terça-feira, 5 de novembro de 2013

O fenômeno Lula, quem o explica?

Valdemar Habitzreuter
De olho nas eleições.
A História da humanidade está repleta de personalidades que se destacaram em suas respectivas épocas, deixando marcas duradouras nas sociedades em que viviam, e muitas dessas marcas de alcance mundial. Não me interessa aqui citar e comentar sobre os grandes heróis e estadistas que transformaram o status quo de suas épocas. Pretendo aqui apenas focar um fenômeno que assistimos no nosso país: O FENÔMENO LULA com sua inusitada e nada convencional atividade política. De líder sindical galgou ao posto máximo na hierarquia do serviço público: tornou-se presidente da República.

O líder cubano Fidel Castro conversa com presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio da Revolução, Havana, Cuba. Foto: Antônio Milena/Abr, 26-09-2003
A façanha desse homem é nota de admiração, pois é venerado por milhões de pessoas que o têm como um pai protetor e salvador de suas mazelas aflitivas do cotidiano. Trata-se de um fenômeno incomum, que foge à normalidade, em se tratando de uma pessoa oriunda da camada pobre da sociedade brasileira, sem formação acadêmica, ou melhor, avesso à instrução escolar a ponto de se orgulhar e dizer: "minha faculdade foi a dificuldade da vida, longe dos bancos escolares".

Não fosse a ditadura militar dos anos 60, 70 e 80, talvez, não estaríamos assistindo a este fenômeno. Naquela época todo intelectual que se insurgisse contra a ditadura militar ou era eliminado ou deportado. Os militares tinham receio de que os intelectuais pudessem contribuir para a formação da opinião pública para um levante, pelos frutos desastrosos que uma ditadura traz. Mas, e o Lula que tão veementemente gritava ordens de protesto contra a ditadura, mas pouco sofreu com o despotismo dos militares, apenas preso por alguns dias por desobediência civil pela intransigência de não acatar as ordens de acabar com as greves - por ele promovidas -, que pipocavam no ABC paulista nos anos 70 e 80? É verdade que foi enquadrado na lei da Segurança Nacional, mas ele não representava um perigo, em si, ao regime militar. Ele não era um intelectual.

O interesse de Lula na época era propiciar melhores salários aos metalúrgicos do ABC, não tinha faro nem expressão política a ponto de exercer alguma oposição mais contundente no combate à ditadura. No fundo ele não se distanciava muito da idiossincrasia dos militares, haja vista a simpatia que nutriu durante seu governo e ainda nutre pelos regimes anti-democráticos (castrismo, chavismo, etc...). Inclusive, dizia ele, no auge da ditadura no governo Médici: “... Eu acho que o regime militar, ele com todos os defeitos políticos, com todas as críticas que a gente faz, acho que há uma coisa que a gente tem de levar em conta. Depois do Juscelino, que estabeleceu o Plano de Metas, os militares tinham Planos de Metas" (Do livro de Carlos Alberto Brilhante Ustra: A Verdade Sufocada).

Arrisco-me a dizer que se o Brasil não tivesse promulgado uma nova Constituição logo após a derrocada da ditadura, o Brasil, na era Lula, teria seus ideais de uma democracia plena comprometidos. Podemos citar como exemplo para esta hipótese, entre outros, a tentativa de enquadrar, em seu governo, a mídia a um controle e, com isso, ter em mãos os meios de impor sua ideias centralizadoras e populistas com maior garantia, sem a vigilância atenta da mídia independente. É o caso, no momento, da Argentina onde a Cristina Kirchner esfacelou o império Clarin com o intuito de enfraquecer a oposição.

De qualquer forma, estamos assistindo a esse fenômeno nunca antes visto no Brasil, e pergunto-me: como pode? Como pode praticamente um iletrado ter essa magia de arrebatar milhões de pessoas que o idolatram e colocar-se acima de qualquer suspeita de improbidade moral? Teríamos de reunir psicólogos, sociólogos, filósofos e toda sorte de experts em política social para desvendar o enigma de tal fenômeno. Que faro político possui o Lula para que toda uma nação lhe renda todas as honrarias que um homem pode merecer? Tantos outros líderes na Historia brasileira (Getúlio, Juscelino, etc..) tiveram seu reconhecimento popular em alto grau, mas a essa altura do Lula, na minha opinião, ninguém se alçou. Parece que a era Lula está longe ainda de um fim. Dilma vai se reeleger. E depois do governo dela vamos provavelmente assistir o retorno triunfal de Lula por mais, sabe lá, oito anos de governo.

