quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Mumbai e o Brasil

José Manuel

De cima para baixo e da esquerda para a direita: 
1) vista da Cuffe Parade desde Nariman Point; 
2) Porta da Índia (Gateway of India);
 3) Torre Rajabai; 
4) Vista noturna de Nariman Point;
 5) Hotel-Palácio Taj Mahal
A cidade de Mumbai, ou como era conhecia anteriormente, Bombaim , é a capital do Estado de Maharashtra, e situa-se nas margens do oceano Índico.
É uma cidade densamente povoada, com estimados 20 milhões de habitantes, sendo a quarta cidade mais populosa do mundo.
Recentemente vi um documentário sobre a cidade de Mumbai e fiquei conhecedor de que é um poderoso centro financeiro e, está muito perto de desbancar a cidade de Antuérpia na Holanda como a capital mundial dos diamantes.

A construção civil é frenética, com grandes empreendimentos em arquitetura se desenvolvendo na cidade e o comércio cada vez mais diversificado é intenso.

Também é a capital de um dos maiores centros de informação, entretenimento e cinema, do mundo, chamado HINDI  ou mais conhecido como BOLLYWOOD.

O apresentador  deste documentário que presenciei fez durante o programa várias entrevistas, principalmente com personalidades artísticas e empresariais. Notei que ao longo dessas entrevistas, a tônica sempre foi a mesma:
A Índia, o povo indiano, hoje, quer desbancar a China e para isso caminha a passos largos para tal, em todos os ramos de atividades, que vão do seu comércio intenso da sua indústria multifacetada e ascendente, a seus programas espaciais, passando pela modernização das suas cidades.

A Índia faz parte de um bloco comercial-político denominado BRICS, cujos parceiros Brasil e Rússia, são de longe os mais complicados, dos cinco que compõe esse bloco.
A longo prazo, pela crise geopolítica que se apresenta, assim como a ideologia belicista Russa e a falta de comprometimento por parte do Brasil com a modernidade, farão com que esse país se afaste desses parceiros, pela linha democrática e desenvolvimentista que  tanto almeja, pois já é a terceira economia do mundo.

Ao final dos governos militares, em 1985, o Brasil encontrava-se em uma ótima posição de infraestrutura operacional com as obras que se realizaram durante aquele período.
Isso se traduzia em hidrelétricas, telecomunicações, infraestrutura viária, enfim, algumas das maiores obras do século XX no mundo foram realizadas no Brasil.

O período militar fez a maior revolução industrial do século XX. Encontraram o país com o 45º PIB do mundo e 21 anos após entregaram aos civis como o 10º PIB mundial. 

Para se ter a ideia da importância desta colocação, hoje, em 2014, ou seja, 29 anos depois, ocupamos a 7ª colocação, ou quase a mesma de então.
Essa década, a de 80, foi exatamente o período em que a China e os tigres asiáticos  começaram  a sua trajetória fantástica para o progresso.

Hoje pelas nossas estradas circulam mais de 40 milhões de veículos e grande parte é de origem asiática, como a Hyundai sul-coreana cujo PIB entre 1980 e 1989 estava em 40º no ranking mundial, enquanto nós estávamos em 10º.

Hoje eles nos fornecem, além de carros, vagões ferroviários e navios. Fabricam atualmente os maiores navios do mundo e têm uma das maiores indústrias eletrônicas do planeta.
A China é a segunda maior economia do mundo, hoje acossada pela Índia. E nós, desde 1985 estamos discutindo se a esquerda é esquerda ou pode ser de centro esquerda ou se a direita é de extrema ou do centro, fora a discussão eterna sobre o sexo dos anjos. Em doze anos desmontou-se tudo o que foi feito no período militar e hoje nem uma  empresa aérea genuína temos, e para dar vazão ao crescente tráfego aéreo recorremos a um infindável número de empresas estrangeiras. Perdemos o bonde, o trem e o avião da história

O número de desocupados hoje, oscila em sete milhões de pessoas, que poderiam estar produzindo riqueza para o país e fazendo tudo o que importamos por mais primário que seja.
Importamos tudo e a nossa indústria nacional está retrocedendo aos anos 50, com a perda de tecnologia e postos de trabalho cada vez maior.
Priorizam-se as compras mais básicas como vestuário e calçados no exterior, enquanto aqui importamos o que de pior há nos mercados mundiais, vendendo pelo dobro ou triplo do preço desses mercados.

Não tenho a menor ideia aonde esse tipo de orientação econômica irá nos levar. Não consigo visualizar progresso no modelo atual brasileiro, e a sensação diária é a de cada vez  damos mais um passo rumo ao caos econômico.
Os sete milhões de desocupados, daqui para a frente significarão cada vez mais bolsas assistencialistas, mais bandidos jogados nas cidades, e a cultura da repressão  cada vez mais reativa com UPP's no lugar de escolas e trabalho para cobrir  os buracos enormes que estão se abrindo cada vez mais em nossa sociedade.

Paradoxalmente, parece que o cidadão não se importa com todos esses números desde que as viagens possam ser feitas em aviões de outras bandeiras, dirigir os seus carros importados, vestir e calçar as roupinhas e tênis com logotipos exóticos, fabricados na China e que fazem furor aqui pelas nossas bandas.

O ar já está poluído pelo desmatamento incólume a qualquer tipo de fiscalização ambiental. A água está desaparecendo e grandes cidades já estão em racionamento contínuo.

A prosseguir este equívoco, e se nada mudar em outubro, provavelmente o próximo passo será o desabastecimento e a fúria que começa pelo estomago se fará presente.

Ontem, a cinco dias de uma eleição que tem tudo para mudar este quadro, a sociedade acordou com uma greve de bancos que mais uma vez vai infernizar o nosso dia a dia. Haja paciência com este país.
Deus queira que eu esteja equivocado com relação aos próximos dias. 
Título e Texto: José Manuel, 1-10-2014 

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