Jornais do Brasil, da
Argentina, do Equador e da Costa Rica destacam a dignidade nacional do
Paraguai
O jornal ‘O Globo’ do Brasil
criticou ontem a diplomacia brasileira do Itamaraty por tentar, sem êxito,
submeter o Paraguai e impedir o julgamento político do deposto Fernando Lugo,
em junho de 2012. Além desse, o jornal argentino ‘La Nación’, de Buenos Aires,
qualificou de digna e altaneira a postura paraguaia ao exigir que se cumpra o
estado de direito no MERCOSUL. Também o jornal ‘El Comercio”, do Equador,
lembrou num artigo a incoerência bolivariana.
“Nem o Papa pode unir BRASIL e PARAGUAI”,
disse o diário ‘O Globo’ do Rio de Janeiro sobre a desculpa esfarrapada dada
pelo presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, para não assistir a missa
central do papa Francisco, no último domingo na capital carioca. O jornal
assinala que o governo de Dilma Rousseff, “contrariando 143 anos de estratégia
diplomática, decidiu intervir internamente nos assuntos do Paraguai e submeter
o país à humilhação política em 22 de junho do ano passado”, quando enviou a
Assunção seu chanceler Antonio Patriota com a missão de “impedir a votação do
julgamento político de Fernando Lugo pelo Congresso, como reza a Constituição
guarani”. A publicação qualificou o fato como “uma derrota sem precedentes” da
atual vergonhosa diplomacia brasileira.
Por sua vez, o diário
bonairense ‘La Nación’ aponta que a circunstância de que os mandatários da
região hajam comprometido a sua assistência à posse presidencial de Cartes em
15 de agosto próximo, “dá à Argentina a oportunidade de se por ao lado do
Paraguai para lhe oferecer a presidência do bloco durante o semestre que se iniciará,
a partir de 1º de janeiro de 2014”. No entanto, a posição de Cartes é a de
aceitar a volta ao MERCOSUL, apenas na eventualidade da saída da Venezuela.
Deixa ver que tal abordagem
argentina seria uma mudança de atitude na política externa dos últimos oito
anos, inusitadamente agressiva e até ríspida com seus vizinhos e, além disso,
uma espécie de desagravo tardio pelo que ocorreu em 2012.
“Tomara que essa seja a
maneira de se estabelecer uma ponte para sair rapidamente de uma situação incômoda
que continua causando mal-estar e agravos a um país irmão”, textualiza o jornal
portenho.
“A Dignidade Tem Nome: PARAGUAI” é o título do
comentário do jornalista José María Penabad, do jornal ‘La Nación’ da Costa
Rica. O artigo diz que Assunção não entrou no jogo bolivariano porque a
decência é emblema de sua honorabilidade. “Por decoro, o Paraguai disse que o
atual MERCOSUL é um retrato de vícios de convivência e de um jogo de desprezo e
falta de respeito à democracia”, relata o jornal costarriquenho.
Por seu turno, o jornalista
argentino Benjamín Fernández Bogado escreveu um artigo para o jornal diário
equatoriano ‘El Comercio’ no qual compara a condenação de alguns governos à
intromissão norte-americana e europeia em outros países, como a Líbia, o Iraque
e o Afeganistão, “mas se esquecem do que dizem quando fazem o que fizeram com o
Paraguai, que tentaram castigar, sem conseguir, pelo fato do país se ater ao
que determina a sua Constituição e suas leis”.
NOTA DO TRADUTOR: Brasileiros e paraguaios, em sua maioria, estão
na expectativa de saber se o novo presidente paraguaio manterá ou não a sua
decisão de só voltar ao MERCOSUL se a Venezuela sair. Mesmo que isso não
ocorra, o Paraguai foi admitido como “membro observador” da Aliança do
Pacífico, um novo bloco na América do Sul que por enquanto é formado pelo
Chile, Peru, Colômbia e México e, após um ano, será elevado à categoria de
“membro pleno”, uma situação bem mais promissora de livre comércio do que a
oferecida pelo decadente MERCOSUL, onde nunca teve palavra ativa.
Título e Texto: Jornal paraguaio
ABC Color, 31-7-2013
Tradução: Francisco Vianna
Favor corrigir no texto em vermelho (comentário) e substituir a palavra "Panamá", por México. O Panamá é apenas um dos doze países que solicitaram a sua inclusão na AP como "membros observadores", o que significa que, quando isso acontecer, o MERCOSUL, essa excrecência 'bolivariana', perderá totalmente qualquer relevância na América latina.
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