Vítor Constâncio: novas
medidas de austeridade têm de ser cumpridas
Isabel Arriaga e Cunha
Vítor Constâncio,
vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), disse este sábado que tanto as
medidas como os objectivos inscritos no memorando de entendimento acordado
entre o Governo e a troika terão de ser cumpridas de modo a que Portugal possa
continuar a beneficiar da ajuda da zona euro e do FMI.
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Foto: Pedro Cunha |
Com esta posição, Constâncio,
cuja instituição é um dos membros da troika (com a Comissão Europeia e o FMI)
deixou claro que se o memorando de entendimento resultante da quinta avaliação
trimestral do programa de ajuda incluir as novas medidas de austeridade
anunciadas pelo Governo, incluindo as mexidas na Taxa Social Única (TSU), estas
terão de ser cumpridas.
"O que interessa [para a
continuação da ajuda] é o cumprimento do memorando com a troika", afirmou
no final de uma reunião informal dos ministros europeus das finanças, em
Nicósia.
Questionado exactamente sobre
o que é que tem de ser cumprido, as metas quantitativas de redução do défice
orçamental, ou as medidas previstas para os atingir, Constâncio respondeu:
"é tudo".
O ex-governador não quis em
contrapartida responder à questão de saber se o Governo poderá vir a substituir
algumas das medidas previstas por outras de impacto orçamental equivalente num
eventual quadro de negociação política entre os partidos portugueses.
Constâncio desdramatizou por
outro lado as consequências da ruptura do consenso nacional em torno do
programa de ajuda depois de o PS ter anunciado um voto contra o orçamento de
Estado para 2013, considerando que "formalmente", o processo pode
continuar.
"Como noutros países
acontece o que importa é que haja um Governo e uma maioria parlamentar que
executem os programas e as medidas e o ajustamento continue a ser feito",
afirmou. "É claro que um maior consenso ajuda ao processo, mas o que é
importante é que o processo prossiga" e que Portugal continue "no
caminho de cumprir as obrigações que resultam das negociações com a
troika".
Mesmo assim, e acautelando de
forma implícita o risco de um descarrilamento do programa (que poderia resultar
de uma eventual crise política em Portugal), Constâncio avisou que "é
necessário que agora nada venha a complicar este processo neste momento por
forma a continuarmos a beneficiar da melhoria da situação" na zona euro
resultante do anúncio do BCE de um novo programa de compra de dívida pública
dos países do euro no mercado, que provocou uma acalmia nos mercados
financeiros.
Título e Texto: Isabel Arriaga e Cunha, em Nicósia, Público,
15-9-2012
Grifos: JP
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