Walter Biancardine
A sigla CPAC significa Conservative Political Action Conference (Conferência de Ação Política Conservadora, em português). É um dos eventos mais importantes do movimento conservador, criado nos Estados Unidos em 1974 pela American Conservative Union (ACU), uma organização política de direita.
Este evento atua também na
Europa, buscando fortalecer o movimento conservador no continente. Esses
encontros têm como objetivo reunir líderes políticos, intelectuais, ativistas e
organizações conservadoras para debater políticas públicas, valores culturais e
estratégias políticas alinhadas aos princípios do conservadorismo, valendo a
pena citar as edições que ocorrem na Hungria e Reino Unido.
Ainda assim, e ressaltando o
fato de ser o autor destas linhas um estrangeiro, o conservadorismo aparenta
estar sobrevivendo na Europa mantido sob auxílio de aparelhos, moribundo que me
parece – ao menos segundo as notícias que posso apurar.
Não cabe aqui entrar a fundo
em questões ideológicas – até porque, a meu ver, conservadorismo não é
ideologia – mas causa-me espanto perceber as repercussões que tais eventos tem
provocado, principalmente na América do Sul que é, tradicionalmente, um antro
de esquerdistas perdidos no tempo e no espaço, ainda a louvar Che Guevara e
Fidel Castro.
Se, em paragens tão pobres de ideias e iniciativas, o despertar conservador tem merecido até mesmo a proibição de ser citado nos veículos da grande mídia pelo burburinho que provoca, confesso minha incapacidade de entender as razões pelas quais na Europa – berço de nossa civilização – o mesmo evento, ainda que na Hungria ou Reino Unido, é tão pouco citado.
Olhando à distância e
sabendo-me um ignorante do cotidiano europeu, parece-me que tal povo ainda
insiste em viver aferrado aos dogmas iluministas e cientificismo os mais
vazios, desconsiderando por completo as verdades filosóficas de um Santo Tomás
de Aquino ou a cruenta realidade que o esquerdismo nada mais busca além da
imposição de ditaduras e a criação de nova casta de nobres, os “apparatchik” de
alto e médio escalão.
Nesta vã ilusão creem no
Estado provedor e pai, pouco se importando em deixar metade de seus salários
nas mãos do estamento burocrático, para que o mesmo resolva seus problemas
pessoais. Do mesmo modo, enxergam a religião católica como um símbolo de trevas,
obscurantismo e ignorância apenas pelo fato de jamais aceitarem abrir mão de
seus pecados mais ocultos em favor da salvação de suas próprias almas – por quê
fazer isso, se não cremos?
Mas, sejamos justos: tudo
aquilo hoje enxergado como “progresso” veio pelas mãos de meia dúzia de
filósofos, literatos e, por que não dizer, da grande mídia e cultura de massa –
eterna propagadora do sexo livre e dissolução como sinônimos de cultura e elevação
intelectual. O povo, até o advento da internet sem outras fontes de informação,
tomou como verdade tais barbaridades e hoje talvez seja tarde demais para
reverter a situação, sem que se caia sob a alcunha de “regressista” ou
“mensageiro das trevas”.
Posso estar redondamente
enganado ao cometer o quase desatino de tecer considerações sobre terras e
gentes que jamais vi, perpetrando uma gafe clamorosa e despertando apenas o
mais justificado desprezo contra minha pessoa, mas apenas digo aquilo que a distância
me permite enxergar – e que me perdoem se estiver em grave erro.
Apenas em um ponto,
entretanto, sei que não estou errado: o CPAC serve como um fórum para unir
líderes políticos, pensadores, ativistas e cidadãos interessados na promoção de
ideias conservadoras e atualmente, com a derrocada – leia-se “exposição de seus
reais propósitos” – da esquerda em quase todo o mundo, tal conferência
reveste-se de extrema importância para relembrar que ainda existe uma saída
para os tempos em que vivemos.
Que os cidadãos dos países
europeus, de tão ilustre passado e verdadeiro berço de quem somos hoje,
despertem contra o preconceito de condenar a forma de vida que criou nossa
civilização. Que exorcizem de vez os fantasmas do esquerdismo e se unam em
favor de muitos CPAC’s – Portugal, Espanha, Alemanha, Itália e quantos mais
puderem – pois este, estou certo, é o caminho de nossa salvação como pessoas,
famílias e cidadãos.
Manter o que sempre deu
certo, melhorar o que precisa: isto é o conservadorismo.
Deus, pátria, família e
liberdade.
Título, Imagem e Texto: Walter
Biancardine, ContraCultura,
5-12-2024
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