José Manuel
A cidade de Mumbai, ou como era conhecia
anteriormente, Bombaim , é a capital do Estado
de Maharashtra, e situa-se nas margens do oceano Índico.
É uma cidade densamente
povoada, com estimados 20 milhões de habitantes, sendo a quarta cidade mais
populosa do mundo.
Recentemente vi um documentário sobre a
cidade de Mumbai e fiquei conhecedor de que é um poderoso centro
financeiro e, está muito perto de desbancar a cidade de Antuérpia na Holanda
como a capital mundial dos diamantes.
A construção civil é frenética,
com grandes empreendimentos em arquitetura se desenvolvendo na cidade e o comércio
cada vez mais diversificado é intenso.
Também é a capital de um dos
maiores centros de informação, entretenimento e cinema, do mundo,
chamado HINDI ou mais conhecido como BOLLYWOOD.
O apresentador
deste documentário que presenciei fez durante o programa várias
entrevistas, principalmente com personalidades artísticas e
empresariais. Notei que ao longo dessas entrevistas, a tônica sempre foi a
mesma:
A Índia, o povo
indiano, hoje, quer desbancar a China e para isso caminha a passos largos
para tal, em todos os ramos de atividades, que vão do seu comércio intenso da
sua indústria multifacetada e ascendente, a seus programas espaciais,
passando pela modernização das suas cidades.
A Índia faz parte de um bloco
comercial-político denominado BRICS, cujos parceiros
Brasil e Rússia, são de longe os mais complicados, dos cinco que compõe esse
bloco.
A longo prazo, pela crise geopolítica
que se apresenta, assim como a ideologia belicista Russa e a falta de
comprometimento por parte do Brasil com a modernidade, farão com que esse país
se afaste desses parceiros, pela linha democrática
e desenvolvimentista que tanto almeja, pois já é a terceira
economia do mundo.
Ao final dos governos
militares, em 1985, o Brasil encontrava-se em uma ótima posição de infraestrutura
operacional com as obras que se realizaram durante aquele período.
Isso se traduzia
em hidrelétricas, telecomunicações, infraestrutura viária,
enfim, algumas das maiores obras do século XX no mundo foram realizadas no
Brasil.
O período militar fez a maior
revolução industrial do século XX. Encontraram o país com o 45º PIB do mundo e
21 anos após entregaram aos civis como o 10º PIB mundial.
Para se ter a ideia da
importância desta colocação, hoje, em 2014, ou seja, 29 anos depois, ocupamos a
7ª colocação, ou quase a mesma de então.
Essa década, a de 80, foi
exatamente o período em que a China e os tigres asiáticos começaram
a sua trajetória fantástica para o progresso.
Hoje pelas nossas estradas
circulam mais de 40 milhões de veículos e grande parte é de origem asiática,
como a Hyundai sul-coreana cujo PIB entre 1980 e 1989 estava em 40º
no ranking mundial, enquanto nós estávamos em 10º.
Hoje eles nos fornecem, além
de carros, vagões ferroviários e navios. Fabricam atualmente os maiores navios
do mundo e têm uma das maiores indústrias eletrônicas do planeta.
A China é a segunda maior
economia do mundo, hoje acossada pela Índia. E nós, desde 1985 estamos
discutindo se a esquerda é esquerda ou pode ser de centro esquerda ou se a direita
é de extrema ou do centro, fora a discussão eterna sobre o sexo dos anjos. Em
doze anos desmontou-se tudo o que foi feito no período militar e hoje nem uma
empresa aérea genuína temos, e para dar vazão ao crescente tráfego aéreo
recorremos a um infindável número de empresas estrangeiras. Perdemos o bonde, o
trem e o avião da história
O número de desocupados hoje,
oscila em sete milhões de pessoas, que poderiam estar produzindo riqueza para o
país e fazendo tudo o que importamos por mais primário que seja.
Importamos tudo e a nossa
indústria nacional está retrocedendo aos anos 50, com a perda de tecnologia e
postos de trabalho cada vez maior.
Priorizam-se as compras mais
básicas como vestuário e calçados no exterior, enquanto aqui importamos o que
de pior há nos mercados mundiais, vendendo pelo dobro ou triplo do preço desses
mercados.
Não tenho a menor ideia aonde
esse tipo de orientação econômica irá nos levar. Não consigo visualizar
progresso no modelo atual brasileiro, e a sensação diária é a de cada vez
damos mais um passo rumo ao caos econômico.
Os sete milhões de
desocupados, daqui para a frente significarão cada vez mais
bolsas assistencialistas, mais bandidos jogados nas cidades, e a cultura
da repressão cada vez mais reativa com UPP's no lugar de
escolas e trabalho para cobrir os buracos enormes que estão se abrindo
cada vez mais em nossa sociedade.
Paradoxalmente, parece que o
cidadão não se importa com todos esses números desde que as viagens possam ser
feitas em aviões de outras bandeiras, dirigir os seus carros importados, vestir
e calçar as roupinhas e tênis com logotipos exóticos, fabricados na China e que
fazem furor aqui pelas nossas bandas.
O ar já está poluído pelo
desmatamento incólume a qualquer tipo de fiscalização ambiental. A
água está desaparecendo e grandes cidades já estão em racionamento contínuo.
A prosseguir este equívoco, e
se nada mudar em outubro, provavelmente o próximo passo será o desabastecimento
e a fúria que começa pelo estomago se fará presente.
Ontem, a cinco dias de uma
eleição que tem tudo para mudar este quadro, a sociedade acordou com uma greve
de bancos que mais uma vez vai infernizar o nosso dia a dia. Haja paciência com
este país.
Deus queira que eu esteja
equivocado com relação aos próximos dias.
Título e Texto: José Manuel, 1-10-2014
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