Geraldo Almendra
A classe social dos patriotas
mortos e as classes sociais dos esclarecidos canalhas estão vivendo um
verdadeiro dilema.

Um grande empresário,
beneficiário da sonegação e das relações espúrias com o poder público, me
confidenciou que chegamos a um ponto que ser honesto em um país de ladrões é
perder muito dinheiro enquanto outros se locupletam com a ostensiva prática do
ilícito sob todas as suas formas.
Em algum momento de nosso
diálogo, às vezes áspero, perguntou-me: como você quer que eu seja honesto em
um país que togados já viraram bandidos e o poder judiciário é subserviente às
ordens do poder executivo?
Disse-me ainda que para ter
relações empresariais com o desgoverno do PT significa a obrigação de subornar
ou ser subornado, senão nada se consegue, seja no nível federal, estadual ou
municipal.
Ao responder à minha pergunta se
apoiaria um movimento de destituição do desgoverno petista colocou: "Imagine um
auditor de um novo governo civil-militar auditando minha empresa e minhas transações
ilegais? – No mínimo vou quebrar e com grandes chances de passar alguns anos em
uma cadeia se não conseguir fugir do país."
Este é o temor cada vez maior
de uma comunidade de canalhas esclarecidos que já percebeu que as fontes do
assistencialismo irresponsável e inconsequente, assim como do suborno,
começaram a ficar mais seletivas e, em algum momento, vão secar, com o país
entrando na rota do calote de uma dívida pública e de uma exaustão da extorsão
fiscal, que não param de transferir renda de quem trabalha, com honestidade ou
desonestidade, para quem vive do roubo dos contribuintes sob todas as formas
possíveis.
A crise econômica da Europa já
começa a fazer seus efeitos no nosso país que está na direção do dueto da
desgraça econômico-social: endividamento sem controle da sociedade e inflação
com recessão.
Meu “amigo” empresário, e
milhares de outros esclarecidos canalhas, terão que escolher: aceitam negociar
seus “débitos” com um novo governo civil-militar e ajudam na reconstrução do
país ou selam seus laços “para sempre” com o Regime Corrupto-Fascista que já
toma conta do país.
Cada uma das decisões –
cumplicidade ou destituição do poder mais corrupto da história do país – tem um
preço a pagar e, quanto mais demorar, maiores serão seus efeitos na degeneração
moral das relações público-privadas e o beco ficará sem saída mesmo: mais cedo
ou mais tarde os bandidos do Planalto Central e seus cúmplices serão perfilados
no paredão da vergonha nacional porque, com certeza, os novos interventores não
serão os “milicos de merda”, qualificação que esses pulhas da corrupção dedicam
às nossas Forças Armadas.
Título e Texto: Geraldo
Almendra, 10-01-2012
Edição: JP
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