Tem sido sempre dito que “a
força e a razão de ser de uma nação é o povo”, mas muito pouco ou quase nada se
diz do que é realmente o povo. Se o “povo” for o conjunto das pessoas que
formam uma nação, a afirmação não pode ser considerada correta, porquanto é
baseada numa generalização irreal. Se, no entanto, a afirmação acima considera
como povo como sendo o conjunto de cidadãos de comprovada competência,
escolaridade mínima, e reputação de pessoas de bem para dirigirem o destino do
país, aí ela está correta e verdadeira.
Eleger governantes obedece ao
princípio básico de gerir os valores e propiciar uma sorte feliz a esse mesmo
povo. Assim, as pessoas que ainda não têm condições básicas de exercer a
cidadania, não podem, não devem, e constituem um grande perigo para o país,
serem chamadas a opinar sobre matérias às quais não estão basicamente
preparadas para fazê-lo.
O que se observa cronicamente
no Brasil – para me restringir a discorrer apenas sobre o meu país – é
exatamente o fato de não se exigir os pré-requisitos básicos da seguinte
definição de cidadania, que nos ensina Thomas Jefferson: “Cidadão é toda pessoa
dotada de escolaridade mínima de humanidades, com atividade econômica
produtiva, capaz de, quer com seu bolso, quer com sua atividade política
participativa, colaborar direta ou indiretamente para a manutenção, o
desenvolvimento do crescimento e do bem-estar da nação”.
Quando a cidadania real não é
observada e as pessoas de um modo geral são impositivamente investidas dela,
apenas com base na sua faixa etária. Sem que um preparo mínimo de humanidades,
uma atividade econômica produtiva, e um conceito social de pessoa de bem e
cumpridora das leis lhes sejam exigidos, não se pode esperar, ou mesmo exigir,
que elejam pessoas idôneas e probas para ocupar cargos eletivos e de confiança
que, na absoluta totalidade dos casos pressupõem que tais pré-requisitos sejam
observados de modo indispensável. Similarmente, não se pode pretender delas que
sua cidadania seja propriamente exercitada.
Assim é que os próprios
candidatos a esses cargos teriam necessariamente que exibir currículos de vida
que, por força de lei e bom senso pudessem comprovar a satisfação de tais
exigências básicas às suas funções.
Destarte, para que tenhamos
uma democracia robusta e com instituições bem alicerçadas e eficientes é
absolutamente necessário que tenhamos cidadãos de fato capazes de atuar como
tais e de postulantes a cargos eletivos e de confiança de inegável idoneidade e
com uma boa reputação a zelar.
Essas são as correções de base
que os brasileiros terão que fazer para meritocratizar sua democracia e, de uma
vez por todas, deixar de se tornar uma simples massa de manobra política,
condutível por discursos populistas e demagogos como tem se observado
invariavelmente na história do Brasil, desde a queda do império.
O exposto pode ser
invariavelmente chamado de elitista. Todavia, apesar da falsa pejoratividade
dada à palavra, podemos e devemos definir a elite de uma nação como sendo a
soma do que há de melhor nela em termos humanos e de cidadania real. E eu
pergunto: o que devemos preferir? Sermos governados pela elite real ou pela
escória, como temos sido vítimas há décadas?
Título e Texto: Francisco Vianna, 05-07-2013
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