Jorge Antonio de Oliveira Francisco ocupa
lugar de Floriano Peixoto
Jonas Valente
O presidente Jair Bolsonaro
anunciou hoje (21) o advogado e major da Polícia Militar do Distrito Federal
(PMDF) Jorge Antonio de Oliveira Francisco [foto] para assumir a
Secretaria-Geral da Presidência da República. O militar, até então, ocupava a
Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil.
Já Floriano Peixoto Vieira
Neto deixa a Secretaria-Geral para assumir a presidência dos Correios,
substituindo Juarez Cunha. Ontem (20), o titular demitido já havia informado em
sua conta na rede social Twitter que se afastaria do comando da estatal. Ele
avaliou que sua gestão de sete meses à frente da empresa teve um “saldo
positivo” na recuperação da empresa.
Sobre o major Francisco,
Bolsonaro afirmou: “É uma pessoa que me acompanha há dez anos. É uma pessoa
afeita à burocracia. Desejo boa sorte e temos plena confiança no trabalho
dele”. O presidente classificou a ida de Floriano Peixoto para os Correios como
uma “missão”. “Temos plena confiança de que ele a cumprirá a contento. É colega
nosso acostumado a desafios”, disse.
Privatização
Em relação à uma possível
privatização dos Correios, Bolsonaro destacou que há sim essa intenção, mas
que, no momento, o trabalho de Floriano Peixoto será fazer o “melhor possível”
para que a estatal seja “motivo de orgulho para todos nós”. O presidente
destacou como tarefa avaliar o fundo de pensão da empresa, Postalis.
Currículos
Jorge Antonio de Oliveira
Francisco atuou no Congresso Nacional desde 2003 como assessor parlamentar da
PMDF, assessor jurídico no gabinete de Bolsonaro e também com chefe de gabinete
e assessor jurídico do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Na atual gestão,
havia sido nomeado para cuidar da subchefia de assuntos jurídicos da Casa
Civil.
Floriano Peixoto Vieira Neto é
general-de-divisão da reserva. Atuou em diversas funções no Exército, como no
comando do 62º Batalhão de Infantaria em Joinville (SC) e na 5ª Subchefia do
Estado-Maior do Exército, em Brasília. Integrou ainda a Missão das Nações
Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).
Articulação
O presidente também respondeu
a jornalistas sobre a troca na articulação política, que foi retirada da Casa
Civil e repassada ao general Luiz Eduardo Ramos, nomeado para a Secretaria de
Governo. Ele minimizou questionamentos de que isso significaria um
enfraquecimento do titular da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
“Tem três ministérios aqui
dentro que são fusíveis. Para evitar queimar o presidente, eles se queimam. A
função do Onyx é a mais complicada. Passamos a Supar [Subchefia de Assuntos
Parlamentares] para o Ramos e jogamos o PPI [Programa de Parcerias de
Investimentos] para o Onyx. Ele está fortalecido”, pontuou.
Mensagens vazadas
Perguntado sobre novas
mensagens envolvendo o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e membros da
força-tarefa da Operação Lava Jato divulgadas pelo site The Intercept Brasil,
Bolsonaro comentou que “não há certeza da fidelidade das mensagens divulgadas
ali”. “Tudo é possível. Acredito que ele se saiu muito bem no Senado e saiu
mais fortalecido do que entrou”.
Projeto de lei
Em pronunciamento, Bolsonaro
disse ainda que pretende enviar um projeto de lei dando mais garantias
jurídicas a militares e forças de segurança para operações. “Se a força da lei
estiver em campo, ela sempre estará certa. Para o cumprimento da missão, todas
as possibilidades podem ser empregadas, até mesmo pelotão de drones. Não quero
que policial esteja na linha de tiros”, sublinhou.
Título e Texto: Jonas
Valente; Edição: Paula Laboissière, Agência Brasil, 21-6-2019
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