Invertendo a questão: que povo é esse - nós brasileiros - que aplaude simplesmente os discursos demagógicos, mas não enxerga o real sentido? E se o enxerga, qual é o sentido? Qual é, enfim, o enigma desse fenômeno LULA? Que aventura política é essa a que estamos participando e para onde nos leva? Estas e outras indagações me intrigam e não consigo vislumbrar uma resposta. Alguma explicação, caro leitor?
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 05-11-2013

8 comentários:

  1. Eu acredito meu amigo Valdemar Habitzreuter, que isto faça parte do ser racional. Muitos seres humanos, inexplicavelmente, apoiam o contraditório. O cérebro do homem é uma caixinha de surpresas, um terreno onde ninguém pode pisar, é mesmo indecifrável! Todos os facínoras que fazem parte da história mundial,são venerados e admirados, ocupando uma página, onde será sempre lembrado quase verdadeiros heróis. Vide o nazista Adolf Hitler, o fomentador da 3ª guerra mundial, como foi venerado e até mesmo invejado. O Nosso Senhor Jesus Cristo foi preterido pelo perverso assassino, Barrabás. As propaladas e agourentas "touradas", que apresentam grandes plateias querendo ver sangue jorrar, muita gente vibra quando um touro consegue acertar o toureiro, Esfregam as mãos de contentamento, onde alguns, até se arrependem depois, por antes ter torcido pelo touro. Enfim, não há uma explicação convincente que justifique este desvio do caráter humano...
    Almir Papalardo.

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  2. Desculpe Habitz, eu não perderia tempo com vagabundos como esse..
    A explicação é muito simples. Como tem milhões de vagabundos seguidores, é muito fácil prever porque o querem eleger.
    É só ver a cadeia de empregos dos governos PT. E vagabundos querem empregos não trabalho.
    Simples assim
    Perder tempo discorrendo filosoficamente sobre vagabundos é pura perda de tempo.
    O mundo tá cheio.
    José Manuel

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  3. https://grandeprojetobrasil.blogspot.com/2010/04/50-anos-de-corrupcao.html

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  4. https://grandeprojetobrasil.blogspot.com/2017/02/divida-do-governo-com-previdencia-social.html

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  5. OK! OS DOIS LINKS PROVAM A CORRUPÇÃO DE JK E GV. AMBOS PUDERAM OS FUNDOS DE PENSÕES QUE DAVAM MUITO MAIS SUPORTE AOS EMPREGADOS BRASILEIROS. A VARIG NAS DÉCADA DE 50 TINHA ATENDIMENTO MÉDICO DE PRIMEIRO MUNDO NO IAPFESP. TENHO A PROVA EM MIM. OPEREI APÊNDICE ROMPIDO NO HOSPITAL MAIA FILHO COM O PRÓRPRIO E LEVEI APENAS 3 PONTOS DE SUTURA. Tenho amigos com 20 pontos.

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  6. “as virtudes não se engendram nem naturalmente nem contra a natureza, mas, porque somos naturalmente aptos a recebê-las, aperfeiçoamo-nos
    pelo hábito”.
    Torna-se evidente que para Aristóteles a virtude moral não é inata, isto
    é, não se dá por natureza, “pois nada do que existe por natureza habitua-
    -se a ser diverso”. Assim, a pedra não poderia contrariar sua
    característica natural de mover-se para baixo, ou o fogo sua característica
    natural de mover-se para cima. O que ocorre por natureza não é modificado pelo hábito. Logo, o indivíduo é levado pelo hábito a adquirir uma
    dada qualidade, ÉTICA OU CORRUPTA de disposição do seu caráter.
    ARISTÓTELES

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