Peter Wilm Rosenfeld
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Ontem de manhã li em um de
nossos jornais um comentário de que, apesar da tão preocupante e alardeada
crise em vários países da Europa, as obras públicas em andamento não haviam
sofrido qualquer solução de continuidade, nem quanto à sua execução como quanto
à sua qualidade.
Estou certo de que as estradas
continuam sendo bem construídas com excelente acabamento e durabilidade.
Nesses quesitos, tive que dar
uma parada, durante a qual me vieram à mente como eram boas as estradas em que
tive a oportunidade de viajar em vários países europeus e nos Estados Unidos da
América do Norte.
Os comentários que farei
referem-se tanto a grandes e importantes autoestradas como a estradas vicinais,
estreitas mas asfaltadas, estas últimas principalmente na Europa.
E a primeira lembrança foi a
de uma viagem de carro nos E.U.A. de Nova Iorque a Vermont, onde um cliente que
eu visitava queria me mostrar a sua “casa de caça”, como são designadas as
casas de fim de semana, naquela região.
Esclareço que o cliente era um
húngaro, importador, que residia nos E.U.A. há já alguns anos, mas ainda falava
inglês com forte sotaque.
Na ida, de Nova Iorque a
Vermont (perdoem, mas não lembro o nome da pequena cidade neste último Estado),
trafegamos em estradas normais, estreitas, atravessando vários pequenos
municípios, em um dos quais paramos para almoçar. Não preciso dizer que a
estrada era excelente, sem buracos ou desvios.
Na volta, como eu tinha um
compromisso à noite, meu amigo decidiu usar uma autoestrada, com quatro pistas
de rolamento em cada sentido, piso perfeito.
Depois de mais de uma hora de
viagem, meu amigo húngaro não se conteve e, comentando a excelência e beleza da
estrada, disse: “que beleza de estrada, não acha? Acontece que quando os
americanos decidem construir uma estrada, eles constroem UMA ESTRADA!”. É claro
que concordei. A estrada era algo maravilhosa, além de passar por paisagens
belíssimas.
A outra das lembranças que me
vieram à mente foi a de uma viagem à Europa, na qual aluguei um carro em Paris,
de lá indo para pequena cidade na Bélgica, depois Alemanha, Áustria, Itália e
retorno à França. Nessa viagem transitei não só em estradas pequenas, vicinais,
como em autoestradas. Em nenhuma, repito, nenhuma, tive que cuidar para evitar
buracos ou qualquer outro problema. Encontrei trechos, poucos, diga-se de
passagem, em que havia obras. Mas a sinalização era tão ampla e bem feita que
em nenhum momento tive que ter qualquer cuidado senão o de diminuir a
velocidade. As pistas sempre perfeitas. O único problema que tive foi o de ser
ultrapassado por Ferraris, Mercedes Benz, e tantos outros carros velozes, de
luxo ou não...
Lembro igualmente bem que na
Itália, várias vezes sai da autoestrada para entrar em cidades grandes ou
pequenas. O pedágio era cobrado ao sair da estrada, e o cálculo do valor a
pagar em função da distância percorrida, calculado automaticamente.
Em nenhuma das saídas havia
qualquer atendente para cobrar o pedágio. O valor é calculado automaticamente,
e se houver troco a receber esse é calculado pela máquina e pela mesma entregue
ao motorista.
Câmera rápida. A imagem agora
é da BR-101, trecho de Santa Catarina/Rio G. do Sul, sendo duplicado (já perdi
de vista há quantos anos essa duplicação teve início!).
NB: Penso que poderia ter
escolhido qualquer trecho de qualquer estrada BR; meus comentários continuariam
válidos em qualquer um deles...
Ainda há poucos dias os
jornais de Porto Alegre noticiavam que em alguns trechos o asfalto já estava
danificado, o que obrigava os motoristas a terem um cuidado redobrado.
Talvez por isso, a cada fim de
semana com maior movimento a quantidade de acidentes é cada vez maior. Não
posso crer que isso se deva exclusivamente aos motoristas.
No que respeita ao pedágio que
se paga, não importa se o motorista rodará 10 ou 100 km na estrada; o valor a
pagar é o mesmo: único.
Devo fazer uma ressalva: pelo
que ouço falar, as estradas paulistas são muito melhores, em todos os sentidos,
do que as federais, o que inclui, evidentemente, as federais no estado de S.
Paulo.
Enfim, a Europa pode estar em
crise, mas o que é necessário, indispensável, continua sendo feito, e bem
feito.
Em tempo: Acabo de ler no
jornal de hoje que o grande gargalo para que a estrada duplicada possa
funcionar como tal é uma ponte antiga, em Santa Catarina que (surpreendam-se,
leitores) até hoje, quase 10 anos após a duplicação da estrada ter sido anunciada
e, posteriormente, iniciada, continua intocada; nenhuma obra foi feita, ou
sequer licenciada, visando a ou duplicar a ponte ou construir uma nova!!!
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre
(RS), 12 de setembro de 2012
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