domingo, 9 de setembro de 2012

Porto: uma ótima iniciativa!

Comércio tradicional abriu até à meia-noite para "acompanhar a movida"
Se a noite do Porto é normalmente dividida entre o reboliço das zonas dos bares e o deserto das ruas do comércio tradicional, então há que "acompanhar a ‘movida’" e ficar aberto até mais tarde.

Imagem: Lusa/José Coelho

Foi neste sentido que a rua de Sá da Bandeira acolheu, na noite de sexta-feira, o arranque da "Operação Zero", que nas palavras de António Fonseca, presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP), deverá evoluir "de uma forma faseada" até que fiquem abertas até à meia-noite "mais de 100 lojas no primeiro trimestre do próximo ano."
"É lamentável que muitas vezes se entre numa loja às 18:45 e [os proprietários] fiquem logo a olhar para nós de lado", disse à agência Lusa António Fonseca, para quem "o comércio tradicional da Baixa tem condições para ser a atração principal da noite do Porto."
"Não basta termos um evento e a loja abrir. Queremos que as pessoas venham à Baixa pelas lojas e depois ao evento por acréscimo", afirmou o presidente da ABZHP, considerando que "é assim que a Baixa se pode levantar, porque é lamentável ir a Santa Catarina a altas horas, porque parece Beirute."
Segundo António Fonseca, o objetivo é "combater a desertificação da Baixa, sobretudo agora que existe a ‘movida’", pelo que será "importante a zona das lojas começar a acompanhar o ritmo da noite."
O presidente da ABZHP não é "contra os centros comerciais, mas contra aquelas pessoas que dizem que foram os centros comerciais que desertificaram a Baixa".
"Os comerciantes têm que assumir uma ‘mea culpa’, porque muitos deles não foram suficientemente arrojados para acompanhar os hábitos da sociedade civil", sublinhou.
Questionado pela Lusa enquanto passeava com a mulher e a filha bebé, Jorge Carvalho, agente da PSP com 36 anos, considerou a iniciativa "uma excelente ideia, mas ainda pouco para o negócio”.
“Os tempos estão difíceis e não me parece que ande muita gente a comprar”, explicou.
Já na perspetiva de agente policial, Jorge Carvalho disse que, "em termos de vida noturna, a cidade está fantástica e mais segura, com mais gente na rua”.
“Quanto mais gente na rua, mais segurança", frisou.
Já Sofia Neves, uma arquiteta de 33 anos residente na Baixa, considerou que a zona de Sá da Bandeira "é especialmente desabitada", pelo que "estas iniciativas são bastante interessantes, porque trazem mais pessoas a habitar a Baixa durante a noite”.
“Não é uma questão de segurança, acho que é mais animado ver que a cidade é vivida também à noite", considerou.
Também para Celestino Fonseca, fundador da Chocolataria Equador, abrangida pela iniciativa, "a principal vantagem é mesmo a animação."
"É as pessoas perceberem que a Baixa está viva e que os serviços que existem são de boa qualidade", referiu, ressalvando: “[A ideia] não é propriamente uma coisa nova, porque quem estiver mais atento percebe que o que as pessoas mais procuram são a baixas das cidades, porque é aí que estão a história, as emoções e a memória. É isso que as pessoas querem".
Título e Texto: Sapo Notícias, 08-9-2012
Indicação: Hilda Pereira Torres

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-