José Manuel
Em 1987, o inesquecível Robin
Williams foi protagonista de um dos seus melhores filmes em que
encarnava o "DJ" Adrian Cronauer, piloto da
força aérea americana, recrutado para comandar o programa de rádio Good Morning,Vietnam, das
forças armadas estado-unidenses estacionadas naquela área de conflito.
Irreverente, ele agradava aos soldados, mas enfurece um colega de tropa que
tinha uma necessidade enorme de provar que era superior.
O humor de Adrian contrasta
com praticamente tudo no Vietnam. O cara faz piadas rápidas e inteligentes, até
com assuntos diversos. Na rádio, transforma os chatos boletins de notícias e da
previsão do tempo em torrentes de piadas imprevisíveis.
Bom, algo aqui me parece muito
semelhante em vários aspectos começando pelo próprio inferno vietnamita no qual
ocorre a estória. Se Adrian, que também era piloto, à sua moda
tentava amenizar os efeitos trágicos da guerra, nós também
do Aerus vivemos um Vietnam particular nestes quase dez anos,
tentando amenizar as mazelas, com as nossas "irradiações".
Por coincidência o nosso
inferno também tropical é intensamente escrito e "falado ao
microfone" por tripulantes. O script é o mesmo, as mortes são as
mesmas, as feridas são as mesmas, apenas não começamos ainda a fazer gozação
com a nossa própria tragédia.
Quem seria de nós o Adrian ?
Seria o Jim, o Bolognese,
talvez o Habiztreuter, o Jonathas, o Paulo Resende, o Alberto José ou
mesmo eu? Acho que só mesmo quem nos poderá julgar são aqueles que
continuam "diuturnamente", palavra em voga, a nos
"escutar".
Por ironia do destino, todos
são tripulantes como o Adrian, mas por que só esses falam sempre
diretamente ao "microfone"? A grande maioria, os mesmos "soldados"
de um pelotão imenso, apenas escuta, como se a paz e a vitória fossem ainda uma
visão distante, inalcançável.
Será que os culpados foram os
céus por onde sempre andamos? Será que nós somos os "DJ" escalados
para levar ao ar as notícias e os reclamos de toda uma infantaria? Quem sabe?
Será que também como Adrian estamos enfurecendo alguém que se julga
superior?
Se for o caso, então chegamos
à conclusão que o nosso programa está atingindo o objetivo e levando informação
variada e com conteúdo ao mais longínquo dos fronts.
Talvez tenha chegado a hora,
uma vez que a infantaria anda meio silenciosa, meio apreensiva, temendo até
a nova ofensiva internacional, de passarmos, a exemplo
do Adrian, a irradiar com mais irreverência e mexer
de vez com essa tropa que anda meio por baixo.
Matéria-prima para
essa irreverência é o que não nos falta, pois quando começarmos a
"irradiar" sobre os poderes e a relação ao nosso problema, as
coisas engraçadas serão em tal volume que a tropa toda vai morrer de rir e
esperar todos os dias por uma apresentação nova.
Então agora, que conhecemos
uma nova rota nesse front de luta, vamos esquecer os chatos boletins
de uma guerra tão suja como a outra e passarmos a irradiar novidades como por
exemplo a última novidade do front:
Título e Texto: José Manuel, Goooooooood Mooooorning, Aerus,
12-8-2015
É, meu amigo J Manuel, está difícil encontrar fôlego para suportar esta via-sacra de infindáveis estações de martírio. Talvez, devamos transformar esse martírio em humor, como vc sugere, e tentar adquirir ânimo para que a vida ainda se apresente como arte de rir. Há algum tempo ausentei-me do assunto aposentadoria/Aerus por puro desgosto e ojeriza aos nossos políticos e representantes que deveriam dar uma solução definitiva ao caso, mas não querem. Suas prioridades são outras: aquilo que lhes é de interesse pessoal. Eu estou desiludido, e com toda esta crise econômica e política pairando sobre a sociedade brasileira, por incompetência desse governo petista, a reativação de nossos salários dificilmente vai acontecer a curto prazo... Quem sabe, até lá o humor nos conceda um pouco de alívio...
ResponderExcluirUm grande abraço e tenha minhas considerações pelo teu empenho nesta luta...
Habitz
José, agradeço a generosidade da menção.
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