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“A Igreja deu o seu povo para o movimento
socialista, que o perdeu para os protestantes”. Esta frase do nosso último editorial, como um flash, resume a trágica situação em
que nos encontramos.
É praticamente indescritível a sensação de expatriados que os católicos comuns sentem na Igreja do Brasil. Os cenários são aterradores e apenas demonstram como o clero perdeu completamente a conexão com o seu povo. Falamos como leigos.
De um lado, padres da teologia
da libertação, que usam seus sermões como desculpa para a tentativa de
doutrinação socialista, mas são como uma vitrola quebrada, apenas repetem
chavões, ideias marteladas obsessivamente, para um público de idosas que
permaneceram ali por pura inércia. Os outros, já se foram. De outro lado,
conscientes da derrota para os protestantes, alguns padres adotam a mesma
retórica dos pastores pentecostais e, na disputa entre quem é mais protestante,
é óbvio que os protestantes acabam levando vantagem.
Em algumas igrejas, você não
percebe muito bem se o que está diante de você é um padre, um coach,
um comediante ou um(a) apresentador(a) de programa da tarde. São aqueles
sermões: “sete passos para achar marido” ou “dê um gostinho diferente pra
vidinha”… Enfim, tudo tão patético, uma palhaçada tão mal feita que dá vergonha
até em quem está passando na rua!
A vida se torna um inferno
para alguém que só quer ser simplesmente católico, sem esquisitices e
excentricidades. Não passa pela cabeça desses senhores que um fiel queira
apenas um sermão piedoso, doutrinal, baseado nas Sagradas Escrituras. Se
quisesse um show-man ou um militante comunista, iria para
uma stand up ou para o diretório do PT ou do PSOL.
Mas o fato é que a maioria dos
padres falam, falam, falam e ninguém entende do que estão falando. A coisa não
deslancha. São ideias improvisadas, embaralhadas a esmo, jogadas como carteado,
à sorte, depois das quais tudo fica como estava antes, senão pior, pois as
pessoas não apenas perdem a fé, mas aprendem o erro e, ao invés de se
converterem, desconvertem-se e pioram. Seria muito mais útil somente fazer as
leituras com pausa e boa dicção (o que já é um luxo em nossos dias) e deixar um
largo tempo de silêncio. O silêncio é mais eloquente que muitos sermões!
Quando aparece um sacerdote
piedoso, que não se envergonha de ser católico e de ser padre, que prepara um
sermão simples e profundo, doutrinal e místico, as almas começam surgir como
abelhas à procura do néctar. A Igreja logo enche. Mas, mais rápido que isso,
surge a assassina inveja clerical, que, incomodando-se com o êxito pastoral do
bom padre, começa a persegui-lo por todos os meios.
Será que eles não percebem que
os fiéis notam a trama? Logo o padre é transferido ou começam a aparecer
denúncias “espontâneas”, ataques “repentinos”, polêmicas insufladas: cartas
marcadas, complôs, tudo orquestrado pelas autoridades eclesiásticas.
Os bons padres, impotentes,
vão sendo desanimados, isolados, até o ponto de se deprimirem e desistirem da
luta. Até porque as estruturas criadas para engessar a Igreja e impedir a ação
da graça são muito eficazes em realizar o seu intento homicida. A retórica é
sempre a mesma: “padre, você precisa andar em comunhão”, “precisa caminhar em
unidade com o plano de pastoral da diocese e da região episcopal”, “você tem
ideais muito elevados de santidade, seja mais humano”, “a sua eclesiologia é
muito antiquada”. Entenda-se assim: você precisa se pautar pelos fracassos dos
outros e se nivelar por baixo; não se confesse, não confesse, não pregue, não
converta, não reze, não adore, apenas entregue a sua alma e as almas dos fiéis
ao demônio, assim como os outros o fazem.
Não há Igreja mais estruturada
que a Igreja do Brasil. Os fiéis não imaginam o número de burocratas de batina
– ou melhor, sem batina! –, que dão a vida e gastam suas energias em reuniões,
assembleias, organogramas, subsídios e todas as inutilidades que a criatividade
mórbida de quem não tem vida sobrenatural pode inventar. Vivem para atazanar os
outros! E, literalmente, as almas que se danem! Sem confissões, sem
visitas a enfermos, sem a pregação da fé, sem a vida da graça, sem o impulso
dos sacramentos.
Os católicos são obrigados a
não ser católicos e a ver a Paixão silenciosa dos padres que querem sê-lo.
Como o Núncio Apostólico quer
renovar a Igreja valendo-se desses mesmos malfeitores que a estão destruindo
impiedosamente? Se ele quisesse realmente fazer algo de útil, deveria enxergar
o invisível e procurar os padres proscritos, que estão no ostracismo, os
doentes, aqueles que foram postos nas paróquias mais periféricas, em suma,
aqueles que não estão nos centros de poder nem nas cortes dos bajuladores dos
bispos.
Esses carreiristas hipócritas
desistiram de Deus e da vocação. Para eles, só existe a política eclesiástica
e, através dela, a obtenção de cargos que lhes sirvam como escudo para
protegerem todos os seus crimes, todas as suas máfias.
É por isso que o povo não
importa, nem a fé nem a devoção. E os padres que ignoram essa politicagem
eclesiástica são perseguidos e espezinhados e, literalmente, que se
dane o povo!
“A Igreja deu o seu povo para
o movimento socialista, que o perdeu para os protestantes”. Mas ela não o fez
de um modo qualquer: criou uma estrutura iníqua para fazê-lo e não haverá como
recuperá-lo sem destruí-la por completo. Se quisermos a Igreja de volta,
precisamos desburocratizá-la, oxigená-la, torná-la mais simples, realmente pobre,
evangélica; precisamos, em suma, esquecer todas essas estruturas de pastorais,
assembleias, reuniões, e voltar à Missa e ao Terço. É duro, mas este é um
retrato da Igreja no Brasil.
Título, Imagem e Texto: FratresInUnum.com,
12-11-2018
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