quarta-feira, 7 de maio de 2014

Estes são os maiores projetos de infraestrutura do Hemisfério Ocidental

Alguns vão lhe surpreender
Michael Moran, GlobalPost 

A construção está em curso pelo projeto petrolífero do Brasil. (foto: AP/Gentileza da imprensa da Presidência em Brasília)

Infraestrutura se tornou um palavrão atualmente aqui em Nova Jérsei, EUA.
 
O escândalo sobre a suposta vingança do fechamento de uma rodovia de saída que leva uma das pontes mais movimentadas do mundo nesta cidade à beira do Rio Hudson se recusa a ser coisa do passado. As investigações estão fuçando tudo para verem se as saídas foram deliberadamente fechadas para punir o prefeito democrata de Fort Lee por não dar apoio à campanha para reeleger o governador republicano Chris Christie do Estado de Nova Jérsei.

Mas zorra política à parte, os que moram em Nova Jérsei se comportam de forma muito semelhante às demais pessoas do planeta: dependem, embora com rabugice, da infraestrutura para ir de A a B.

Ora, custa uma fortuna manter tais estruturas e construir outras novas. Mas muitos entendidos defendem que os países devam gastar cada vez mais nelas — algo em torno de 60 por cento mais do que já é gasto, o que, globalmente, representa uma cifra de 57 trilhões de dólares até 2030, segundo McKinsey.

E, claro, um número de projetos enormes está em andamento, não apenas aqui nos EUA... O maior projeto no hemisfério ocidental está, na verdade, em andamento no Brasil. E o preço de etiqueta da exploração de petróleo do pré-sial brasileiro está muito além do que qualquer orçamento estatal desse lado do mundo, incluindo o segundo maior que é a construção quase improvável de uma ferrovia para “trens-bala”, na Califórnia. 


1. Projeto do Pré-Sial (“pré-sal”) de exploração de petróleo em águas profundas
Talvez o mais ambicioso projeto de exploração petrolífera jamais levado a cabo por qualquer país. O Brasil leiloou em outubro de 2013 os diversos lotes para as grandes multinacionais petroleiras e as construções já estão bem adiantadas. A um custo estimado 237 bilhões de dólares, com grande parte desse investimento pago por empresas estrangeiras, tal projeto é quatro vezes maior em dólares do que seu mais próximo competidor regional. É chamado de ‘pré-sial’ e também de ‘pré-sal’ pelo fato das jazidas petrolíferas se situarem a cerca de 6 mil metros de profundidade sob uma camada subterrânea de sal que constitui a camada do sial da crosta terrestre, no fundo do atlântico ao longo da plataforma continental brasileira a menos de 200 milhas da costa brasileira.


2. Ferrovia de alta velocidade na Califórnia
A proposta de tal ferrovia é uma das favoritas dos esquerdistas californianos e considerada uma temeridade pelos seus oponentes direitistas. Como a Atlantis e a mulher perfeita, ela já se tornou uma fonte inesgotável de piadas. Mas os 69 bilhões de dólares que ela irá torrar, de um estado que está com seus cofres vazios, torna improvável que qualquer trem-bala saia de alguma estação num futuro previsível.

3. Gasoduto para gás liquefeito do Alaska
Trata-se de uma empreita que reúne quatro gigantes da indústria energética mundial – a TransCanada, a ExxonMobil, a British Petroleum, e a Conoco-Phillips. Este oleoduto abrangerá todo o enorme estado americano do círculo polar ártico. Ao contrário do ‘trem-bala fantasia’ da Califórnia, o gasoduto depende muito pouco dos cofres de seu estado de origem. E o investimento de 65 bilhões de dólares será quase todo realizado pelo grupo industrial citado, que considera a empreita como um bom negócio, em função também da afluência de apetites de exploração de gás nos EUA, a partir do xisto e de poços em terra firme, e da necessidade de consumo no exterior. Está agora em fase de projeto com o início da construção previsto para 2016. Poderá ser a partida para tornar os EUA um exportador de hidrocarbonetos.

4. Expansão da malha ferroviária brasileira
Quando se considera o transporte ferroviário no Brasil, precisamos comparar com a situação americana de 1900, na época do Oeste selvagem. Apesar da enorme dependência do país nas suas atraentes exportações (grãos, frutas, carne, minérios e outras matérias primas), sua malha ferroviária está de há muito abandonada e decrépita. Os planos governamentais incluem o investimento líquido de 43 bilhões de dólares que poderão ter que percorrer um longo caminho para se efetivar. O problema maior do país é que qualquer investimento estatal costuma custar quase o triplo do orçamento inicial, com muito dinheiro se escoando pelos ralos da corrupção e da ineficiência do estado.

5. Corredor ferroviário de alta velocidade do Nordeste dos EUA
A empresa americana de transporte ferroviário, a Amtrak, é uma campeã em vencer concorrências públicas em Washington e se ofereceu para investir 40 bilhões de dólares para levar adiante tal projeto, apenas um pouco mais provável que se materialize do que o projeto estatal da Califórnia. Por outro lado, o direito de passagem dos trilhos já existe. No entanto, entre muitos obstáculos, o visionário trem-bala da Amtrak vai precisar viajar primeiro pelo gabinete do Governador Christie.

6. Canal Transoceânico da Nicarágua
O sonho de um canal atravessando a Nicarágua é mais antigo do que originou o Canal do Panamá. No entanto, uma empresa chinesa convenceu o governo da Nicarágua a fica devendo até as cuecas para aprovar um projeto que vai custar ao país 40 bilhões de dólares. Quais são os prospectos? Os mesmos da ferrovia de alta velocidade da Califórnia...

7. ‘Porto Maravilha’ do Rio de Janeiro
Trata-se de uma restauração do porto da cidade do Rio de Janeiro cujo “orçamento inicial” é de 35 bilhões de dólares, mas que ninguém se arrisca em calcular o custo final... As obras já começaram.

8. Projeto Portal de Entrada de Nova Iorque
Será o prêmio de consolação da área de Nova Iorque – um pacotaço de pequenas melhorias em vez do túnel ferroviário Trans – Hudson. As autoridades portuárias de Nova Jersey e de Nova Iorque revelaram o plano, de uma década, em fevereiro último, e que prevê o gasto de 27,6 bilhões de dólares do erário nas obras.

9. Duto Leste de Energia do Canadá
Um oleoduto de 12 bilhões de dólares da linha TransCanada line que bombeará 1,1 milhão de barris de petróleo cru por dia de Alberta e Saskatchewan ate as refinarias do leste canadense, num percurso de cerca de 3.000 milhas, aliviando as ferrovias desse tipo de carga perigosa.

10. Terminal de Exportação da LNG em Cameron na Louisiana
Gerado pela "revolução do fracking", uma grande fábrica do estado sulista da Louisiana de importação de gás natural está passando por uma conversão de 10 bilhões de dólares para permitir a exportação de gás natural da América.
Michael Moran, GlobalPost
Tradução: Francisco Vianna, 07-05-2014

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