O bom sono dos justos

Senhor Diretor de Redação

Revista Veja

São Paulo-SP.

A reportagem O bom sono dos justos me deixou muito curioso devido a certos detalhes que o jornalista Leonardo Coutinho revela. Os irmãos Darwich, egípcios, em apenas seis anos montaram uma rede de 32 lojas, em São Paulo, para vender colchões com a marca King Star, que eu nunca ouvi falar, e hoje espanta os concorrentes que não entendem como eles estão faturando R$ 250 milhões de reais por ano. Um cálculo simples me levou à seguinte conclusão:  

Cada loja fatura R$ 31.150,00 por dia, considerando um ano de 250 dias úteis. Levando em conta que vendem colchões populares, a um preço médio de R$ 250,00, cada loja vende 125 colchões por dia. São números espantosos e eu acredito que nem a Ortobom, a maior fabricante de colchões do Brasil, consegue chegar perto desses números em sua rede de franqueados. Só no Brasil se dorme tanto assim. 

A reportagem informa também que eles não fabricam os colchões, cuja manufatura é terceirizada, sem informar quem os fabrica. Até aqui tudo bem. Daqui pra frente eu comecei a raciocinar e a trocar umas ideias com meu chapa Watson. Reli a reportagem que informa o seguinte sobre estes dois gênios dos negócios:  

Khaled, o fundador da King Star, foi considerado pelo FBI norte-americano como suspeito de ter ajudado na organização dos atentados de 11 de setembro de 2001. Preso, passou dez meses em três prisões. Por falta de provas, foi solto e deportado para o Brasil por ter nacionalidade brasileira. Resolveu enriquecer e fundou a King Star. Khaled foi casado com a enteada de um terrorista da Al Qaeda que está preso nos Estados Unidos para o resto da vida. O cara foi um dos que planejaram o primeiro ataque no subsolo do World Trade Center em 1993. Resolveu separar-se dela depois que foi solto e deportado. Interessante, não, meu caro Watson?  

Ayman, irmão de Khaled, depois de uma tentativa fracassada para entrar na Holanda, resolveu vir para o Brasil e se juntar a Khaled no negócio de colchões. Curioso, não meu caro Watson? Por que a Holanda não permitiu a entrada de Ayman?
 
Não quero levantar dúvidas a respeito desses dois geniais vendedores de colchões e muito menos acusá-los de alguma malfeitoria (olá, Dilma, tudo bem?). Mas como eu gosto de ler a imprensa séria internacional, eu estou sabendo que negócios semelhantes à King Star proliferam em países vagabundos como o Brasil – Foz do Iguaçu, na Tríplice Fronteira, está cheio deles –, são financiados pelos financiadores do terrorismo islâmico e têm a finalidade de lavar o dinheiro sujo do terrorismo. Pode ser que o jornalista Leonardo Coutinho e Veja acreditem que os irmãos Darwich consigam faturar R$ 250 milhões de reais por ano vendendo colchões baratos. Mas nem o FBI, a CIA e eu acreditamos nesta balela. Garanto que a Ortobom, maior e melhor fabricante de colchões do Brasil, também não acredita.  

Portanto, aconselho a Veja e seu jornalista a investigarem melhor essa dupla.  

- Ei, Watson, dá uma olhada nessas duas fotos dos irmãos Darwish publicadas na Veja e me diga o que acha deles.  

- Holmes, não quero adiantar nada, mas precisamos investigar estes dois. Se o Khaled tivesse barba e cabelos compridos eu poderia antecipar uma opinião. Mas, do jeito que está, não dá.  

Cordialmente  

Título e Texto: Otacílio Guimarães, 13-03-2013