Comércio tradicional abriu até
à meia-noite para "acompanhar a movida"
Se a noite do Porto é
normalmente dividida entre o reboliço das zonas dos bares e o deserto das ruas
do comércio tradicional, então há que "acompanhar a ‘movida’" e ficar
aberto até mais tarde.
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Imagem: Lusa/José Coelho |
Foi neste sentido que a rua de
Sá da Bandeira acolheu, na noite de sexta-feira, o arranque da "Operação
Zero", que nas palavras de António Fonseca, presidente da Associação de
Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP), deverá evoluir "de uma forma
faseada" até que fiquem abertas até à meia-noite "mais de 100 lojas
no primeiro trimestre do próximo ano."
"É lamentável que muitas
vezes se entre numa loja às 18:45 e [os proprietários] fiquem logo a olhar para
nós de lado", disse à agência Lusa António Fonseca, para quem "o
comércio tradicional da Baixa tem condições para ser a atração principal da
noite do Porto."
"Não basta termos um
evento e a loja abrir. Queremos que as pessoas venham à Baixa pelas lojas e
depois ao evento por acréscimo", afirmou o presidente da ABZHP,
considerando que "é assim que a Baixa se pode levantar, porque é lamentável
ir a Santa Catarina a altas horas, porque parece Beirute."
Segundo António Fonseca, o
objetivo é "combater a desertificação da Baixa, sobretudo agora que existe
a ‘movida’", pelo que será "importante a zona das lojas começar a
acompanhar o ritmo da noite."
O presidente da ABZHP não é
"contra os centros comerciais, mas contra aquelas pessoas que dizem que
foram os centros comerciais que desertificaram a Baixa".
"Os comerciantes têm que
assumir uma ‘mea culpa’, porque muitos deles não foram suficientemente
arrojados para acompanhar os hábitos da sociedade civil", sublinhou.
Questionado pela Lusa enquanto
passeava com a mulher e a filha bebé, Jorge Carvalho, agente da PSP com 36
anos, considerou a iniciativa "uma excelente ideia, mas ainda pouco para o
negócio”.
“Os tempos estão difíceis e
não me parece que ande muita gente a comprar”, explicou.
Já na perspetiva de agente
policial, Jorge Carvalho disse que, "em termos de vida noturna, a cidade
está fantástica e mais segura, com mais gente na rua”.
“Quanto mais gente na rua,
mais segurança", frisou.
Já Sofia Neves, uma arquiteta
de 33 anos residente na Baixa, considerou que a zona de Sá da Bandeira "é
especialmente desabitada", pelo que "estas iniciativas são bastante
interessantes, porque trazem mais pessoas a habitar a Baixa durante a noite”.
“Não é uma questão de
segurança, acho que é mais animado ver que a cidade é vivida também à
noite", considerou.
Também para Celestino Fonseca,
fundador da Chocolataria Equador, abrangida pela iniciativa, "a principal
vantagem é mesmo a animação."
"É as pessoas perceberem
que a Baixa está viva e que os serviços que existem são de boa qualidade",
referiu, ressalvando: “[A ideia] não é propriamente uma coisa nova, porque quem
estiver mais atento percebe que o que as pessoas mais procuram são a baixas das
cidades, porque é aí que estão a história, as emoções e a memória. É isso que
as pessoas querem".
Título e Texto: Sapo Notícias,
08-9-2012
Indicação: Hilda Pereira
Torres
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