra que entra pelos olhos dentro: quem apela à revolta da rua são os privilegiados do sistema. Aqueles que enriqueceram ou atingiram apreciáveis níveis de vida graças a esse estado que agora não conseguimos sustentar. São os artistas, os designers, os patrões da imprensa, os bispos eméritos das forças armadas, os provedores, os professores doutores em saberes tão vagos quanto a licenciatura de Relvas, os empresários dos magalhães e similares, os sindicalistas com progressões automáticas garantidas…. Que querem que o povo se revolte. Mas o povo foi para a praia. Se se querem revoltar revoltem-se eles. Mas isso não podem eles fazer porque têm um almoço, um jantar, uma viagem, uma exposição para montar… Eles estão a gozar e a tratar da vida enquanto sonham com montras partidas. Depois talvez fizessem um poema, uma exposição, uma tese, uma evocação… desse dia. Mas o povo não lhes fez a vontade. O povo que vai castigar este governo através da fuga fiscal e da abstenção não está para fazer o trabalho que as élites lhe pedem. E que pedem sobretudo para que elas élites do socio-estatismo possam voltar a ter a sua vida por mais algum tempo.
As manifestações de ontem estão longe de traduzir a desaprovação em relação ao governo. A desaprovação em relação ao governo e sobretudo a desilusão com o governo é muito maior do que aquilo que viu ou verá nestas manifes pois nelas apenas está quem nunca apoiou este governo. A desaprovação em relação ao governo vê-se noutras coisas que não fosse a cápsula em que os jornalistas vivem directamente ligada ao folclore dos activismos bloquista e similares e vendo o mundo a partir das redes sociais e perceberiam que as manifestações de hoje não iam ser as maiores nem as menores de tempo algum. Alguns milhares de pessoas e imprensa militante a dar conta do grande acontecimento.Para lá desta evidência óbvia existe uma outra que entra pelos olhos dentro: quem apela à revolta da rua são os privilegiados do sistema. Aqueles que enriqueceram ou atingiram apreciáveis níveis de vida graças a esse estado que agora não conseguimos sustentar. São os artistas, os designers, os patrões da imprensa, os bispos eméritos das forças armadas, os provedores, os professores doutores em saberes tão vagos quanto a licenciatura de Relvas, os empresários dos magalhães e similares, os sindicalistas com progressões automáticas garantidas…. Que querem que o povo se revolte. Mas o povo foi para a praia. Se se querem revoltar revoltem-se eles. Mas isso não podem eles fazer porque têm um almoço, um jantar, uma viagem, uma exposição para montar… Eles estão a gozar e a tratar da vida enquanto sonham com montras partidas. Depois talvez fizessem um poema, uma exposição, uma tese, uma evocação… desse dia. Mas o povo não lhes fez a vontade. O povo que vai castigar este governo através da fuga fiscal e da abstenção não está para fazer o trabalho que as élites lhe pedem. E que pedem sobretudo para que elas élites do socio-estatismo possam voltar a ter a sua vida por mais algum tempo.
É no vão-se lixar que a minha
vida ninguém me tira de quem se estende ao sol e mergulha no mar nos dias das
manifestações, das eleições, dos dias disto e daquilo que está a melhor
expressão da resposta do povo ao governo e aos manifestantes. E les marimbam-se
para o governo e para as élites incomodadas. Lá no fundo o povo gosta do país
embora oficialmente lhe faça um grande manguito que é uma forma – a única que
acham que lhes resta – de iludir a tristeza.
Título e Texto: Helena F. Matos, “Blasfémias”,
16-9-2012
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