O fundador da ‘GOL’, uma linha aérea brasileira que certa vez decidiu acabar com o alto custo das viagens aéreas, enfrenta agora questionamentos quanto aos preços exorbitantes cobrados por sua empresa pelas tarifas aéreas.
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Foto: Alexandre Meneghini/AP |
Andrew Downie
Quando entrevistei o diretor da GOL para a revista ‘The Monitor’ em 2005, fique tremendamente impressionado pela sua ética de querer criar uma empresa aérea para o Brasil que pudesse ter baixo custo e passagens baratas além de enfrentar o legado das demais transportadoras cujo modelo tanto o desagradava.
Constantino de Oliveira Jr. fez exatamente o que se propôs a fazer: combinou importantes cortes de preços com serviços de boa qualidade – ajudado pelo boom econômico que trouxe milhões de consumidores locais para o mercado do transporte aéreo de passageiros – e, com ajuda de amigos no governo petista, acionistas da TAM, ajudou a falir a Varig, a até então maior transportadora de cargas e passageiros do país. Hoje a GOL rivaliza com a TAM pela primeira posição no mercado.
Constantino de Oliveira Jr. fez exatamente o que se propôs a fazer: combinou importantes cortes de preços com serviços de boa qualidade – ajudado pelo boom econômico que trouxe milhões de consumidores locais para o mercado do transporte aéreo de passageiros – e, com ajuda de amigos no governo petista, acionistas da TAM, ajudou a falir a Varig, a até então maior transportadora de cargas e passageiros do país. Hoje a GOL rivaliza com a TAM pela primeira posição no mercado.
AO VENCEDOR, AS BATATAS
O problema é que em algum ponto de sua trajetória empresarial, Constantino de Oliveira Jr. parou de despejar toda aquela conversa progressista de criar uma empresa aérea alternativa, reservando-a para os fregueses menos capazes de discernir e menos capazes de viajar, e acabou transformando a GOL no tipo de empresa aérea que ele parecia tão a fim de substituir.
A GOL agora cobra preços que são ridiculamente mais altos mesmo para o Brasil, um país que agora se inclui entre os mais dispendiosos do mundo.
O problema é que em algum ponto de sua trajetória empresarial, Constantino de Oliveira Jr. parou de despejar toda aquela conversa progressista de criar uma empresa aérea alternativa, reservando-a para os fregueses menos capazes de discernir e menos capazes de viajar, e acabou transformando a GOL no tipo de empresa aérea que ele parecia tão a fim de substituir.
A GOL agora cobra preços que são ridiculamente mais altos mesmo para o Brasil, um país que agora se inclui entre os mais dispendiosos do mundo.
O vôo mais barato encontrado ontem para o trecho entre Rio e São Paulo,
hoje, no website da GOL, foi de 832 dólares. Em comparação, voos
equivalentes, entre Nova York e Washington DC, por exemplo, pela Delta
estão a partir de 319 dólares. Um viagem equivalente entre Londres e
Edinburgo pela British Airways chega a custar o mínimo de 210 libras
esterlinas ou algo em torno de 332 dólares.
No melhor dos exemplos de como a GOL traiu amplamente sua ética inicial, é a cobrança três vezes mais alta do que cobrava a empresa Webjet pela mesma rota, segundo o relato da Folha de São Paulo da última quarta feira. O detalhe curioso aqui é o fato de que a ‘GOL’ comprou a Webjet no ano passado, sem que a legislação antitruste nacional tenha se manifestado, e a empresa adquirida, que transportava com seus aviões regionais a baixo preço e bilhetes baratos, sendo uma alternativa aos exorbitantes preços cobrados pela ‘GOL’ e pela TAM. A ‘GOL’ disse à Folha que não estava fazendo nada ilegal e a empresa não era a única a usar essa conversa fiada. Tudo, no Brasil, é mais caro que no resto do mundo. Mas as tarifas abusivas são particularmente egrégias em função dos objetivos iniciais da ‘GOL’, louváveis, mas infelizmente abandonados.
No melhor dos exemplos de como a GOL traiu amplamente sua ética inicial, é a cobrança três vezes mais alta do que cobrava a empresa Webjet pela mesma rota, segundo o relato da Folha de São Paulo da última quarta feira. O detalhe curioso aqui é o fato de que a ‘GOL’ comprou a Webjet no ano passado, sem que a legislação antitruste nacional tenha se manifestado, e a empresa adquirida, que transportava com seus aviões regionais a baixo preço e bilhetes baratos, sendo uma alternativa aos exorbitantes preços cobrados pela ‘GOL’ e pela TAM. A ‘GOL’ disse à Folha que não estava fazendo nada ilegal e a empresa não era a única a usar essa conversa fiada. Tudo, no Brasil, é mais caro que no resto do mundo. Mas as tarifas abusivas são particularmente egrégias em função dos objetivos iniciais da ‘GOL’, louváveis, mas infelizmente abandonados.
Tradução: Francisco Vianna
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