terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Por que os poderosos adoecem?


Foto: AD

Carlos Pagni
O tumor descoberto na presidente Cristina Kirchner atualiza o problema do vínculo entre a doença e poder. A questão é preocupante: a doença descobre o que o poder quer esconder. A fragilidade, o limite. Durante a Segunda Guerra Mundial, Stalin, Roosevelt, Churchill, Mussolini e Hitler sofriam, cada um, sua aflição. Na América Latina, Chávez, Lugo, Lula, Dilma, Uribe, e agora Cristina, foram afetados pelo câncer.
Nelson Castro escreveu que o poder adoece pelas tensões que gera. Para a psicanalista Elsa Aisemberg, aqueles que não podem simbolizar o sofrimento tramitam um duelo com o corpo. Normalmente são pessoas que valorizam mais o sucesso e o peremptório do que a reflexão. O especialista Alberto Lederman inverte o vínculo: "Há uma idealização segundo a qual o poder é um meio para atingir determinados fins. Antes disso, o poder é uma estratégia defensiva para proteger uma vulnerabilidade emocional do mundo do sujeito. Atrás do poder vai quem precisa".
O poder, então, não é a causa. É o sintoma.
Original: Carlos Pagni, La Nacion
Tradução: Cesar Maia

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