sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Jornalista da Al Jazeera humilhou Dilma, mas também humilhou o jornalismo brasileiro

Luciano Ayan


Um jornalista da Al Jazeera, rede de TV de extrema-esquerda, foi quem confrontou Dilma da forma como nenhum jornalista brasileiro teve coragem de fazer. A humilhação da petista foi grande, mas foi tão grande quanto a humilhação que este episódio deixa para os jornalistas do Brasil, chapa-branca, que mesmo diante de mentiras escancaradas nunca tiveram coragem de bater de frente com a petista.

O entrevistador Mehdi Hasan, diferente de Jô Soares, Mariana Godoy e outros que no Brasil entrevistaram a ex-presidente, fez o que um jornalista de verdade deve fazer: deixar o entrevistado em saia justa, especialmente um político. [vídeo no final do texto]. Enquanto aqui no Brasil a imprensa simplesmente fingiu não ver as mentiras deslavadas contadas por Dilma, sempre agindo com uma cordialidade excessiva diante de uma mulher claramente corrupta, Hasan foi enfático em questionar como ela, na condição de presidente do Conselho da Petrobrás, poderia realmente nem desconfiar de qualquer esquema bilionário dentro da estatal.

Ao confrontá-la, Dilma mostrou as garras, viu-se em posição defensiva e reagiu nervosa, até um pouco atrapalhada. O jornalista ainda assim rebateu, questionando-a de forma dura: “Você é corrupta ou é incompetente?”

Esta é a pergunta que todos, absolutamente todos os jornalistas sérios já deveriam ter feito há anos, desde que os primeiros escândalos referentes a Petrobrás surgiram na mídia. Em vez disso, fizeram o que a imprensa chapa-branca faz: críticas pontuais e fracas, sem nenhum tipo de achincalhamento moral.

É óbvio que Dilma tinha como saber dos esquemas na Petrobrás. Não só tinha como saber, aliás, ela deveria saber. Era obrigação dela na posição que ocupava ao menos desconfiar do desvio de bilhões de reais de uma empresa na qual foi membro da direção. Se não sabia, foi extremamente incompetente. Se sabia, foi corrupta. Mesmo que não estivesse envolvida, ainda assim foi leniente com o crime que destruiu o país.

Fim de papo.


Título, Iamgem  e Texto: Luciano Ayan, Ceticismo Político, 16-12-2016

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