segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Integrar para não Entregar

Jonathas Filho
Sim, fomos muito diferentes numa época.
Uns usavam uniformes,  outros, ternos e gravatas, outros usavam “macacões”, outros  trajavam o casual simples, outros usavam aventais, outros usavam jalecos...

Uns trabalhavam como tripulantes, outros trabalhavam nos  check ins dos aeroportos, outros na manutenção de aeronaves, outros na Carga, outros nos escritórios, outros no Catering, outros nas lojas de passagens...
Uns foram estagiários, outros Juniores, outros Seniors, outros Masters;  dentro dos mais diversos cargos ou funções.

Uns foram Vigias, Seguranças, Atendentes, Médicos, Recepcionistas,  Enfermeiros, Mecânicos, Escriturários, Comandantes, Cozinheiros, Contabilistas,  Auxiliares disso ou daquilo, Porteiros, Comissários e Comissárias, Agentes de Cerimoniais, Pilotos,  Engenheiros Aeronáuticos, Diretores, Gerentes, Superintendentes, Office-boys, Advogados, Técnicos nas mais diversas áreas, Publicitários, Auditores, Vice-Presidentes, Flight  Engeniers,  Tesoureiros, Secretárias, Motoristas e  até Presidentes...

A imensa maioria  era constituída de brasileiros. Mas uns eram franceses, outros eram ingleses, outros eram gregos, outros eram  japoneses, outros eram  portugueses, outros eram alemães, outros eram italianos... enfim, um sem número de nacionalidades, mas todos eram VARIGUIANOS  e brasileiros de coração.

Neste universo  de atividades diferentes - de gente diferente mas,  com importância vital -todos  juntos,  integravam uma empresa cuja personalidade  traduzia o encadeamento  dessas diferenças  como   UNIÃO  que girava  em torno de um ideal comum.  Estes corações  e  mentes brilhantes  formaram durante  oito décadas a IMAGEM  DE ORGULHO NACIONAL  que,  com um altíssimo padrão de qualidade, encantou aqui  e  os quatro cantos do mundo.

Sim,  éramos diferentes, mas, mesmo assim, éramos todos UNIDOS POR ESSE ORGULHO!!!

Entretanto agora, órfãos dessa imagem,   SOMOS TODOS IGUAIS EM INFORTÚNIO... e por mais paradoxal que possa parecer, ESTAMOS  DESUNIDOS!!!

Pausa para um lamento...

Quais  as razões da nossa desintegração, dessa nossa desunião?
Será que algum psicólogo, sociólogo ou antropólogo tem condição de responder com a profundidade que o  assunto requer?

A pergunta cabível nesse momento é: “Afinal, onde estão as mentes brilhantes?”

Ouso responder que o “corpo” está morto,  vilmente “assassinado”... todavia,  o espírito está vivo!!!  E esse espírito SOMOS NÓS!!!

Lembro que para cada momento   que fechamos os olhos e os ouvidos para essa “divisão”,  perdemos um  tempo essencial de “abrir a boca”...  de seguir o pensamento revoltado e levar  os dedos ao teclado ou a um  papel para  escrever aos jornais, Tvs,  blogs e  redes sociais para mostrar como estamos sendo afligidos  pelo desrespeito e descaso. Não estamos pedindo benesses ou regalias; exigimos o que nos é de direito pois pagamos para isso.


Temos de nos integrar uns aos outros   causando a  união que nos levará à luminosidade  de uma qualidade  de  vida  a ser vivida nesse restante de tempo terreno que ainda temos, senão permaneceremos no  escuro breu do menosprezo aos idosos até o embarque final.

Mesmo que não compareçam às manifestações e não queiram ir às ruas mostrar o desgosto e a repugnância com tudo isso que está acontecendo com os Participantes do AERUS,  é muito importante que as brilhantes mentes  já mencionadas, se apresentem escrevendo, demonstrando a indignidade que estamos sofrendo.  Há poucos dias recebi um informe da AMVVAR, comentando sobre a reunião com outras Associações e  o Aerus,  em que demonstram  ipsis litteris  que não ficarão “in albis” (trad.: em branco),  trabalhando numa proposta factível a ser apresentada ao Governo e também expressaram  veemência e consonância quando disseram que  “Há um consenso de união imprescindível e incondicional entre todos para a consecução do objetivo principal”.

Apresento o meu aplauso com relação ao informe mas, julgo que urge que passemos da teoria à prática o mais imediatamente possível,  para não corrermos o risco de rever novamente formulada a pergunta acima em negrito.

O título desse texto é uma reverência ao Marechal Rondon que com atitudes positivistas, progressistas e  pacifistas, elaborou e executou um projeto de comunicação através de linhas telegráficas “Unindo  a Nação  do Oiapoque ao Chuí”, retratando e fazendo jus ao  termo por ele mesmo criado.
Título e Texto: Jonathas Filho, ex-Comissário Varig, aposentado Aerus, 04-08-2014

8 comentários:

  1. Eu sei onde estão as mentes brilhantes da época.
    Estão aproveitando o dinheirinho de suas corrupções dentro da empresa, e as mentes pequenas continuam puxando o saco delas.
    Pergunte onde andam àqueles que venderam aviões quitados e compraram os famosos MD-11 na forma de leasing em ienes japoneses com comissões supra faturadas?
    Na certa independente do AERUS ou ainda portabilizaram suas pensões antes da vaca ir para o brejo.
    Eu reclamo sempre que posso, sem ser brilhante e sem puxar o saco dos que sei, sempre foram corruptos.
    Havia corrupção até na escolha do tal colégio concordante.
    Fundos de pensões dirigidos pelas patrocinadoras todos quebraram, o AERUS sempre foi a VARIG e a VARIG sempre utilizou o que era seu, nunca foi nosso.

