Sempre é bom recordar. O
comunismo tomou o poder na Rússia durante a Primeira Guerra Mundial (em 1917).
Como foi que isso se deu?

Os dois poderes estavam em
luta aberta, até que a dualidade de poderes deixou de convir ao comunismo que
tinha ganhado força. Foi mudada então a palavra de ordem deles para “todo
poder aos soviets”; assim eles terminaram a dualidade que eles mesmos
haviam criado e começou a unicidade absoluta da ditadura vermelha no país.
Hoje, em países como a
Colômbia, a guerrilha ocupa regiões inteiras. Seria uma repetição da tristemente
famosa dvoevlastié(2) — dualidade de poderes – que precedeu
a tomada do poder na Rússia pelo comunismo?
No Brasil, um pouco por toda
parte, a organização social interna do País vai sendo minada pela incrível
expansão da violência urbana. E não raro, os bandidos estão melhor armados que
as polícias!
Nessas situações, de certa
forma se estabelece algo ao modo da dvoevlastié russa,
ao modo de uma crônica dualidade de poderes. Há um poder paralelo
difuso, que ordinariamente não tem caráter institucional nem se localiza em
parte alguma como poder (por enquanto!), mas que mina a estabilidade do País.
Afirma o Instituto
Plinio Corrêa de Oliveira, como se pode ler na edição da revista Catolicismo de
julho: “Fica assim instituído um sistema paralelo de poder, que
consagra na prática uma ditadura do Executivo, na pessoa do Secretário-Geral da
Presidência da República, atualmente o ex-seminarista Gilberto Carvalho, quem
habitualmente faz a ponte entre o governo e a CNBB” (Comunicado doInstituto
Plinio Corrêa de Oliveira, em 22 de junho de 2014).
Que resultará daí? O futuro a
Deus pertence. Como diz o Comunicado supra, o decreto nº 8.243 vai operar uma “transformação
radical nas instituições do Estado de Direito”, e poderá abrir as
portas para “a tão almejada fórmula do atropelo e do arbítrio,
típica dos regimes bolivarianos”.Deus nos livre de uma dvoevlastié nacional,
mas que ela tão distante, não está!
Título, Imagem e Texto: Leo
Daniele, ABIM,
15-07-2014
1.
V. I. Lênin, La Dualidad de Poderes, Obras
escogidas, Ed. Progreso, Moscou, 1970, 2, p. 40 ss.
2.
Ver François-Xavier Coquin, La
Révolution Russe, PUF, Paris, 1974, p. 37 ss.
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