Telmo Azevedo Fernandes
Da COP 29 que decorreu no Azerbaijão
– reunião mundial que se notabiliza por juntar ansiosos climáticos e
evangelistas do apocalipse do planeta – os resultados foram considerados por
muitos como decepcionantes. Os ativistas políticos neomarxistas acharam que a
promessa de os países ricos gastarem cerca de 300 mil milhões de dólares por
ano no que chamam de «reparações climáticas» é apenas uma “migalha”, quando
comparada com a dimensão da suposta tarefa da descarbonização e de outras
políticas delirantes que advogam.
Ora, os países pobres são responsáveis por menos de 0,5% das emissões de carbono do planeta, e nestas geografias morrem mais de 10 milhões de pessoas todos os anos devido à fome e doenças várias. Todavia os dirigentes políticos e os auto ungidos patronos do bem-comum estão preocupados com a instalação de painéis solares em África e na Ásia onde grassa o flagelo da malária, da tuberculose, ou da mortalidade infantil.
Foto: Daniel Corrá |
Indivíduos como António
Guterres e todos os outros sinistros alucinados pelo clima sabem perfeitamente
que as condições meteorológicas extremas resultam em cerca de 9.000 vidas
perdidas por ano. Ou seja, 1.100 vezes menos mortes do que as provocadas pela
fome e doenças. Mas ainda assim, são suficientemente pervertidos para em frente
dos microfones das televisões exigirem que se desviem recursos para a
fantochada da transição verde que só prejudica os mais vulneráveis dos
vulneráveis.
Como assinalava Bjorn Lomborg num recente artigo publicado no Wall Street Journal, a dita ajuda climática “é a pior forma de melhorar a qualidade de vida ou prevenir mortes”. Os pobres não precisam de descarbonização. Necessitam de crescimento económico, nomeadamente através de acesso a energia abundante e fiável, coisa que nem a energia solar nem eólica garantem.
A cegueira fundamentalista e
estupidez ideológica de grande parte do movimento ambientalista dos nossos dias
condena à pobreza e à morte gente que poderia ser salva se os apoios
financeiros fossem dirigidos por exemplo a campanhas de vacinação infantil, à
melhoria das redes escolares, ao alargamento de acesso a água potável, etc…
Perversamente, no ano passado,
por exemplo, o Banco Mundial destinou 44% dos seus empréstimos a causas
climáticas, o Banco Africano de Desenvolvimento 55% e o Banco Europeu de
Investimento 60%. Isto sendo que dois terços deste financiamento climático vão
para políticas de “mitigação carbónica” e “transição energética”, obrigando os
pobres a reduzirem as emissões de carbono, nem que para isso tenham de deixar
de comer.
Dá jeito ter pobres, famintos
e doentes para que os privilegiados urbanos progressistas ocidentais possam
continuar a autocontemplar a sua falsa e desumana virtude.
A minha crónica-vídeo de
hoje, aqui:
Título, Texto e Vídeo: Telmo
Azevedo Fernandes, Blasfémias,
4-12-2024
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-