Alexandre Garcia
"Está acontecendo tudo ao
contrário do que prediziam os arautos do caos. Segundo eles, abandonaríamos a
democracia, a voz das minorias, seriam perseguidos os negros, os homossexuais,
os opositores. Por ironia, essas cassandras foram justamente os agentes do caos
do desemprego, da corrupção, dos desvios, da decadência moral, das cotas
racistas, da desigualdade por preferências sexuais, dos direitos dos bandidos,
da entrega do poder a uma ideologia totalitária e internacional.
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Reunião ministerial, foto: Alan Santos/PR |
Fazia tempo que um presidente
não abria mão dos poderes que lhe foram conferidos pelas urnas. Em troca de
votos no Congresso, entregavam partes do executivo a partidos bem acomodados no
Legislativo. Entregavam estatais, bancos públicos e ministérios a partidos
políticos, para que enchessem as burras e os bolsos. Encolhia-se o chefe do
Executivo ante a barganha da cessão de cargos por votos no painel eletrônico
dos plenários.
Agora, impõe-se a divisão
democrática de poderes. O Presidente não se mete no Legislativo - e não permite
que o Legislativo e os partidos que operam na Câmara e no Senado, se metam na
Petrobrás, nos Correios, na Caixa Econômica, no BNDES, no Banco do Brasil, nos
ministérios, nas autarquias. O segundo artigo da Constituição, que trata dos
poderes “independentes e harmônicos” é posto em prática. Democracia na prática,
não apenas no discurso da demagogia.
E não encolhe os poderes que
lhe atribuíram quase 58 milhões de eleitores. Diante das corporações públicas
sob seu comando legal, exercita o comando, da base à ponta. Todos os gestos
presidenciais são avisos aos que pretendem testar a autoridade. Com o tempo
chegará a ordem, impondo-se à bagunça de casa-de-mãe-joana que vigorava. E com
a ordem, por consequência, virá o progresso. Passou o tempo da mentira, das
promessas vãs. Aos pedintes por modificações, a resposta de boa-vontade chega
com ressalva, quando dependa do Legislativo. A verdade vos libertará.
O fim dos favores com dinheiro
público conteve invasões de terras e manifestações de arruaceiros. O fim do
aparelhamento já resulta em recordes de produção de petróleo e gás; já resulta
em superávit em fundos de previdência que se reerguem do domínio ideológico. O
fim da cessão onerosa de ministérios resulta em gratas surpresas com ministros
ativos e produtivos.
Vamos ficando iguais. Sem
diferenças pela cor da pele, ideologia, preferência sexual, partido político.
Não será trabalho para apenas um ano desenterrar um país atolado por décadas de
uso indevido do estado, mas não é época, certamente, de esperar pelo governo. É
tempo de perguntar o que o Brasil pode esperar de cada um de nós."
Título e Texto: Alexandre
Garcia, Gazeta do Povo, 8-10-2019
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