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    1. Caro Rochinha, é sempre um prazer "sentir" suas palavras pois, elas tocam profundamente. Claro que concordo com vc e assim sendo, confesso que anseio que você, reparta essa revolta, levando-a em direção às mídias jornalísticas para que muitos tenham conhecimento e veiculem o vil comportamento de uns que prejudicaram maciçamente à todos nós, que pagamos vultosas quantias na vã esperança de uma velhice sustentável. Aquele abraço, Jonathas Filho

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  2. Retrucando porque sou chato pacas.
    Infelizmente não dá para revelar nada nas mídias televisivas e jornalísticas.
    Fui assinante da "zero hora" por 25 anos, em março cancelei a assinatura. Bem ao modo brasileiro, continuaram me mandando o jornal, e me cobraram o mês de abril, no débito em conta, em maio zerei a conta, e continuaram mandando o jornal.
    Em junho me telefonaram dizendo que eu estava em débito, e me mandaram o jornal.
    Em julho telefonei e disse que eu não queria mais pela terceira vez.
    Aí, veio uma consultora em minha casa.
    Expus com veemêêêêência, que o jornal era petista, que seus jornalistas eram petistas, que o jornal não sobreviveria sem as propagandas da Petrobrás, da CEF, do Banco do Brasil, dos correios, com a promessa de nunca denunciar os atos de corrupção.
    Perguntei porque nós da Varig e do AERUS não merecemos primeiras páginas?
    Porque não defendem os aposentados e os sem saúde?
    Porque há mais páginas de futebol que de denúncias políticas?
    E por último eu disse que pagaria os débitos somete no Procon.
    Aí eu pergunto a todos, porque puxam o saco dos que comeram nossa bunda sem cuspe?
    E porque ainda frequentam aquele sindicato falido moralmente?
    Pelo mesmo motivo que ainda compram jornais e assistem a globo...
    Pelo mesmo motivo que ainda andam agarrados no sacos do chefe...

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    1. Das suas remadas contra o... mainstream

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    2. Estou com uma situação semelhante só que com uma cia.telefônica, apesar de todos os protocolos anotados confirmarem um cancelamento de serviço há 4 meses. De fato, é remar contra a "corrente" que turbilhona cada dia que passa, a vida do Pindoramense mas, se nós não GRITARMOS quem gritará por nós? Portanto continue aos berros, mostrando a sua indignação. Grande abraço, Jonathas Filho

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  3. Vai ser longo, prolixo e muito chato, mas vamos, ao diálogo.
    POSE, essa é a palavra chave dos pelegos.
    O pelego sempre será um puxa-saco, isso lhe dá POSE.
    há uma música chamada "Pose" dos Engenheiros do Hawai, eis uma estrofe:

    É pura pose
    ...Pois é...
    Pós-qualquer coisa
    ...O pior não é isso...
    É pura pose
    ...É dose...
    Posteridade
    ...E o pior não é isso...
    Vamos passear depois do tiroteio
    Vamos dançar num cemitério de automóveis
    Vamos duvidar de tudo que é certo
    Vamos namorar à luz do pólo petroquímico
    VAMOS REMAR CONTRA A CORRENTE
    Desafinar do coro dos contentes
    Vamos ficar acima, velejar no mar de lama
    Vamos esquecer o dia da semana.
    ------------------------------------------------------------
    Certa vez li um artigo muito bonito, mas com outro paradoxo.
    Coloco o nome da autora no final.
    Em certa parte ela diz:
    - Nadar contra a corrente é extremamente desgastante e inútil.
    No início do texto ela escreve:
    Quando a palavra é desistir até as mais lindas e formosas rosas choram.
    Então, desistir não é uma fácil decisão e se muitos o fazem sem grandes resistências, outros lutam interiormente até que as próprias forças, elas mesmas, estejam fatigadas. O processo é geralmente longo e tudo é pesado e pego em consideração: a imagem-própria, o olhar dos outros, o exemplo para aqueles que esperam de nós bem mais que pessoas que não conseguiram ir adiante.
    Mas não adianta dar voltas para no fim chegar ao mesmo lugar.

    Digo eu, à favor da corrente anda o preguiçoso, o inútil, o famoso"segue o líder", se o líder cai no precipício ele cai abraçado.
    Os pelegos seguem os líderes, não trocam, não retornam, se o endereço está errado, batem à porta.
    É difícil encontra desculpas quando erramos sozinhos, mas quando o erro é coletivo encontrar-se-ão vários culpados, menos nós.
    Perdoa-me a autora, Letícia Thompson, pelo seu lindo paradoxo, intitulado "nadar contra a corrente", mas é isso que devemos fazer.
    Esforço, coragem, cansaço, cobranças, lutas, vitórias, derrotas sem nunca esmorecer.
    Fugir da luta é fácil, basta ir a igreja e rezar, afinal velho não quer mais nada da vida que a tal "vida eterna".
    Dai me um ponto de apoio e uma alavanca, eu tiro a terra do lugar, já disseram isso, mas parece que alguns esqueceram...
    Velejar à favor do vento, é fácil, quero ver ser o mais rápido contra o vento.
    boa noite JIM


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